O lado sombrio

"Essa mansão... deve ter histórias incríveis", pensou Clara, enquanto caminhava até o portão enferrujado. O rangido do metal parecia ecoar em seu coração, um aviso do que estava por vir. "Se eu não fizer isso agora, talvez nunca tenha coragem de voltar." Com um último suspiro de determinação, ela cruzou o portão, decidida a descobrir os segredos que ele guardava.

Assim que entrou no terreno, sentiu a atmosfera mudar. As árvores se contorciam ao vento, como se quisessem alertá-la. "Eu não estou sozinha aqui", sussurrou para si mesma, um frio na espinha. A sensação de que algo a observava a envolvia, mas isso não a deteria. O desejo de entender a história daquela mansão e de seus moradores superava seu medo. "Hoje, vou me libertar das correntes que me prendem."

Ao caminhar pela trilha coberta de folhas secas, Clara notou como cada passo parecia despertar ecos do passado. O ar estava denso, quase palpável, carregado de memórias não contadas que pareciam se agitar ao seu redor. "Essa casa é um relicário de vidas que foram vividas aqui", pensou, enquanto se aproximava da entrada.

A porta da mansão estava entreaberta, e Clara hesitou por um momento, mas a curiosidade a empurrou para dentro. Assim que cruzou o limiar, o cheiro de mofo e de madeira antiga a envolveu, e a escuridão parecia se fechar ao seu redor. As sombras dançavam nas paredes, formando figuras que pareciam contar histórias de dor e amor. "O que aconteceu aqui?", indagou em voz alta, como se as paredes pudessem responder.

O hall de entrada era majestoso, mesmo em sua decadência. Lustres quebrados pendiam do teto, e as paredes estavam cobertas de retratos empoeirados. Clara se sentiu atraída por um deles, uma mulher de olhar melancólico. "Quem é você?", perguntou, sentindo uma conexão inexplicável. "Talvez você possa me ajudar a entender tudo isso."

À medida que explorava os cômodos, Clara percebeu que cada sala carregava sua própria energia. A biblioteca estava cheia de livros empoeirados, e ao folhear um deles, ela encontrou anotações à margem. "Amor não correspondido é como uma ferida que nunca cicatriza", leu em voz alta. Um aperto tomou conta de seu peito. "Será que Isabella se sentia tão perdida quanto eu?" A história de Isabella começou a se desenrolar em sua mente, e Clara se viu refletindo sobre suas próprias experiências de amor não correspondido.

"Por que ela não lutou por esse amor?", ponderou, imaginando a vida da mulher em meio à dor. Cada página virada parecia ecoar suas próprias frustrações e anseios. Clara sentiu que, ao descobrir a história de Isabella, ela também estaria desenterrando suas próprias verdades.

Enquanto se aprofundava na leitura, a atmosfera ao seu redor parecia se intensificar. Clara sentia que estava desvendando não apenas o passado da mansão, mas também seu próprio futuro. "Essa casa não é apenas um lugar; é um portal para a minha própria transformação", pensou. "Aqui, posso finalmente entender o que me impede de viver plenamente."

Determinada a continuar, Clara explorou cada canto da mansão, buscando pistas que a conectassem ao passado. Em cada sala, ela deixava um pedaço de sua solidão, uma intenção de se libertar. "Estou aqui, e não vou embora sem entender", declarou para si mesma, como uma promessa de que finalmente encontraria a coragem que tanto desejava.

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