Capítulo 4: Um Passo à Frente
Após a reunião com a assistente social, Clara e Ana sentiram que estavam finalmente no caminho certo. Elas já haviam começado a planejar o quarto da criança, mas agora também precisavam se preparar emocional e mentalmente para a nova fase de suas vidas. O processo de adoção era repleto de incertezas, e, ao mesmo tempo, a possibilidade de se tornarem mães parecia mais real do que nunca.
Em uma noite tranquila, enquanto jantavam em casa, Clara olhou para Ana com um brilho nos olhos. “Você se lembrou de comprar os materiais para o quarto, certo?” perguntou, em tom brincalhão.
Ana sorriu, enquanto segurava uma garfada de massa. “Sim, claro! Comprei papel de parede com desenhos de nuvens e estrelas. Quero que o quarto tenha uma atmosfera sonhadora, perfeita para uma criança.”
Clara sentiu uma onda de emoção. “Vai ser tão lindo! Mal posso esperar para ver tudo pronto.”
Com o jantar terminado, as duas decidiram que era hora de começar a trabalhar no novo quarto. Vestiram roupas velhas e foram até a loja de materiais de construção para comprar tinta, pincéis e os itens de decoração que precisavam. A energia entre elas era contagiante, e o riso ecoava pelo corredor enquanto discutiam sobre cada escolha.
“Que tal um toque de amarelo para alegrar o ambiente?” sugeriu Clara, apontando para um tom brilhante na prateleira.
“Sim, amarelo é perfeito! Vai trazer um calor ao espaço,” concordou Ana, já imaginando como ficaria a combinação com as estrelas.
Quando chegaram em casa, as duas começaram a trabalhar. Enquanto Ana aplicava a tinta nas paredes, Clara decorava as prateleiras com livros infantis, brinquedos e um ursinho de pelúcia que havia sido da sua própria infância. Cada objeto escolhido tinha um significado especial, refletindo o amor que estavam ansiosas para compartilhar.
Enquanto trabalhavam, a conversa fluiu naturalmente. Elas discutiram sobre suas expectativas para a adoção e o que esperavam do futuro. “Você já pensou no que vamos fazer no nosso primeiro dia como mães?” perguntou Ana, rindo ao imaginar a cena.
“Eu imagino que será um pouco caótico,” respondeu Clara, dando uma risada. “Provavelmente teremos que correr atrás dela, enquanto ela explora tudo pela primeira vez.”
Ana assentiu, sua expressão séria. “Sim, e também quero garantir que a criança saiba que pode contar conosco para tudo. Quero que ela se sinta segura e amada desde o primeiro dia.”
“Isso é o mais importante,” Clara concordou. “Devemos ser pacientes, porque ela pode ter passado por experiências difíceis. Precisamos estar preparadas para qualquer situação.”
A conversa tornou-se mais profunda à medida que discutiam os desafios que poderiam enfrentar. Ana falou sobre a possibilidade de a criança ter dificuldades em confiar nas novas mães e como poderiam lidar com isso. “Precisamos ser sempre abertas e sinceras. Eu quero que ela saiba que, independentemente do que aconteceu no passado, agora ela está em um lugar seguro.”
“Exatamente,” Clara respondeu, com um olhar decidido. “E, se necessário, buscaremos ajuda profissional para que ela possa se sentir confortável em se abrir conosco. O que queremos é que ela se sinta amada e apoiada.”
Após horas de trabalho, o quarto começou a ganhar vida. As paredes agora tinham um tom suave de amarelo, e o papel de parede com nuvens e estrelas estava perfeitamente colocado. Elas se afastaram um pouco para admirar o resultado e não puderam deixar de sorrir. “Estamos realmente fazendo isso!” disse Ana, com uma felicidade contagiante.
Clara se virou para Ana e segurou suas mãos. “Isso é só o começo. Estamos criando um lar, um espaço acolhedor para a nossa família.”
Depois de uma longa e gratificante noite de trabalho, as duas decidiram fazer uma pausa e tomar um copo de vinho no sofá. O cansaço se fez presente, mas o sentimento de realização era maior. O espaço que estavam criando se transformava em um símbolo de seu amor e da nova vida que estava por vir.
“Você acha que teremos uma menina ou um menino?” Ana perguntou, enquanto se aconchegava em um canto do sofá.
“Não tenho certeza,” Clara respondeu, refletindo. “Eu gostaria de ter uma menina. Sempre sonhei em ter uma filha e compartilhar tudo que aprendi na vida com ela.”
Ana sorriu, imaginando como seria. “Seria incrível, mas também adoraria ter um menino. Eu quero ensinar a ele a cozinhar e a ser gentil com todos.”
A conversa fluiu para seus sonhos sobre a educação e os valores que desejavam transmitir a uma criança. Elas falaram sobre viagens em família, as tradições que gostariam de criar e as memórias que esperavam construir juntas.
Com o passar do tempo, o cansaço começou a pesar sobre Clara. “Acho que já é hora de dormir,” ela disse, bocejando.
Ana levantou-se e apagou as luzes, mas antes de ir para o quarto, parou e olhou uma última vez para o quarto que haviam preparado. “Mal posso esperar para ver uma criança aqui,” disse ela, seu olhar sonhador.
Clara sorriu, sentindo uma onda de emoção. “Eu também. Estamos prestes a começar uma nova aventura.”
Naquela noite, enquanto se aconchegavam sob os cobertores, Clara não conseguia parar de pensar sobre o que estava por vir. Os desafios que viriam, a criança que elas iriam acolher e a possibilidade de criar uma família. O amor que sentiam uma pela outra era forte, mas a ideia de um amor ainda maior – o amor de mães para filhas ou filhos – a deixava animada e um pouco nervosa.
À medida que Clara fechou os olhos, sua mente estava repleta de imagens de risadas, abraços e um futuro brilhante. Ela sabia que, independentemente do que acontecesse, estava pronta para a aventura. E, ao lado de Ana, tudo parecia possível.
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Atualizado até capítulo 37
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