A partida

Bianca: Eu estou desesperada com tudo isso, e nem te conto a minha mãe.

Não demora muito e a minha prima retorna a ligação, e mais que de pressa eu atendo.

Alô!

Liz: Oi prima, olha eu já dei um jeito, eu arrumei um jatinho particular para vocês virem para Portugal, assim vocês não precisam de tempo para tira passa porte.

Bianca: Certo, amanhã de tardezinha eu vou, no momento propício que o filho do cabrunco não estiver aqui.

Assim conversamos mais um pouco e depois nos despedimos.

Eu olho para a minha mãe e falo, já com lágrimas nos olhos.

Mãe, me desculpe!

Regina: Te desculpar do que menina, você nunca me deu trabalho nenhum, e outra nem que se eu tivesse que sacrificar a minha vida eu não permitiria que a quele mostro colocasse as mãos em você.

Bianca: Nos abraçamos e choramos juntas, então eu falo.

Mãe o que será de nós?

Eu estou com medo de tudo isso!

Vamos para um lugar que nem conhecemos!

Regina: Calma minha filha, eu jamais vou deixar que nada de ruim aconteça a você, e se estivermos juntas vai dar tudo certo.

Bianca: Ela fala afagando os meus cabelos, mais eu sei que ela também está com medo, assim como eu.

Fizemos duas malas cada uma e quase amanhecendo é que fomos nós deitar um pouco.

Acordamos já estava próximo do almoço, então fizemos alguma coisa rápida para comer, choramos mais um pouco em ter que deixar a nossa casinha simples, mais que construímos com muito esforço, tendo que abrir mão de muitas coisas e também com a ajuda da patroa da minha mãe.

Eu confesso que estou indignada de ter que abandonar os meus sonho por causa de um cara que pensa que manda em tudo.

As horas passam de pressa, e assim que o muçum da um toque no meu celular, eu chamo um Uber, não demora muito e ele aparece.

Colocamos as nossas coisas discretamente no carro e sem demora partimos dali.

Eu nem pude me despedir dos meus amigos e do muçum, pois ele não poderia dar bandeira.

Saímos quase que fugidos da quele lugar e com um aperto no peito.

Chegamos no local combinado, e rapidamente entramos no jatinho, eu não via a hora da quele avião estar no ar, para não correr nenhum risco de alguma coisa da errada.

Tinha dois homens enormes nos esperando e assim que eu me identifiquei ele já pegou as nossas bagagens.

Eu paguei o motorista do uber e logo entramos no jatinho que nos aguardava, já no último degrau, eu dou uma última olhada para trás, me despedindo, as lágrimas são inevitáveis e assim eu entro.

Logo me acomodo na poltrona e assim o nosso avião decola.

Eu encosto a minha cabeça no ombro da minha mãe e mais uma vez eu deixo as lágrimas rolaram incessantemente.

Vários sentimentos passam pela minha mente, desde quando eu entrei nesse avião, medo, medo de nunca ter voado, medo do que me espera e mais um turbilhão de sentimentos juntos e misturado.

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