Confronto no Pátio

O colégio Nakamura era conhecido por sua excelência acadêmica e estrutura invejável, mas também tinha seus problemas como qualquer outra escola. Entre eles, a presença de um grupo de valentões que se autoproclamavam os "Reis do Pátio". Liderados por Ryuji, um estudante do terceiro ano conhecido por sua força física e agressividade, o grupo intimidava alunos mais fracos e menos populares.

Akira Tsubaki, com sua frieza e inexpressividade, passava despercebido pela maioria dos alunos, mas seu recente destaque devido à sua interação com Haruka e sua confrontação com a professora Suzuki chamou a atenção de Ryuji e seus seguidores.

Numa manhã, após a aula de educação física, Akira estava a caminho da biblioteca quando Ryuji e seu grupo o interceptaram no pátio. Ryuji, um jovem alto e musculoso, com um sorriso arrogante, bloqueou o caminho de Akira.

— Então você é o famoso Akira Tsubaki, o cara que desafiou a professora Suzuki e virou amigo da intocável Haruka, — disse Ryuji, com um tom de zombaria. — Acho que você está precisando de uma lição sobre como as coisas realmente funcionam por aqui.

Akira levantou os olhos lentamente, seus olhos verdes frios encontrando os de Ryuji. — Eu não estou interessado em brigas infantis, — respondeu ele calmamente, tentando contornar Ryuji.

Ryuji colocou a mão no peito de Akira, impedindo-o de seguir adiante. — Ah, mas eu insisto, Tsubaki. Vamos ver se você é tão durão quanto parece.

Akira suspirou, percebendo que Ryuji não iria deixá-lo em paz. — Se você insiste, — disse ele, sua voz permanecendo calma.

Ryuji sorriu de maneira maliciosa e fez um sinal para seus seguidores, que cercaram Akira, prontos para intimidá-lo. Porém, o que se seguiu foi algo que ninguém esperava.

Akira, com movimentos rápidos e precisos, desviou do primeiro soco de Ryuji, pegando o braço do valentão e torcendo-o com uma força surpreendente. Ryuji gritou de dor, mas antes que seus seguidores pudessem reagir, Akira já estava em ação. Com uma série de movimentos calculados e eficientes, ele desarmou e neutralizou cada um dos valentões, usando a própria força deles contra eles.

Em questão de minutos, os "Reis do Pátio" estavam no chão, gemendo de dor e humilhação. Akira, impassível, observava a cena com um olhar frio.

— Isso é o que acontece quando subestimam alguém, — disse ele, sua voz gelada. — Da próxima vez, pensem duas vezes antes de incomodar alguém que só quer seguir sua vida em paz.

Os alunos que assistiam à cena ficaram boquiabertos, incapazes de acreditar no que tinham acabado de testemunhar. Akira Tsubaki, o aluno inexpressivo e frio, acabara de humilhar os valentões mais temidos da escola com uma facilidade assustadora.

Ryuji, ainda no chão, olhou para Akira com um misto de medo e respeito. — Quem... quem diabos é você?

Akira se virou para sair, sem se preocupar em responder. — Só alguém que não tolera estupidez, — disse ele, enquanto se afastava em direção à biblioteca.

Haruka, que havia chegado no meio da confusão, correu até Akira, seus olhos cheios de admiração e surpresa.

— Tsubaki, você foi incrível! Como você fez aquilo? — perguntou ela, tentando acompanhar seu passo.

Akira deu de ombros, mantendo sua expressão neutra. — Apenas usei o que aprendi. Eles não são tão fortes quanto pensam.

Haruka sorriu, sentindo-se cada vez mais intrigada e impressionada com Akira. — Você realmente é um enigma, Tsubaki. E eu estou ansiosa para descobrir mais sobre você.

Akira não respondeu, mas por um breve momento, um vislumbre de satisfação passou por seus olhos. Ele sabia que sua vida no colégio Nakamura nunca mais seria a mesma depois daquele dia, mas, de alguma forma, ele estava pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse.

A notícia sobre o confronto entre Akira e os "Reis do Pátio" espalhou-se rapidamente pela escola, e não demorou para que chegasse aos ouvidos da direção. O diretor Yuji, embora preocupado com o incidente, decidiu ouvir o lado de Akira antes de tomar qualquer decisão.

— Tsubaki, pode vir à minha sala? — chamou o diretor Yuji, com um tom firme mas compreensivo.

Akira, sem demonstrar nenhuma emoção, seguiu para a sala do diretor. Ao entrar, encontrou Yuji sentado atrás de sua mesa, com uma expressão séria.

— Sente-se, Akira, — disse o diretor, apontando para a cadeira à sua frente. — Eu ouvi sobre o que aconteceu no pátio hoje. Você pode me contar sua versão dos fatos?

Akira assentiu e relatou o incidente com precisão e objetividade, sem omitir detalhes, mas também sem exagerar. Ele explicou como foi abordado por Ryuji e seu grupo, e como agiu em legítima defesa quando percebeu que não poderia evitar o confronto.

Yuji ouviu atentamente, sua expressão suavizando à medida que Akira falava. — Eu entendo, Akira. Parece que você não teve escolha a não ser se defender. Vou falar com os outros envolvidos e garantir que isso não aconteça novamente.

Akira assentiu, mantendo seu olhar frio. — Obrigado, diretor. Só quero seguir minha vida escolar sem problemas.

Yuji sorriu levemente. — E você tem todo o direito de fazer isso. Vou me certificar de que os responsáveis sejam punidos adequadamente. E, Akira, parabéns por ter mantido a calma e agido com responsabilidade. Não é fácil enfrentar valentões assim e sair por cima.

Akira se levantou, pronto para sair. — Obrigado, diretor. Agradeço sua compreensão.

Ao sair da sala do diretor, Akira encontrou Haruka esperando por ele no corredor. Ela sorriu quando o viu, com um brilho de alívio e admiração nos olhos.

— Tudo resolvido? — perguntou ela.

Akira apenas assentiu com a cabeça, mantendo sua expressão neutra. Sem mais palavras, ele começou a caminhar em direção à biblioteca, e Haruka o acompanhou, respeitando seu silêncio.Enquanto caminhavam juntos pelo corredor, Akira não podia deixar de sentir uma leve mudança dentro de si. A presença de Haruka e seu apoio silencioso estavam começando a fazer a diferença. Embora ele ainda mantivesse sua frieza, uma pequena faísca de algo novo começava a surgir.

E assim, com novos desafios superados e uma aliança cada vez mais forte, Akira Tsubaki continuava sua jornada no colégio Nakamura, pronto para enfrentar qualquer obstáculo que surgisse em seu caminho.

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