Lucian ainda sentia o gosto do beijo de Yasminy nos lábios, mas algo dentro dele gritava que havia algo errado. O toque dela não se comparava ao de Aurora. Era diferente… vazio. Ele tentou ignorar o pensamento, mas não conseguia evitar a comparação. Estava confuso, dividido entre o que deveria fazer e o que realmente desejava.
Antes que pudesse organizar as ideias, um rosnado ecoou perto dele. Lucian se virou com rapidez, instintivamente protegendo Yasminy, colocando-a atrás de si. Seus olhos se encontraram com os de Aurora, agora vermelhos de fúria. Ela havia visto tudo — o pedido de acasalamento que Lucian havia feito à outra loba e o beijo que selava aquele compromisso forçado.
Lucian sentiu um calafrio. O vínculo. Ele podia sentir a tensão que vibrava entre elas. Se não fizesse algo, Aurora poderia atacar. Yasminy, embora insuportável, era uma guerreira treinada. Aurora, não. Ela jamais teria chance em uma luta.
A voz de Max, seu lobo interior, rugiu dentro de sua mente.
— Você já a machucou o suficiente!
Lucian tentou controlar a situação.
— Senhorita Colton! — bradou com autoridade — Ordeno que respeite sua futura Luna! Se retire imediatamente ou será presa nas masmorras por uma semana, sem água e sem comida!
Mas Aurora não recuou. Seu olhar estava cravado nos dois com ódio e dor. A raiva brilhava em seus olhos como brasas acesas, e sua respiração era pesada.
Yasminy, por sua vez, piorou ainda mais a situação. Com o tom carregado de desprezo, disse:
— Por acaso, ela era algum casinho seu? Se for, descarte-a de uma vez. Como sua companheira, não vou aceitar que se divirta com empregadas.
Lucian fechou os punhos. Queria silenciar Yasminy, mas não podia expor o vínculo ali, diante de todos. Então, usou sua voz de Alfa:
— Aurora! Eu ordeno que pare agora!
Ela o encarou por alguns segundos. E naquele olhar, havia mais que raiva — havia mágoa, decepção e uma dor tão profunda que o deixou sem ar. Em silêncio, ela se virou e correu em direção à floresta, deixando apenas a poeira e a angústia para trás.
Aurora correu sem pensar. Sua loba, Kyra, assumiu o controle, rasgando a floresta com velocidade e fúria. As árvores passavam como vultos ao redor, e o vento não era suficiente para acalmar o calor que tomava conta do seu peito.
Quando Kyra finalmente se cansou, ambas retornaram para casa. Aurora vestiu suas roupas e tentou retomar a rotina, lutando contra a dor no peito. Não podia permitir que aquilo a destruísse. Seria forte. Por si, pela família. Por tudo o que havia superado até ali.
Nos dias seguintes, fez o possível para se manter ocupada. Queria evitar pensar em Lucian — e principalmente no dia em que ele marcaria Yasminy. Sabia que esse momento viria, e quando chegasse, doeria. Mas não se humilharia por alguém que já deixara claro que não a queria.
Era seu dia de folga quando Kayla a convidou para sair. Aurora aceitou. Precisava distrair a mente. Caminharam até a sorveteria da vila, conversando sobre coisas leves, tentando manter o clima descontraído. Mas Aurora não estava bem.
Começou a suar, mesmo com o clima ameno. Seu corpo estava quente demais, e seus pensamentos… estavam longe, intensos e indesejados.
Kayla notou imediatamente.
— Rory, você está suando. Está tudo bem?
Aurora assentiu, sem convicção.
— Acho que meu corpo está estranho. Sinto calor… e…
Kayla arregalou os olhos.
— Pela deusa! É sua primeira bruma!
Aurora empalideceu.
— Você quer dizer… meu primeiro cio?
Kayla confirmou com a cabeça.
— Sim. E a primeira bruma é intensa. Você vai atrair todos os lobos não acasalados por perto. Precisa voltar para casa agora! A menos que… queira se entregar a alguém antes de encontrar seu companheiro.
Aurora olhou em volta. Alguns homens já a observavam com olhos famintos. Farejavam o ar, sabiam o que estava acontecendo.
— Preciso ir! — exclamou.
Kayla a acompanhou até a casa da matilha. Ainda bem que Aurora havia visitado os pais mais cedo, pois quase não restavam roupas em casa. Lucian havia mandado buscar todas suas coisas — sem aviso, sem explicação.
Ao chegar, Aurora se despediu da amiga e correu para o quarto. No caminho, chocou-se com um muro… ou melhor, com o peito musculoso de Lucian.
— Aurora…
Ela arregalou os olhos e tentou passar por ele.
— Alfa, preciso ir!
Mas ele a seguiu, entrando em seu quarto logo depois. Aurora sentou-se na cama, tentando recuperar o fôlego.
Lucian parou ao farejar o ar. Seus olhos brilharam.
— Fique longe de mim! — ela disse, firme.
Ele se aproximou.
— Tem certeza que é isso que quer?
Ela não respondeu. Ainda sentada, sentia o corpo tremer. Lucian sentou-se ao seu lado. O calor era insuportável. O desejo, incontrolável.
E então, sem aviso, ele a beijou. Foi um beijo urgente, faminto. O toque dele incendiava sua pele. Aurora cedeu, perdida no momento. Deitou-se, com Lucian sobre ela, explorando cada centímetro do seu corpo, até que seus lábios desceram pelo pescoço. Quando menos esperava, ele afundou as presas em seu peito, marcando-a.
Ela gritou. Uma mistura de dor e prazer. Depois, ele se afastou, como se nada tivesse acontecido.
— Isso manterá os outros longe de você.
Ela se sentou, atônita.
— O que você fez? Não tinha esse direito!
— Você é minha, Aurora. Só minha!
— Não sou! A sua companheira será Yasminy!
Lucian sorriu, amargo.
— Não foi o que pareceu quando estava quase se entregando a mim.
E saiu, deixando-a furiosa e vulnerável.
Nos dias seguintes, nenhum lobo ousou se aproximar de Aurora. A marca estava ali, visível para todos. Tentou escondê-la, fugir de Lucian e, principalmente, de Yasminy. Conseguiu evitar ambos por cinco dias.
Mas na manhã do sexto, Yasminy apareceu.
— Empregada, qual é mesmo o seu nome?
— Aurora, senhora.
— Ótimo. A partir de agora, será minha empregada pessoal. Meu pai e o meu Lucian decidiram que nossa cerimônia de acasalamento será daqui a duas semanas. Estou me mudando para cá. Não é maravilhoso?
— Sim, senhora…
— Como minha serva pessoal, fará todas as refeições ao meu lado. Começando agora.
Aurora a seguiu até o jardim. Uma mesa farta estava montada — exatamente no local onde Yasminy e Lucian haviam se beijado pela primeira vez.
— Esse lugar é especial. Foi aqui que demos nosso primeiro beijo. Não é maravilhoso?
Aurora conteve o impulso de socá-la.
— Maravilhoso… — respondeu com desprezo.
Os dias seguintes foram torturantes. Yasminy parecia empenhada em tornar sua vida um inferno. Aurora sentia-se cada vez mais fraca, com náuseas frequentes. Algo estava errado.
No fim de mais uma caminhada pela floresta, avistou Luke vindo em sua direção. O olhar dele era carregado de preocupação.
— Aurora, o Alfa quer falar com você. Agora. Em seu escritório.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Elenita Ferreira
Será que a futura Luna descobriu a verdade e a está envenenando??😳😳😳🤔🤔🤔😕😡
2025-04-02
0
Denise Gonçalves das Dores
Com certeza essa bruxa está envenenando a Aurora. Autora, não quero a Aurora com esse idiota.
2025-06-25
1
Alessandra Almeida
É tua folga, vai pra casa da tua família. Fica longe do idiota do Alfa, principalmente agora.
2025-03-29
2