Olá, meu nome é Lucas Black. Sou um ômega. Tenho quarenta anos e sou virgem.
Olá, Lucas! - Ele havia repetido esse diálogo consigo mesmo por muitos anos, olhando para si no espelho antes de escovar os dentes. Nessas frases havia tudo: autodesprezo, desespero e ironia amarga. E também resignação.
A aceitação não veio facilmente. Foi um processo gradual, construído ano após ano, cada repetição marcada apenas pela mudança do número que indicava sua idade. Com o tempo, a dor aguda transformou-se em uma indiferência resignada, e Lucas Black aprendeu a conviver com seu destino aparentemente imutável.
Ele às vezes até ironizava esse assunto delicado em conversas com seus pais. Felizmente, com o tempo, essas conversas se tornaram cada vez mais raras. O auge das conversas edificantes aconteceu quando ele tinha entre vinte e sete e trinta anos. Naquela época, seus pais praticamente iniciavam cada ligação perguntando se ele havia encontrado alguém.
O pai ômega, até mesmo em segredo do marido, começou a sugerir: "O importante é ter um filho, não importa como. Nós ajudaremos vocês a se estabelecerem." Mas mesmo pressionado, Lucas não conseguia admitir a verdade simples e dolorosa: não havia ninguém. Essa confissão só veio aos trinta e cinco anos, quando os primeiros fios prateados começaram a aparecer em seu cabelo e as linhas de expressão se evidencia em seu rosto ainda agradável.
Para se defender, Lucas adotou uma explicação prática:
- Sempre existem pessoas que priorizam a carreira. Sou uma delas. Alguém precisa ser\, nem que seja para manter as estatísticas equilibradas - afinal\, três por cento dos alfas e cinco por cento dos ômegas morrem virgens.
Seus pais, no entanto, recusavam-se a aceitar essa justificativa. O pai ômega orquestrou uma série de "soluções": primeiro, um psicólogo; depois, um grupo suspeito chamado "Atrair a Felicidade" que mais parecia uma seita; e por fim, um charlatão que prometia acabar com a "maldição da solteirice" por uma quantia "simbólica" - equivalente a meio ano do salário de Lucas.
O pai alfa tentou uma abordagem mais direta, apresentando Lucas a diversos alfas solteiros de seu círculo social. Quando essas tentativas falharam, ele simplesmente desistiu. Convenientemente, isso coincidiu com a gravidez dos irmãos gêmeos mais novos de Lucas, de vinte e quatro anos, embora seus alfas não tivessem se casado com eles. Os pais puderam então focar sua atenção nos filhos "normais", reduzindo o contato com Lucas a jantares esporádicos e telefonemas mensais repletos de perguntas superficiais e respostas vazias. Lucas entendia perfeitamente que seus pais se envergonhavam dele, mas não os culpava - ele próprio carregava essa vergonha.
Na infância, nada indicava o desastre. Ele era um ômega comum: estatura média, peso médio, aparência comum. Tudo nele era trivial, nada se destacava. Até mesmo o nome. Seria difícil inventar um nome mais prosaico do que Lucas Black, a não ser talvez Lucas Silva. Quando começou a procurar as razões de sua vida mal-sucedida, o nome foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça. O que custava aos seus pais chamá-lo de isac, ou Castiel, ou john, ou Emanuel? Embora Emanuel já fosse um exagero. Mas Lucas? Será que eles tinham tão pouca imaginação?
A segunda razão, ele concluiu, era sua aparência. Enquanto alguns ômegas eram deslumbrantes, outros tinham traços marcantes - olhos hipnotizantes ou lábios sensuais - e alguns eram tão perfumados que sua beleza física se tornava secundária. Lucas era apenas... agradável, ou seja, nada de especial. Um metro e sessenta e cinco, sessenta quilos, olhos verdes - todas as medidas e características mais comuns para um ômega. Sem beleza extraordinária, sem traços memoráveis, sem um aroma sedutor
Ele não possuía nem uma beleza deslumbrante, nem traços marcantes, nem um aroma particularmente cativante. Ele era apenas um rapaz simpático, um ômega com medidas comuns. Nada incapaz de capturar e manter o olhar de qualquer alfa. Apenas um Ômega comum.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 87
Comments
Leisiane Costa reis
Meu pai teve muita imaginação meu nome é Leisiane e nunca vi alguém com o nome parecido com o meu 😅😅😅😅👍👍
2025-04-29
1
girassol 🌻
caramba ele é mais alto que eu kkk
2025-04-30
1
juliana Sereno
É muita cobrança por isso a pessoa até se retrai.
2025-01-07
0