capítulo 2

💞Elena 💞

Volto para casa subindo imediatamente para o meu quarto, me jogo na cama e me pego pensando...

Como foi que vim parar aqui?

Como uma mulher independente, sensata e segura de si como eu, se sujeita a um casamento assim?

Amor?

Não!

Acho que isso já passou a tempo. Amei Gregório um dia sim, só que isso ficou lá atrás.

Virou um costume, uma rotina, dois estranhos sob o mesmo teto.

É difícil de explicar, quando nem eu mesmo entendo. Desisto de ir para a casa de modas já que lá terei que vê-lo e realmente não estou a fim.

Preciso de um dia para mim, um dia para pensar e refletir o que está em jogo, então me afundo cada vez mais sob meu colchão retirando as roupas casuais de serviço e jogando-as em um canto qualquer.

Poxa! Elena quando se tornou fraca assim? — Brigo comigo mesma. A minha vida está passando a cada segundo sem que eu perceba e não estou fazendo nada para mudar isso.

Deixei de sorrir, de sentir aquele frio na barriga sempre que a pessoa chega perto, aquela loucura boa, o desejo de fazer amor após um simples toque, deixei de viver por um homem que se quer me respeita. O que Gregório e eu tivemos não passou de atração.

Simples assim! Aos poucos tudo foi acabando até que não restasse nada.

Olho meu closet que deixei aberto de tanto Gregório berrar lá de baixo me apressando mais cedo, e lá estava ele, meu biquíne que a tempos não uso. Sim, tenho uma casa enorme cheia de luxos que na falta de uma, há duas piscinas tudo isso para um casal distante, sem perspectiva de vida conjugal, e quantas vezes entrei nela. Nenhuma!

Minha vida é trabalho e mais trabalho. Estou farta disso.

Quer saber, que se dane o trabalho por hoje.

Me coloco dentro dele e saio para meu jardim. Hoje sozinha aqui sem ninguém para dizer ou mandar que eu faça algo farei o que eu quiser.

Mergulho de cabeça naquela água que há princípio está fria, só que com o passar do tempo ela se torna morna, tão morna quanto minha relação.

Só que ela me ajuda a lavar a alma.

Quando olho para cima subindo para respirar um pouco após um dos muitos mergulhos vejo uma menininha parada na minha frente, ela é tão doce e serena que chega a dar vontade de ter uma.

__ Kate, onde está? Não é hora de brincar de se esconder. — Ouço uma voz masculina procurando por alguém preocupado.

Saio da água e apenas coloco uma saída de banho.

_ Você é a Kate? — Pergunto para aquela doce garotinha.

__ Sim. — Ela responde cabisbaixa.

__ Acho que o papai está preocupado com você Kate, não deve sair sozinha por aí, é perigoso. — Ela sorri envergonhada.

A doçura e inocência das crianças me encanta, um ser tão inocente que ao mesmo tempo sabe muito, elas enxergam nossa alma e são verdadeiras.

Já viram uma criança mentir?

__ Você está triste não está? Não gosto de ver as pessoas tristes por isso vim até aqui. — As palavras daquela doce garotinha mostram o quão evidente é a minha amargura.

Sim, eu estou mais triste e perdida que nunca, só que não falaria isso para ela.

_ Não querida, eu não estou! Vamos achar o papai agora, certo?

Ela não desiste.

__ Está sim, o papai sempre fica triste assim como você. — Ela me surpreende, uma menina tão nova falar tão bem sobre tristeza. Ela não tem mais de quatro anos, isso é surreal.

__ Os adultos têm muitos problemas e às vezes parecem tristes, mas só estamos cansados. Agora vamos achar o papai?

Pego sua mãozinha a levando até a casa ao lado, ela caminha comigo sem questionar. O belo rapaz perambulava de um lado pelo outro chamando por Kate, e quando me viu de mãos dadas com ela não conseguiu evitar o olhar, de cima a baixo, fitando tanto aquela situação como o meu corpo todo.

Tento me cobrir um pouco, só que está saída de banho não ajuda.

__ Kate estava preocupado meu amor. — Ele diz quando consegue tirar seus olhos de mim e se voltar para a garotinha, que corre e o abraça.

__ Fui ver minha amiga papai. — Kate me puxa para aquele abraço que passa a ser triplo, nós fazendo rir sem jeito.

Ela não deve ser uma criança travessa, já que o rosto daquele homem demonstra um certo espanto, como se ele estivesse surpreso com tal situação.

__ Ela também pode ser sua amiga, ela é muito legal papai. — Ela finaliza seu pensamento.

__ Pode sim, querida. — Ele a beija ternamente. — Só avise ao papai quando quiser ver sua amiga ok? Você me deixou muito preocupado.

Kate balança a cabeça em concordância.

__ Você deve ter algo muito especial Elena. — Ele fala do nada me surpreendendo.

Como sabe meu nome?

Será que ele ouviu o idiota de meu marido me chamando de sonsa? Que vergonha

_ Eu, especial? Acho que não! — Respondo, ele sorri.

__ Tenho certeza! Kate raramente fala com estranhos, e ela parece uma tagarela na sua presença. — Responde me surpreendendo ainda mais.

Não sei dizer porque sinto-me feliz com isso.

__ Será que você ganhou da Elena a pílula falante igual a Emília? — Ele diz a Kate relembrando uma história infantil.

__ Eu acho que sim papai, a menina responde sorridente. — Ele então faz cócegas nela que sorri desenfreadamente.

__ Obrigado por trazê-la até aqui. — Me agradece quando acaba sua brincadeira divertida. — Prazer me chamo Stefan.

__ Não foi nada. Eu me chamo Elena, mas acho que você já sabia.

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Comments

Sineia Soares

Sineia Soares

Ela vai dar a volta por cima

2023-10-06

4

Lucia Maria

Lucia Maria

ELA TEM QUE DESCOBRIR SE O MARIDO DELA TRAI ELA

2023-08-27

0

ELIETE SILVA 🌹❤️

ELIETE SILVA 🌹❤️

começando a ler. muito bem AUTORA, tô gostando de ver as fotinhas.

2022-12-02

0

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