Capítulo 01- Piloto

Apresentação

Sou Alexsandra Reis, mas todos me chamam de Alex, tenho 27 anos, sou bióloga marinha, estou nas últimas semanas da minha 2° especialização, amo os animais, mas tenho um carinho maior por os seres do fundo do mar, sou brasileira, mas tenho nacionalidade americana também, devido ao meu pai que é americano, já a minha mãe é brasileira, sou filha única, sempre quis ter mais irmãos, mas meus pais decidiram que seria somente eu mesma, o que não tem problema, já que tenho minha melhor amiga, Ingrid, ela é como uma irmã para mim crescemos juntas, e depois da morte de sua mãe, meus pais criaram ela como uma segunda filha, somos inseparáveis. Ela foi meu ponto de força aqui na terra, claro, quando meus pais se separaram, foi um baque muito forte pra mim, sempre vi meus pais como minha inspiração em tudo, principalmente no amor, mas nem tudo é como sonhamos, não é mesmo? Queria ter ficado com minha mãe, mas na época ela não estava muito bem financeiramente e acabou perdendo minha guarda, não que meu pai seja ruim, só era difícil de aceitar, ter que mudar assim de vida bruscamente, vim morar em outro país, sem minha mãe, sem a Ingrid pra me fazer companhia nesse lugar desconhecido, terminei meu colegial, e logo em seguida entrei em Harvard, meu pai começou a namorar com uma mulher insuportável, ver ele aos beijos e todo esse chamego com outra mulher que não fosse minha mãe, era algo terrivelmente incômodo, uma grande parte da minha adolescência foi bem turbulenta. Graças a Deus tudo é fase e aprendizado, hoje sou uma mulher feita, preste a realizar mais uma etapa na minha vida, agora tenho meu próprio apartamento e mudei de cidade, vim morar em Nova York devido o trabalho, e claro que a Ingrid veio junto, assim que ela terminou sua universidade no Brasil, também em biologia, ela se mudou pra Nova York comigo, a real é que fazemos quase tudo juntas, pra compensar os longos anos distantes, trabalhamos e estudamos nos mesmos lugares. Minha nossa e como sempre estou mega atrasada para aula, sempre nas sextas me atraso mais que o normal, devido a correria no meu trabalho, amo a aula de estatística, acho o professor Flack um fofo com aquele jeitão nerd dele, o pessoal da minha sala já acha ele esquisito, bom cada um com seus gostos, melhor eu correr isso sim.

...

Visão da Alex 

Alex- droga atrasada de novo [eu olho o relógio correndo enquanto pego minhas coisas]

Ingrid- e quando é que você não está? [ela ri da minha cara]

Alex- não enche, eu disse que você não precisava me esperar

Ingrid- de boa, não gosto da cadeira mesmo

Alex- não sei porque, é uma das melhores cadeiras que temos

Ingrid- você fala isso porque é boa com números, eu sou de humanas

Alex- pronto acho que peguei tudo

Ingrid- então vamos indo?

Alex- vamos

Já dentro do carro eu dou a partida e na mesma hora meu celular toca, eu dou ele a Ingrid que atende, era minha mãe, Ingrid coloca no viva-voz, ela nos deseja um ótimo dia, e ficamos conversando sobre um pouco de tudo, para nossa sorte o transito não estava caótico como de costume, afinal Nova York nunca dorme. Minha mãe me liga todos os dias desde que passei a morar sozinha aos meus 18 anos, uma vez por ano, tanto ela como meu pai, eles vem me visitar e passam uns dias, esse ano eles vão vim para passar o ano novo, parece que será agitado, minha mãe enfim conseguiu seguir em frente e se permitiu entrar em outro relacionamento, ele é muito legal, e trata minha mãe como rainha, meu pai continua com a loira oxigenada, depois de anos aturando ela, até que me acostumei com aquela cara azeda. Meus pensamentos engraçados de como será esse ano são cortados quando chegarmos na universidade de Harvard, sim minhas 2 especializações foram também aqui, onde me graduei.

 Ingrid- melhor corremos [ela estica sua mão para mim]

Alex- maluca [saímos correndo de mãos dadas] desculpa o atraso professor [falo com a voz ofegante]

Flack- acho que isso já virou um hábito, podem entrar dessa vez meninas [ele abre passagem para nós, enquanto me olha com um olhar estranho]

Alex- obrigada

Ingrid- acho que ele gosta de você [ela sussurra no meu ouvido assim que sentamos nas carteiras]

Alex- deixa de ver coisa onde não tem, não percebeu a ignorância dele escondida no sarcasmo dele não?

Ingrid- é sério, eu notei como ele te olha, é diferente de como ele olha pra qualquer um aqui

Alex- acho que você está viajando

Ingrid- anota ai o que eu digo, o professor esquisito gosta de você, e pelo jeito você dele, não pense que eu acredito nesse lance de cadeira favorita ser só pela estatística

Alex- não chama ele de esquisitão Ingrid, ele pode ouvir 

Flack- meninas, alguma coisa que queiram compartilhar com a turma? [ele nos assusta com a chamada de atenção]

Ingrid- não professor, só estava com dúvida nesse exemplo, mas a Alex me explicou direitinho [ela mente descaradamente]

Flack- ok, se tiver mais alguma dúvida é só perguntar a mim [ele se vira para o telão]

Alex- viu só?

Ingrid- isso é tesão reprimido 

As horas vão se passando vagarosamente, é trabalho em cima de trabalho, ainda bem que está perto de acabar, para meu alivio mental chegou o fim da aula, sei que disse que gosto de estatística, mas as vezes é sufocante, poxa minha mente só vem número nesse momento, os alunos saem numa correria só da sala, enquanto eu guardo minhas coisas lentamente, Ingrid está quase me puxando pelo braço.

Alex- tem calma garota [pego minha mochila]

Ingrid- se você soubesse a fome que estou aqui, não lesaria tanto assim

Alex- ok esfomeada, vamos [estamos saindo quando o professor me chama]

Flack- senhorita Reis, posso falar brevemente com você?

Alex- ah claro [eu olho pra minha amiga dando sinal para ela ir sem mim] pois não?

Flack- gostaria de pedir desculpas por mais cedo, não quis ser grosso ou algo do tipo

Alex- ah tudo bem, comparado a outros professores o senhor foi até gentil [eu lhe dou um sorriso tímido]

Flack- não me chame de senhor, isso faz eu parecer mais velho do que sou, e só temos alguns anos de diferença 

Alex- desculpa professor [eu olho em seus olhos verdes escondidos debaixo daquele cabelo grande e seu aparelho dentário] era só isso?

Flack- ah... ah sim, era, era só isso [ele gagueja e fica vermelho] já pode ir, se quiser claro

Alex- ok, até a próxima semana então

Flack- até, bom fim de semana

Alex- pra você também

Eu saio da sala e vou atrás da Ingrid, o que não é difícil de achar, ela estava sentada numa mesa para duas pessoas no nosso lugar favorito do refeitório, eu pego algo para eu comer e vou em sua direção, claro que ela me metralha com perguntas, algumas bem malucas, eu falo tudo que ele disse e ficamos ali conversando antes de dar a hora da próxima aula, o resto do dia se passa rápido, o que eu acho ótimo, só quero um banho e minha cama, vai ter uma festa da fraternidade, mas a real é que não estou muito afim de ir não, quero aproveitar essa folga do trabalho pra descansar, já Ingrid está toda animada, é tanto que não vai nem voltar comigo pra casa, ela vai direto pra festa com o Max seu namorado, eu não gosto muito dele não, mas eles namoram a uns 4 anos. Me despeço da minha amiga que tenta mais uma vez me levar na tal festa, mais a resposta é a mesma, um não, vou para meu carro entro, coloco o cinto e respiro fundo, aliviada por esse dia ter acabado, dou a partida mais o carro não da sinal, tento mais uma vez e nada, vou dar uma olhada no motor e é algo mais complicado do que pensei, estou muito cansada pra isso, fecho o capô, pego minhas coisas, travo o carro e vou para a parada mais próxima esperar por um táxi, mais tá parecendo mais um deserto, cadê aqueles milhões de táxis circulando quando se precisa de um? Já estou uns 10 minutos ali parada e nada, e para piorar o tempo fechou bonito pra chuva, sou arrancada do meu devaneio pela voz masculina que reconheço bem.

Flack- aceita uma carona?

Alex- obrigada, não precisa se preocupar, vou esperar um táxi

Flack- táxis há essa hora e hoje vai ser difícil de aparecer

Alex- ah [eu olho para um lado, olho para outro] então eu aceito a carona

Flack- ótimo, então entra [ele me chama destravando a porta da frente do passageiro]

Alex- obrigada, meu carro resolveu me deixar na mão

Flack- se quiser posso dar uma olhada

Alex- não precisa, vou mandar alguém vim buscar depois [olho para o relógio] achei que todos já tivessem ido embora!

Flack- pra sua sorte, eu costumo sempre revisar algumas coisas antes [vejo um sorriso de canto tímido se formar em sua boca]

Alex- sorte mesmo a minha [eu retribuo o sorriso]

Ele liga o som colocando na minha musica favorita do cantor Akon “Don't Matter”, isso me surpreendeu, pois ele não parece o tipo de cara que escutava esse tipo de música, eu não resisto e acabo cantarolando junto com a música, ele faz o mesmo, e isso cria um clima agradável no decorrer da curta viagem, quando a música termina rimos das nossas performances e começamos a conversar sobre nossos gostos musicais, logo estávamos falando dos nossos sonhos e varias coisas aleatórias, o percussor demorou uns 35 minutos ate chegarmos em frente ao meu apartamento, retiro o cinto, olho fixamente pra ele e lhe agradeço com um sorriso singelo, abro a porta do carro, e quando me viro para fechar me abaixo na altura que dê pra ver seu rosto, então lhe agradeço mais uma vez e lhe ofereço algo pra beber por educação, ou talvez por não ter mais assunto, de todo modo ele recusou, disse que tinha muita coisa pra colocar em dia, talvez tenha sido melhor mesmo, afinal estou sozinha em casa, onde estava com a cabeça? Pedir algo pra comer e enquanto não chega tomei meu banho e vestir um pijama confortável, quando a comida chegou fui comer assistindo alguns episódios da minha serie favorita “Supernatural”, depois de uns 4 episódios escovei meus dentes e me joguei na minha cama, e acabei pegando no sono.

Alexsandra, 27 anos; Ingrid, 27 anos; Flack, 30 anos; Max, 27 anos:

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