Após o que aconteceu com aquela garota misteriosa, Ritter partiu do território do Marquês junto com suas tropas, pois sua missão é manter à margem aqueles que tentem causar problemas no império e é uma boa forma de se manter longe de Delia, ela tomou sua decisão, por isso já não pode fazer nada, apenas espera que ela seja feliz.
As tropas avançam, notando que não muito longe daquele lugar há outro território, seu capitão, chamado Marius, lhe diz que esse é o condado de Adilia, o qual pertencia à esposa do grão-duque Von Hansen. Ritter observa a mansão que se destaca ao longe.
— Então é aí que ela viverá seu exílio, mais que um castigo é um prêmio. — menciona com certa zombaria.
— Para uma garota como lady Von Hansen, viver em um condado longe da capital, é a pior coisa que pode acontecer. — responde Marius.
— Teve sorte de ter um pai influente. —
— Vamos amigo, você também acha que ela é culpada? Eu não acho, é muita coincidência que as provas estivessem em seu quarto, ela é uma jovem inteligente, não teria guardado as evidências em seu quarto, é absurdo. — lhe diz Marius.
Ele também pensou isso em seu momento, essas provas eram bastante convenientes, o que seria bobo para Alesha guardá-las em seu quarto. Mas ela já foi julgada e ninguém pareceu se importar, ninguém se preocupou em investigar de maneira mais profunda o crime.
Após chegar onde haviam solicitado ajuda, ficaram sabendo que os bandidos foram para o território do condado Adilia, mas há pouco tempo os corpos foram pendurados na fronteira de dito condado.
— Parece que os cavaleiros de Adilia se adiantaram. — menciona Marius.
— Ao menos fazem seu trabalho. Regressemos, temos que enviar o informe. —
Devido a que tinham que ir em breve para outro lugar, iam regressar ao território do Marquês, mas uma chuva torrencial começou a cair enquanto iam de volta e não havia povoado próximo, por isso Marius lhe sugeriu pedir refúgio na mansão do condado, coisa que a Ritter não lhe pareceu nada agradável, mas não podia permitir que seus homens adoecessem, sabe que a chuva não vai parar e que haverá frio essa noite, assim que ordenou que se dirigissem à mansão de Adilia, aí de imediato solicitaram refúgio por uma noite.
— Minha lady, uma legião de cavaleiros foi pega pela tempestade e pedem refúgio. — lhe informa Laurie.
— Que fiquem na seção de convidados. —
— Minha lady... a legião é guiada por lord Escalante... — menciona com nervosismo.
Alesha levanta o olhar, não esperava encontrar-se com esse homem, mas ele não viu seu rosto, assim que não haveria problema algum, por isso ordenou que podiam ficar. Laurie deu a ordem ao mordomo e este se apressou para recebê-los, guiando a todos à zona de convidados, onde lhes oferecem o jantar e água quente para banhar-se.
— Gostaria de falar com o dono da mansão para agradecer. — menciona Ritter.
— Minha lady está ocupada, mas darei seu recado. — responde o mordomo.
— Bem, não importa a hora que seja, espero poder agradecer-lhe pessoalmente. —
O mordomo se retira e Ritter se dirige a um quarto para banhar-se. Enquanto isso, Alesha olha pela sua janela, a chuva cada vez era mais forte, assim como o ar, os empregados correm de um lado para o outro, assegurando as janelas e portas, também colocam nas lareiras, pedras de calor, estas eram pedras mágicas que se aqueciam para que o entorno se sentisse cálido, graças a estas, não era necessário acender lenha nas lareiras com o risco de que houvesse um incêndio, também as luzes eram feitas de cristais mágicos, assim que se o ar chegasse a abrir uma janela, não há risco de que as velas se apaguem, porque já não se usam e evitam o mesmo risco que com as lareiras.
O mordomo informa a Alesha que Ritter deseja falar com ela, assim que ordena que sirvam o jantar e digam a Ritter que está convidado.
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Minutos depois, Ritter chegava ao refeitório, onde Alesha já estava presente, Ritter faz uma reverência e agradece o convite.
— Mas olhem, quem diria que teria em meu lar um dos cachorrinhos da raposa que roubou meu lugar. — menciona com zombaria.
Ritter franze a testa ao ouvi-la.
— Lhe peço respeito lady Von Hansen, ela não foi a única culpada, seu prometido tampouco a respeitou. —
— Isso eu sei. Quando aparecer uma mais formosa que ela, seguramente acabará na rua. — sorri com malícia. — Se não pôde me ser fiel, tampouco o será com ela.
— A diferença é que eles se amam, você simplesmente não foi correspondida. — responde com calma.
Alesha não pode evitar soltar uma risada, não há dúvida de que Ritter é um tolo apaixonado, mas precisamente é isso o que o faz débil.
— O amor acaba, estão em sua fase de lua de mel, mas quando virem o que realmente é um matrimônio, os problemas se farão presentes. Em especial, quando a raposinha descubra que ser princesa herdeira, não é só agradar seu amado. —
Ritter tenta se manter calmo e não discutir demais com ela.
— Vejo que lhe tem muito rancor, em verdade deve amar o príncipe. —
— Amar? Eu não amo ninguém, a única coisa que desejava era o trono e quando chegar o momento, o terei. — Alesha olha fixamente para Ritter.
O rapaz se surpreende ao ouvi-la, pois ao seu parecer, ela se via muito apaixonada pelo príncipe, pois sempre se comportava tão docemente com ele, tanto que não se poderia dizer que atuava.
— Diz isso porque está despeitada. Realmente lamento o que aconteceu, mas não podemos fazer nada, eu também perdi minha prometida. — abaixa o olhar.
— Foi a melhor coisa que pôde lhe acontecer, você não é tolo como o príncipe, casar-se com ela teria sido a pior coisa de sua vida. Já verá ao que me refiro muito em breve. —
— Como pode assegurar isso? Lady Lange é uma boa garota, só que se apaixonou por quem não devia e agora aqui estamos, a diferença é que eu não guardo rancor. — responde.
— Nisso tem razão, eu sim sou rancorosa e da próxima vez, me encarregarei de eliminar esse casalzinho. — crava com força sua faca na mesa.
Ritter se sobressalta ante o feito e pode ver que a mão de Alesha começa a sangrar, devido à força que usou, sua mão deslizou perto do fio. Ritter pega um guardanapo e o coloca na mão da garota.
— Seus rancores lhe farão dano, veja onde está devido a isso, da próxima, poderia ser executada, não foi suficiente com sua tentativa de envenená-la? — pressiona o guardanapo para evitar que siga sangrando.
— Isso não fui eu, se tivesse sido eu, não teria deixado evidências tão óbvias e a tonta estaria morta, eu não falharia de maneira tão óbvia... —
— O que está tentando dizer? —
Alesha se aproxima o suficiente para sussurrar-lhe ao ouvido, causando que Ritter fique quieto ao sentir essa proximidade.
— Que sua doce amada, poderia ser em realidade uma fruta podre. —
Dito isso, Alesha se aparta, assim como aparta a mão, para assim pôr-se de pé e dirigir-se à saída.
— Desfrute o jantar. —
Alesha se retira do refeitório, mas Ritter ficou quieto e parecia surpreendido, mas não pelo que disse Alesha, e sim, porque ao tê-la perto, pôde sentir um aroma doce, esse mesmo que tinha a mulher com quem passou a noite, além disso, sua voz era similar, algo que não levou em conta quando esteve com ela, afinal, Alesha não era alguém a quem ele prestasse atenção.
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Atualizado até capítulo 69
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