Primeiros Dias

150 reféns em Minas Gerais, estavam a mais de um mês sobre condições precárias nas mãos do exército inimigo. Nossa missão era chegar à noite, e fazer uma emboscada e salvar os reféns, coisa que não seria fácil, logo para primeira missão, mas conversamos, e fizemos nossas estratégias, e com cada talento da equipe, tínhamos parceiros perfeitos para cada função.

- Carol, você está responsável por cuidar de uma área mais longe para nos avisar oque está acontecendo. Emily vai tentar derrubar os alarmes do lugar para que Elena, André, Anderson e Cléber entrem. Assim que eles estiverem dentro, a Elena se junta a vocês.

Carol vai ficar para poder verificar a área até que eles saiam. Boa sorte a todos e lembrem-se, sempre se ajudem, que vai ser tudo mais fácil. - disse nossa comandante.

...

Sentada no carro sentia um medo passar pela minha espinha, já havia entrado em combate algumas vezes, mas desta vez parecia ser diferente e eu realmente estava com medo, sempre fui desajeitada e as vezes me perdia em certas coisas que ia fazer, e isso acabava me deixando com medo de voltar a ser a Carol de antes.

Caindo dentro dos meus pensamentos, nem reparei que André estava ao meu lado, ele me olhava fixamente, e tenho certeza que notou como eu me sentia. Com um sorriso no rosto ele colocou a mão sobre a minha e calmamente falou:

- você não precisa ter medo, tenho certeza que você é incrível e vai tirar isso de letra, e outra, sua equipe tá aqui pra apoiar você. - Nesse momento não sabia nem oque dizer, só fiquei olhando para o rosto dele, e sentindo algo que desconhecia.

- Obrigado André, creio que você tenha percebido na minha cara que não tô bem, mas vai ficar tudo ok- disse enquanto dava uma risadinha.

...

Exatamente as 2h30 da madrugada já estava no meu posto, a mais ou menos a 200 metros do local, com o uso de um telemetro laser e um computador balístico e um fuzil M-24, estava verificando a área.

- à frente temos quatro soldados guardando a entrada e pelo que vejo, não tem mais ninguém ao lado de fora. - disse enquanto via eles chegarem perto, quando estavam a mais ou menos 10 metros, atirei na cabeça do primeiro que estava mais distante e rapidamente atirei no do lado, os outros dois, não haviam percebido nada, e quando perceberam já era tarde demais, já haviam sido mortos pelo Anderson e pelo André.

Esperando pelo sinal de Emily todos aguardavam, e em apenas dois minutos ela deu a confirmação para entrarem.

Fiquei lá fora observando a área e logo pela estrada vi perto de mim vi um carro se aproximando do local, chamei pelo rádio, mas por algum motivo meu comunicador não pegou, estava a cerca de 30 metros deles, e com um tiro acertei o motorista do carro, vi o carro capotando e corri rapidamente até o local, logo que cheguei, avistei dois deles saindo do carro, peguei minha pistola e rapidamente atirei em um deles, o outro logo se assustou com o barulho e começou a trocar tiro comigo, mais por infelicidade dele, eu era bem mais rápida com minha arma e logo ele já estava no chão. Verifiquei o carro e os mortos, fiz a contagem para ver se estava certo e havia matado todos.

Correndo voltei para meu posto e tentei me comunicar e mais uma vez não tive sucesso, olhei para o redor e não havia ninguém, mais em poucos minutos vi eles saindo com os reféns, vi André falar algo no comunicador mais não consegui ouvir. Logo vi ele dizer algo para Anderson e correr em minha direção.

Em poucos minutos ele já estava perto de mim.

- que isso já sentiu minha falta? - disse enquanto via ele vir em minha direção pela estrada.

- você não respondeu no rádio, ficamos preocupados, você está bem? - disse sem fôlego por ter corrido até lá.

- meu comunicador parou de pegar, por isso não estava em contato, mas eu estava atenta a tudo do lado de fora, pode ficar tranquilo. - disse enquanto dava uma picadinha pra ele.

Logo atrás de mim ele viu um carro capotado e ficou por um momento assustado e me perguntando se estava tudo bem, expliquei oque havia acontecido e vi em seu olhar que ele realmente estava preocupado comigo.

- Eu estou bem André, obrigado pela preocupação, vamos descer para encontrar os outros ? - disse chamando ele.

- vamos sim. - disse enquanto olhava pra mim.

...

- comandante ela está bem, tivemos um problema com o comunicador, creio que por conta da distância, o meu também parou de funcionar. - disse André para comandante enquanto estávamos descendo.

- ótimo, encontre com os outros. - disse ela.

Estávamos indo andando, e aquele arrepio novamente tomou conta de mim, quando vi André começar a andar ao meu lado.

- Você é de onde Carol? Desde que chegou não conversamos muito. - disse ele, olhando pra frente enquanto andávamos.

- sou de São Paulo e você ?

- também sou, quem sabe nunca se encontramos por aí. - disse ele dando um sorriso.

Por um momento eu realmente pensei se poderia ter visto ele em algum lugar, mas eu não conseguia lembrar dele, era impossível não lembrar daquele homem.

- acho que não, eu certamente me lembrará desse rostinho. - disse dando um sorriso.

Logo percebi que ele estava me olhando, mas não falei nada.

...

Depois de 4 horas, estávamos de volta a base, comemorando nossa primeira missão bem sucedida e estávamos felizes de ter salvo todas aquelas pessoas.

- Parabéns equipe, fico feliz por ter dado tudo certo, vocês realmente deram o seu melhor. E Carol, parabéns pela coragem de atacar aquele carro e fazer com que o pior não tivesse acontecido se caso eles tivessem chegado aos outros. - disse enquanto sorria para todos.

Todos agradecemos e fomos comemorar. Ao lado de fora tínhamos mais 10 equipes no mesmo local, pelo que vimos todas haviam passado por suas missões e estavam comemorando fazendo um churrasco.

Sentei em um banco e logo vi André se aproximar de mim.

- Aceita uma ? - disse enquanto erguia uma cerveja para mim.

- aceito sim, obrigado.

Peguei a cerveja e vi ele sentando ao meu lado.

- É bom ver todos felizes, e tendo êxito nas missões, isso significa que estávamos aos poucos livrando nosso país de toda essa merda.- disse André com um semblante de tristeza.

- isso é verdade, nunca pensei que passaríamos por isso, e agora que aconteceu tudo isso é difícil de acreditar.

Logo me veio meu filho na cabeça, quando vim pra guerra ele tinha apenas 4 anos de idade, eu sempre me comunicava com meus pais para saber se estava tudo bem, infelizmente a família do meu ex esposo havia sido morta na guerra, então meu filho só tinha os avós agora e a mãe que estava longe.

Peguei a foto dele no meu bolso e fiquei olhando.

- é seu filho? - perguntou André.

- é sim, ele agora está com 6 anos e faz um tempão que não vejo ele, mas sempre estou em contato. - disse enquanto senti meus olhos se encherem de lágrimas.

Andre logo percebeu e colocou seu braços sobre meus ombros e me puxou pra perto dele, me abraçando. Na hora senti uma completa calmaria pelo meu corpo.

- não fica assim, vamos dar nosso melhor para que você volte logo pra casa para ver seu filho. - disse ele enquanto me abraçava.

- obrigado André e desculpa. - disse enquanto secava minhas lágrimas.

- eu não precisa pedir desculpas, todos nós temos problemas e as vezes precisamos desabafar com alguém. E eu tô aqui pra ouvir você quando precisar, eu também tenho uma filha, deixei ela pra entrar no exército e ela tem apenas 2 anos, a mãe morreu em uma explosão aonde estávamos escondidos, ela agora está com os avós maternos, e eu também sempre fico preocupado. - disse André.

- e difícil neh, parece que a cada dia demora mais de encontrarmos eles. - disse olhando pra ele.

Ele me olhou de volta e trouxe sua mão até meu rosto, limpando uma lágrima que havia escapado e estava descendo sobre minhas bochechas. Na hora olhamos um para o outro, e ficamos ali por alguns segundos. Meu corpo estava se arrepiando toda com aquele olhar sobre mim. Por um momento parecia não haver mais ninguém ali, apenas eu e ele, então senti sua mão ainda em meu rosto.

Ele se afastou e pediu desculpas, olhei para frente e disse que estava tudo bem.

Vi ele se levantando e indo na direção dos meninos, e uma única coisa passava na minha cabeça.

Será que ele sentiu a mesma coisa...

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Comments

Andressa Silva

Andressa Silva

com certeza sentiu kkkkk

2025-03-19

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