Capítulo 4

Marcel, ao ver a babá sem fala, diz:

– Minha querida babá, sei que tens perguntas para me fazer, mas no momento eu só desejo comer algo – diz ela com um sorriso.

Dito isso, a babá saiu do quarto e, sem que ninguém a visse, foi buscar algo para comer na cozinha e, em pouco tempo, regressou ao quarto com uma bandeja com muita comida.

Marcel, quando viu a comida, sentiu emoção no seu coração e, desde que a babá a colocou à sua frente, ela começou a comer como se não houvesse amanhã.

– Menina, cuidado para não te engasgares, ninguém te vai tirar a comida – diz a babá rindo dela.

– Babá... Isto está delicioso – diz ela com a boca cheia.

– Por amor de Deus, Marcel, que maneiras são essas, menina? O que diria a tua madrasta se te visse assim? – diz ela e Marcel não faz caso das palavras da babá e continua no seu, rato depois ela já estava satisfeita até mais não poder, e estava pronta para falar com a babá.

– Babá, vais ver como tudo vai mudar para melhor, não tens que te preocupar com nada, um dia vingar-me-ei desta mulher e da sua filha, e hoje é esse dia para ir tomando vingança – diz ela levantando-se da cama rapidamente e sai do quarto.

A babá seguiu-a também para ver se ela não se mete em problemas, já que tem por ela e pelo bebé.

Em pouco tempo ambas estavam frente ao escritório do marquês, esperando que este lhe autorize a entrada.

Quando se ouviu a autorização de passar, ambas passaram para dentro.

– Pai, obrigado por me receber neste dia – diz ela fazendo uma reverência.

– Não tens que fazer uma reverência, filha, sou teu pai. Diz-me em que te ajudo? – diz ele sorrindo para a sua filha, a qual cada dia se parece mais com a sua mãe.

– Pai, gostaria que você e eu fôssemos ao meu quarto para lhe mostrar algo – disse ela envergonhada.

– Agora tenho muito trabalho, irei assim que me desocupar – diz ele para regressar a sua vista aos papéis que tinha frente a si.

– Pai, se não fosse importante, eu não viria hoje a si – diz ela quase chorando.

Ele, ao ver a sua filha assim, levantou-se da cadeira e foi para o seu lado.

– Vamos Marcel, mas que seja rápido – diz este sério já que hoje tem muito trabalho que fazer.

Ela pegou nas mãos do seu pai para sair do escritório e, em pouco tempo, já estavam frente ao quarto que lhe pertencia a ela, a qual desde fora se vê o antiga que é.

Quando entraram no quarto, o marquês quase teve um ataque, já que o quarto da sua filha parece um quarto de plebeus, e embora este esteja limpo, não tem as condições necessárias para uma jovem nobre viver nele.

– Por que estás a dormir neste cubículo, Marcel? Que é isto, filha, por Deus? – pergunta o marquês indignado por ver semelhante coisa.

– Pai, desde que a marquesa e a sua filha chegaram à mansão, esta é a minha condição – diz ela chorando, para logo abrir as portas do closet e mostrar os vestidos mais feios e velhos que o marquês possa imaginar, e os sapatos estão pior, já que só vê bom, o único par de sapatos que lhe ofereceu para o seu aniversário.

– Filha, o que está a acontecer aqui? – pergunta o marquês com cara séria.

– Pai, isto que vê aqui é o único que posso ter, já que a marquesa me obriga a dar as minhas coisas à minha irmã, o meu quarto também foi levado por elas duas – diz ela chorando com lágrimas nos olhos, coisa que causou que o marquês se sentisse indignado.

– Filha, porque tens permitido que passe isso sob o teu mesmo teto? Marcel, dizer que não, não te faz má menina, tudo o que tenho num futuro será teu, mas, senão te defendes, o que te pertence, também outros o levarão. Babá, vai buscar Susana e a sua filha, preciso arranjar um par de coisas com elas duas e de passagem deixar também umas quantas coisas claras – diz este com raiva para logo pegar nos vestidos feios e sapatos velhos e procede a sacá-los do velho armário da jovem, assim tirá-los todos no piso do corredor.

A babá, por sua parte, quando lhe deram a ordem, foi em busca da marquesa e da sua filha e, ao chegar à sua presença, elas estavam na sala de estar desfrutando de uma agradável conversa e estavam tomando chá e comendo sobremesas, como todas umas damas nobres.

– Senhora Susana e senhorita Elena, o marquês manda buscá-las ambas – diz a babá baixando a cabeça para não encontrar problemas, pois a servidão tem proibido ver Susana aos olhos.

Ambas, ao ouvir que o marquês as estavam buscando, levantaram-se dos seus cómodos assentos e deixaram os que estavam fazendo, e as três saíram dali da sala de estar, para irem aonde está o marquês.

Não mais de cinco minutos as três estavam já chegando, e quando iam chegando, as duas mulheres viram a roupa de Marcel no piso e se alegraram, já que creiam que ela por fim se ia da mansão, e lhes deixaria o caminho livre, mas ao chegar dentro do quarto, o sorriso se lhe apagou do rosto.

– Podes-me dizer o que está a passar aqui, Susana? – pergunta o marquês a Susana e esta estava muda, já que não sabia o que estava a passar.

– Esposo, não sei o que se passa, apenas estou chegando. Como se supõe que vou saber o que fez a tua filha para que tu lhe lance a roupa fora do quarto? Se estás a fazer isso, é porque ela se tem comportado mal, disso estou segura, ela é uma má menina – diz ela com um sorriso de burla, pois lhe encanta ver Marcel mal.

O marquês, se antes estava zangado, agora está ao dobro.

– Tu... Como dizes isso da minha filha? Se lanço essa roupa feia fora deste quarto, é porque essa roupa não serve nem para pano de cozinha, e segundo me diz a menina, tu a obrigas a dar as suas coisas à tua filha, quando na realidade, eu cada mês dou a cada uma a mesma oportunidade de ter a mesma quantidade de coisas de valor, e o que é pior, tens-lhe tirado também o seu quarto, e agora vens acusá-la de má menina – diz o iracundo.

Antes tais palavras, a mulher não sabia o que dizer, pois estava preparada para tudo menos para algo assim.

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