TOQ, TOQ, TOQ...
Ouço batidas na porta do meu escritório e acordo de um longo cochilo. Estava em minha casa e acabei dormindo no escritório depois de ler novamente o testamento que o testamenteiro me entregou após o enterro de John. Eu já tinha chegado da empresa naquela noite e estava exausta porque não estava acostumada a trabalhar por tanto tempo. Esses cinco dias passaram rápido, mas eu consegui fazer um bom trabalho.
Mais algumas batidas me tiram todo o sono e então eu me ajeito na poltrona de couro preta que ficava no canto do escritório e próxima da janela. Dou uma olhada rápida no relógio de parede e já são 22:45 ...
— Entre! — eu digo e aguardo pela entrada de algum empregado, pois Lili e Ian não estavam em casa.
Vejo então a senhorita Jennifer entrar trazendo consigo um copo com suco. O líquido no copo tinha uma cor laranja, então eu já sabia que era suco de tangerina. Um dos melhores sabores. E Jennifer sabia do que eu gostava.
Jennifer era mais velha do que eu, com uma idade de trinta anos. Ela era meio alta, sua pele era clara e os seus cabelos estavam sempre enrolados em um coque bem feito, e seus olhos eram castanhos escuros quase negros. Ela já trabalhava como empregada a mais ou menos cinco anos e era super educada e simpática.
— Trouxe um suco para a senhorita — ela diz vindo até mim e em seguida me entregando o copo.
— Obrigada, mas não precisava se incomodar... eu já iria para a cama.
— Bem, senhorita... fiquei preocupada porque você chegou e se enfiou no escritório... já está aqui há muito tempo.
— Há quanto tempo exatamente, Jennifer? — dou um gole no suco.
— Há uma hora e meia.
— Nossa... tudo culpa de um cochilo... talvez eu sinta dor nas costas amanhã.
Jennifer sorri e então vai até à mesa e se encosta, enquanto espera eu terminar de beber o suco.
Momentos depois, eu encaro Jennifer da cabeça aos pés analisando todo o seu corpo magro escondido pelo seu uniforme de trabalho. Confesso que ela é uma mulher bonita, no entanto, eu nunca tinha prestado atenção.
Jennifer sorriu e me chamou com o indicador.
Gosto daquele chamado ousado, deixo o copo no chão próximo da poltrona e me levanto, já recebendo de primeira um olhar surpreso de Jennifer. Ela não imaginava que eu iria aceitar tão fácil. Ela estava com sorte.
Eu perdi o meu irmão a mais de quinze dias e preciso de consolo... qualquer tipo de consolo.
Jennifer e todos os outros empregados sabem da minha escolha, sabem que sou homossexual e nunca me trataram com indiferença. Bem, até onde eu sei...
Me aproximo da mulher na minha frente e ela se desencosta da mesa com um certo receio. Eu paro em sua frente e sem lhe dizer nada, começo a desamarrar o seu uniforme e logo depois desamarro o coque que escondia os seus cabelos, enquanto ela apenas me observava calada e com sua respiração cada vez mais descompassada.
Jennifer respira pesadamente quando eu toco voluntariamente um de seus seios por cima de sua vestimenta. Uso minha outra mão e faço o mesmo com o seu outro seio, mas em nenhum momento tive a intenção de machuca-la. Era uma forma de deixar a mulher na minha frente excitada mais rápido.
Jennifer morde os lábios, demonstrando seu desejo por mim e suspira repetidas vezes somente com os leves toques que recebe em seus seios. Eu paro quando percebo o seu pico de excitação e ela me diz:
— Eu estou à sua disposição.
Suas palavras mexem com o meu consciente perverso e meu interior ferve como brasas.
— Posso fazer o que eu quiser com você?
— Um hum.
E então quando vou beijar os seus lábios, eu me lembro do rosto da bela secretária que ralou o joelho. Por que diabos eu tive que me lembrar dessa pessoa logo agora? Ela é só mais uma secretária! O que ela pode ter que as outras mulheres não tem? Já sei... é o joelho ralado.
— Senhorita Hannah... tudo bem? — Jennifer pergunta colocando a mão sobre o meu ombro e fazendo um leve carinho.
— Sim, Jennifer... só uma lembrança repentina.
— Hum... entendo.
— Ótimo — eu digo e pego a mão que está em meu ombro e dou uns beijos repetidos para excitar mais ainda a mulher em minha frente.
Vejo ela sorrir logo que eu faço um caminho de beijos e mordidas leves pelo seu braço e paro em seu pescoço, onde dou uns chupões que a fazem tremer e se encostar novamente na mesa, mas desta vez, devido a um pequeno desequilíbrio.
Eu aproveito que estou próxima de sua orelha e sussurro:
— Se algo realmente acontecer... será sem compromisso.
— Perfeito — ela concorda com a respiração falhando.
— E a partir de agora... não me toque!
— Só farei o que desejar.
Eu jamais deixava alguém me tocar, a não ser uma pessoa muito confiável, um princípio primordial que eu prezava.
Jennifer só queria sexo como eu, então eu tive ela sobre o meu domínio ali naquela mesa, onde alguns objetos foram ao chão quando eu a deitei e me coloquei por cima dela... Foi um momento prazeroso para ambas as partes. Tive também um certo consolo quando tudo terminou e eu fui tomar um banho para dormir.
\*\*\*
3 dias depois...
— Eu não esperava te levar comigo em uma viagem de negócios.
Foi exatamente o que eu disse quando entrei no meu jatinho particular e me deparei com a senhorita Lancaster sentada numa poltrona distante da minha. Ela estava muito bonita e sentada comportada enquanto segurava um notebook e me olhava, enquanto eu me acomodava em minha poltrona.
Assim que me ajeito na poltrona, noto que o joelho dela já está sarado, pois já não havia mais nenhum bandete escondendo o seu machucado.
— Por que você está aqui e não Miranda? — pergunto e escuto a porta do jatinho ser fechada. Em alguns minutos iríamos decolar.
— Ela não pôde estar presente e eu tive que substituí-la — Mia responde olhando para baixo.
Nem mesmo contato visual ela quer ter comigo.
Será que ela pensa que sou uma pessoa arrogante? Ou ela está chateada por eu ter desligado a ligação na cara dela no mesmo dia em que nos conhecemos? Não sei o que pensar agora.
Percebo que ela está nervosa por estar tão próxima a mim. Qualquer momento esse nervosismo vai ter que parar.
— Por que? — eu pergunto depois de um breve silêncio.
— Creio que seja pessoal os motivos pelos quais ela não pôde comparecer, mas... também pelo fato de que nos encontraremos com alguns clientes italianos.
— Não estou falando de Miranda! — eu afirmo e faço os seus olhos verdes escuros se atentarem fixamente em mim. São lindos. — perguntei sobre você!
— O que exatamente, senhorita?
— Por que veio nessa viagem? Qualquer outro funcionário com um cargo parecido com o de Miranda e também fluente em italiano como você... poderia substituir a Miranda! — estou fingindo seriedade porque gosto de como a deixo inquieta.
— Estou nessa viagem... porque Miranda insistiu — ela responde com um nó na garganta.
— Hum... entendi. Ótimo.
Mia Lancaster assente e abraça o notebook. O jatinho entra em movimento logo que o piloto avisa através do rádio. Era ótimo uma viagem assim. Só você e mais quatro pessoas. Nada de tumulto ou falação — como acontece nos aviões comerciais — Estávamos indo em uma viagem de negócios em Massachusetts, onde era a última parada dos clientes italianos antes deles voltarem para a Itália.
De qualquer forma, eu gostei da presença da minha secretária. Pelo seu currículo, ela era fluente em italiano e em francês, mas eu não sabia exatamente se ela era americana, italiana ou francesa, pois a sua fluência em meu idioma era espetacular. Deve ser uma mistura e tanto.
No meio da viagem, eu percebo que Mia está cochilando e cambaleando de sono, talvez não tenha dormido muito bem a noite.
O notebook em seus braços começa a escorregar e sem pensar duas vezes, eu me levanto e aparo o mesmo quando ele fica livre.
Como estou mais próxima e ainda de pé, vejo que seu sono está mais que profundo, pois sua respiração está meio pesada. Toco suavemente a sua mão direita para não acordá-la e sinto que a sua pele está um pouco fria. Ela está visivelmente com frio.
Me sento ao lado dela depois de deixar o notebook em outra poltrona e tiro o meu terno logo em seguida. Coloco o terno sobre ela, cobrindo desde os seus ombros até abaixo do seu quadril e nesse movimento, eu aspiro o cheiro doce que ela transmite de seus cabelos presos em um coque. Fiquei tão próxima de seus lábios por uns segundos que quase a beijei, mas eu controlei o meu impulso.
O jatinho pousa no aeroporto internacional de Boston, Massachusetts...
Eu espero Mia acordar enquanto os empregados despacham as malas e as conduzem para o carro que já estava aguardando a minha chegada.
Vejo que ela não vai acordar e então sacudo ela gentilmente e ela acorda. Quando se depara comigo ao seu lado e o meu terno sobre ela, a mesma me encara e se levanta rapidamente como se tivesse visto um fantasma, e então o meu terno cai. Mais que falta de educação!
— Espera! — eu ordeno quando vejo ela pegar o notebook e se direcionar para a porta do jatinho, então ela para, porém, continua de costas para mim e calada respirando profundamente. Nem foi tão grande o susto, quer dizer, nem foi um susto pra começar.
Será que eu fiz mal em me sentar ao lado dela ou oferecer o meu terno como cobertor? Fui super gentil!
— Você não precisa fugir assim... eu não vou fazer nada com você — mas os meus pensamentos sim.
Visto o terno enquanto contemplo as belas pernas que ela tem. Será que eu tenho alguma chance com essa jovem mulher?
— Pode ir — eu digo já atrás dela que se assusta por eu estar bem próxima.
— Hum.
Então saio do jatinho depois dela e nos encaminhamos para o carro. O motorista abre a porta do carro para Mia e eu entro no carro pelo outro lado. Assim que me sento novamente ao lado dela, vejo o bendito notebook ser deixado entre nós duas por ação dela antes de colocar o cinto de segurança. Ótimo, ela não quer ficar perto de mim... O carro entra em movimento e seguimos para o hotel...
No caminho não trocamos nenhuma palavra. Nem mesmo sobre a empresa. Vou respeitar o espaço dela, mas enquanto eu não perco a minha paciência. Se Miranda estivesse ao meu lado, com certeza já teríamos tirado várias selfies e bebido vinho, e também conversado muito sobre coisas totalmente aleatórias.
Me joguei na cama de casal do hotel sem tirar nada do meu corpo e nem mesmo os sapatos... Momentos antes fomos recebidas e recepcionadas com a mais alta educação das recepcionistas e subimos para os quartos com os cartões de acesso.
No elevador foi inevitável não nos encararmos como duas desconhecidas, apesar de já vê-la com outros olhos, só não sabia como ela me via, como uma chefe arrogante ou como alguém em quem poderia talvez confiar algum dia.
20:30 p.m.
Sai do meu quarto já arrumada para a reunião de negócios com os italianos e fui para o quarto ao lado do meu, onde Mia estava hospedada. Talvez ela já estaria pronta para me acompanhar.
Bati na porta com os nós dos dedos levemente e vi que a mesma estava aberta. Aquilo me intrigou, aquela porta não deveria estar destrancada. Será que Mia havia esquecido de fechar a porta?
Bati na porta novamente e como não obtive nenhuma resposta, decidi entrar para ver se algo havia acontecido. Era preocupante e eu desejava que nada de ruim acontecesse com ela em uma cidade que não conhecia e muito menos eu.
Dentro do quarto eu me deparei com um par de roupas sobre a cama e o notebook aberto em uma pauta que iria ser tratada na reunião e a mala pequena e vermelha dela estava logo ao lado da mesa de cabeceira.
Escuto o barulho do chuveiro e sei que ela está no banho... Respirei fundo. Ela estava ali e possivelmente bem. Certamente esqueceu de dar uma olhada na porta.
Esperei ali para fazer uma surpresa ou talvez mais um susto. Haha.
Andei pelo quarto sem fazer barulho e me sentei em uma poltrona quase que escondida num dos cantos escuros do quarto. Achei difícil ela perceber a minha presença.
Dez minutos se passam e então eu vejo Mia sair da suíte vestida em um robe azul escuro enquanto seus cabelos estão enrolados em um coque frouxo. Como está sexy. Daria tudo para jogar ela naquela cama e foder ela com força.
E como eu previ, ela nem notou a minha presença.
Quando ela começa a desamarrar o robe para vestir a roupa, eu observo ela calada e acompanho todos os seus movimentos enquanto começo a sentir um calor tremendo, só de ver aqueles movimentos...
A ética e a moral falam mais alto quando os ombros dela ficam a mostra e então, eu limpo a garganta e ela se assusta se virando imediatamente de costas para mim ao me ver. E este foi mais um susto, porém misturado com surpresa.
Foi engraçado, no entanto, não a ponto de eu gargalhar, eu apenas sorri de lado com a sua reação.
— O que faz aqui, senhorita? — ela pergunta amarrando o robe apressadamente.
— Eu estou te esperando.
— Como conseguiu entrar aqui?
— A porta estava apenas encostada — e me levanto.
— Impossível... eu... eu tranquei a porta! — e a sua voz falha de nervoso.
— Você tem sorte que eu apareci antes de um estranho... é muito perigoso para uma mulher sozinha — ando em sua direção e paro atrás dela querendo tocá-la, mas eu controlo as minhas vontades.
Mia fica em silêncio ao notar a minha aproximação. Parece que só vai relaxar e se vestir quando eu for embora.
— Acho melhor você se vestir — eu sussurro em sua orelha — as 21 horas nós temos que estar a caminho da reunião.
— Está bem... eu... eu já vou me vestir — sua voz falha.
— Ótimo... então se vista!
— É... — Mia cerra os punhos — a senhorita poderia me esperar lá fora?
— Por que?
Mia se vira repentinamente, sem antes se afastar e assim ficamos com os rostos bem próximos. Não vou me afastar, quero ver a sua atitude, mas se ela não se afastar, eu vou atacar.
— Porque é o certo a se fazer, senhorita.
— Hum... — finjo pensar — certo, pequenina.
Mia é bem mais baixa e parece uma adolescente de 18 anos fofinha com um corpo sensual.
— Obrigada — e então ela se afasta.
— Não demore — me afasto mais e paro ao lado da porta com o pensamento de permanecer ali. — bem.... eu decidi ficar.
— Ah... mas...
— Não se preocupe comigo... eu vou fechar os olhos e me virar.
— Você promete? — ela pergunta com os olhos semicerrados.
— Hum... sim.
— Certo... então, vire-se... por favor?! — então eu me viro, mas fico com os olhos abertos.
A senhorita Lancaster é parecida com uma adolescente tímida. Muito engraçada, medrosa, desconfiada e um pouco desatenta. Se eu não tivesse avisado a minha presença no quarto, eu teria constatado a sua nudez, bem que eu queria e seria maravilhoso, no entanto, reprovável. Devo manter o profissionalismo e ser uma chefe de respeito, mesmo gostando de ultrapassar os meus limites.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Ana Faneco
nossaaa estou amando
2023-08-25
4
Maria Andrade
estou amando
2023-08-07
1