Por uma fração de segundos, eu não senti as minhas pernas; o sangue em meus lábios sumira e eu me sentia uma criança arteira que foi pega pelos pais enquanto fazia alguma traquinagem. Tentei disfarçar o meu total pânico em perder a virgindade com um desconhecido.
— Se não quiser, eu posso te levar para casa. Não esperava que você fosse tão longe, de qualquer forma.
Suas palavras eram como canivetes, abrindo cortes invisíveis que ardiam nas minhas costas e apenas reafirmavam a garota assustada que eu sempre fui. Naquele instante, a voz de Alyssa ecoou na minha mente: “É só sexo.” “Você não precisa se casar para fazer isso.” Entre tantas outras frases que ela repetia sempre que eu me recusava a sair em busca de um prazer sem significado.
— Não é tão simples assim…
— Então me explique. O que te impede de entrar naquele quarto?
— Eu nunca... nunca fiz sexo e tenho certas dúvidas se devo fazer isso agora.
— Eu nunca pensei que você fosse tão boa atriz. Eu até mesmo esqueci que tinha pedido para você atuar.
Mais uma vez, pensei no erro que cometi ao não contar toda a verdade quando tive a chance, mas não me importava mais. Se meus pais podiam encenar como se fôssemos uma família perfeita todos os dias... Por que eu não poderia encenar uma cena de sexo sendo virgem?
— Já que gostou tanto da minha atuação, poderia atuar também... Aposto que você já dormiu com muitas virgens e sabe como fazer isso.
— Se é o que você quer... Só existem algumas regras que estabeleci a mim mesmo sempre que fosse fazer sexo com uma virgem.
— Quais seriam?
— Não uso preservativo. Não faço coito interrompido e, no dia seguinte, você precisa tomar alguns remédios para não... você sabe.
— Tudo bem, mas saiba que, se eu pegar qualquer tipo de doença, eu te processo.
— Relaxa! Meus exames estão em dia e eu espero que os seus também.
Robert
Caminhamos até a porta do meu quarto em um silêncio ensurdecedor. Ela parou em frente à porta e engoliu em seco, parecia trêmula. Até que ela respirou fundo, tocou a maçaneta, abriu a porta bem lentamente e começou a observar toda a extensão do local.
— Podemos tomar um banho antes? Não gosto da ideia de ter acabado de sair de uma balada e deixar em uma cama impecavelmente limpa...
— Sem problemas, é claro, se eu puder te acompanhar...
— Faça o que achar melhor.
Nós entramos no banheiro do quarto sem trocar muitas palavras e ela parecia um pouco desconfortável ao ficar nua na minha frente. Era um pouco estranho pensar que poderia ser insegurança, visto que ela é dona de um corpo incrivelmente belo e ficava completamente vermelha quando notava meus olhares. Por fim, tirei minha roupa também, a fim de deixá-la mais confortável.
— A banheira já está cheia...
Eu entrei e, logo em seguida, ela entrou e se acomodou, sentando-se entre as minhas pernas. Meu corpo era tão grande em relação ao dela, e sua pele macia continuava exalando um aroma de baunilha... Tudo aquilo estava me deixando muito excitado. Deslizei minhas mãos até seus seios enquanto depositava beijos na extensão de seu pescoço. Ela estava ficando cada vez mais vermelha, ofegante, e a cada toque dava pequenos gemidos que soavam como música para os meus ouvidos.
Jessica
Senti as mãos de Robert deslizando para uma área que nem eu mesma tinha muita coragem de explorar e foi então que eu comecei a surtar com tudo. Como assim eu iria fazer sexo? Uma virgem sem experiência com um homem que acabei de conhecer... — NÃO TOQUE AÍ!
Pude perceber certo espanto nos olhos dele e então me lembrei de que tinha conversado com ele sobre já ter saído com outros homens. Droga! Como eu iria dar continuidade a todo aquele teatro se não sabia como concluir o objetivo principal?
— Eu fiz algo de errado? Achei que você estava de acordo sobre fazermos sexo casual.
— Não fez nada de errado, eu só estou atuando como uma verdadeira... virgem... Achei que era isso que você queria.
— Me desculpe, eu me esqueci do acordo por alguns minutos.
Ele me puxou de volta para os seus braços e me beijou com delicadeza. Eu sentia borboletas na minha barriga e parte de mim estava adorando tudo aquilo.
Nós saímos da banheira e Robert me carregou em seus braços até a cama, onde me deitou confortavelmente. Naquele momento, eu tentava entender por que as garotas falavam tão mal sobre perder a virgindade. Tudo estava indo tão bem, e olha que eu estava fazendo isso com um completo estranho. O que poderia ser tão ruim em perder a virgindade?
— Podemos?
— Sim, não, espera. Eu estou um pouco nervosa...
— Não fique... Ele me puxou de forma um tanto quanto agressiva e aquilo me assustou. Quando eu pensei em falar algo, ele já estava abrindo minhas pernas e se preparando para me penetrar.
— ESPERA!
— Não precisa mais atuar. Eu estou esperando demais para uma pessoa que tem vida sexual ativa.
Não tive oportunidade de responder e ele já estava me penetrando. Aquela foi uma das piores sensações da minha vida. Eu queria chorar, gritar, sair daquele maldito lugar.
— De fato, você estava bem apertada, mas daqui a pouco tudo melhora.
— Você me machucou! Eu pedi para esperar...
— Relaxa! Eu achei que essa situação era normal na sua vida.
Normal? Como isso poderia ser normal? Eu estava tentando entender o sentido de normal no mundo dele. Eu não entendia nem mesmo aonde tudo aquilo iria me levar. Deitei-me de bruços para não ter que olhar para ele. Eu só queria terminar aquilo e sair correndo daquele lugar. Ele conseguiu estragar tudo por ser tão impaciente nos últimos minutos...
— Não sabia que você gostava de ficar de quatro... Também cansou de bancar a menina pura?
— Não estou te entendendo.
E foi aí que eu percebi que mudar de posição foi uma das minhas piores decisões. Ele começou a fazer movimentos muito rápidos, enquanto apertava minha cintura com muita força. Eu sentia que, a qualquer momento, ele iria quebrar minha coluna com toda aquela força. Eu sentia que, a cada vez que eu gritava e gemia, ele ansiava por mais e mais. Não tinha como piorar... Foi o que eu pensei. Ele entrou em uma espécie de transe e começou a morder minhas costas e dar tapas na minha bunda. Tudo estava se tornando tão insuportável que eu não sabia quanto mais eu aguentaria.
Robert
Eu me odiava por estar fazendo tudo aquilo, mas eu simplesmente não conseguia parar de jogar todas as minhas frustrações românticas naquela garota que acabara de conhecer... Por quê? Por que ela tinha que ser como todas as outras? Eu só queria ser amado verdadeiramente por alguém. Ela era tão perfeita que me fazia odiá-la por não suprir minhas expectativas românticas, mas, de qualquer forma, eu não poderia fazê-la suportar mais toda a minha babaquice. Então eu gozei dentro dela para acabar com toda aquela situação deplorável. Não fazia a menor ideia de como ela se sentia, mas talvez ela já esteja acostumada com essas coisas, afinal caras que pagam por sexo são sempre bem escrotos e muitas vezes fazem coisas desumanas só para sentir o poder de controlar alguém. — Jessica?
— Eu preciso ir ao banheiro... — Tudo bem. Jessica ficou lá por horas. Eu, sem entender muito bem, resolvi levantar da cama e acender as luzes do quarto — e me senti em um verdadeiro show de horrores: minha cama estava repleta de sangue e fluidos corporais.
— Que merda eu fiz? Ela era realmente virgem? — sussurrei.
As luzes se apagaram de repente. Jessica havia saído do banheiro? Eu estava completamente perturbado com o que vi. A que ponto eu tinha chegado com todo o meu ódio e frustração?
— Podemos dormir? — Sim... Respondi quase de maneira automática. Minha mente estava distante depois de tudo que vi, mas não queria fazê-la passar por constrangimento ou responder perguntas embaraçosas. Deitei-me na cama, na esperança de poder conversar com ela no dia seguinte.
Jessica
Que merda eu estava pensando? Isso não foi vingança... Acho que sou louca. Quem em sã consciência dormiria com um homem que acabou de conhecer e acharia que seria incrível? Eu precisava agir; não podia simplesmente ficar aqui, deitada com ele, como se o que acabara de acontecer fosse normal.
— Está sem sono?
— Eu preciso ir para casa...
— Não, está muito tarde. Se quiser ir, espere amanhecer.
— Eu preciso ir agora... Não quero ficar aqui, estou me sentindo sufocada pelos meus próprios pensamentos.
— Quer conversar sobre o que acabou de acontecer?
— Não!
— Não me julgue como o único babaca aqui. Você não foi totalmente sincera comigo sobre ser virgem.
— Isso não é algo discutível. Então você quer dizer que é justificável tratar mulheres que não são virgens como lixo?
— Não, mas eu tenho certo desgosto por mulheres que fazem tudo por dinheiro.
— Eu não quero seu dinheiro.
— Então por que se sujeitou a tudo isso até o fim?
Essa era a pergunta que nem eu mesma sabia responder. Por quê? Falta de liberdade? Falta de experiência? Ou só queria ser como Alyssa e fazer tudo sem pensar? Tudo aquilo era um grande mistério para mim também.
— Eu... quero ir para casa. Agora.
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Atualizado até capítulo 24
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