( O tempo é muito relativo. Nem sempre o que você vive, representa a sua realidade. H.S.)
Enquanto isso no ano de 2023, em Londres, às 08:00h p.m., Robert percebe o celular vibrar em cima da cama, enquanto joga umas mudas de roupas na bagagem.
Olha rápido para o aparelho e a chamada indica ser Othan, o líder do bando que faz parte.
" Droga! , vai já brigar!"
— Alô?
— Oi, cara, você tá atrasado. Não temos o dia todo para te esperar. — A voz é ríspida e o jeito é se desculpar.
— Nossa! Eu tive um imprevisto...Sinto muito...
— Sei... Fiquei sabendo que estava na maior farra...Seu imbecil! Falei pra não atrasar, lembra?
Robert passa o zíper e fecha a bagagem. Suspira, entediado. Othan só pensa em assaltos e não se interessa em se divertir. Um idiota.
— Bom, mas estou à disposição agora e é isso o que importa. Todos já chegaram na lancha?
— Sim, falta só você e precisamos aproveitar o mar enquanto está tranquilo. Quanto mais ilhas assaltarmos hoje, melhor! Não quero moleza , nesse negócio, entende? Vamos na paz, mas se houver qualquer problema, vê se não dá um de Zé Mané! É pra matar!
Ao ouvir aquilo, Robert mais uma vez sente estar no lugar errado. Os temíveis "Piratas das trevas" são conhecidos por roubar pessoas ricas que moram em ilhas particulares.
Até aí é aceitável, mas uma coisa que não aprova, é que Othan e o seu bando é tendencioso a cometer agressões físicas, psicológicas e até homicídios.
Othan, especialmente, sente prazer em fazer o mal. Se for necessário, ele mata sem remorso algum.
Desnecessário.
— Ei, cara, vai ficar mudo? — O líder reclama.
Robert se defende:
— Tô ouvindo, Othan! Farei o que for necessário para que a missão seja bem sucedida. Já estou pronto. Daqui a meia hora estou chegando.
— Ok! Se não fosse excelente arrombador, por mim ficaria aí de molho, curtindo sua ressaca. Não demora!
A chamada é encerrada.
Robert observa a bagunça do seu apartamento. Quando chegasse da viagem, veria o que fazer. O dia todo vomitou, resultado da bebedeira da noite anterior, mas nem pode pensar em desistir de ir com Othan. Precisa do dinheiro para dar o fora de Londres e viver longe do crime.
Pega a bagagem, fecha a porta, desce as escadas e, logo em seguida, pega o táxi.
Enquanto se volta para a janela do carro, vê a paisagem londrina desfilar rápida pelos seus olhos até que passa em frente ao hospital em que chegou a três anos atrás, inexplicavelmente.
Na época, segundo informações dos funcionários do lugar, chegou entre a vida e a morte.
Ficou internado ali por muitos dias e após a alta, saiu direto para um abrigo.
Instintivamente, põe a mão na medalha de prata , que tem o seu nome gravado. Apenas por aquele objeto, sabe quem é, no entanto não lembra mais nada do seu passado.
Lembra que ao sair do abrigo, sem emprego, envolveu-se em pequenos delitos, até acabar preso.
Por lá, conheceu Othan e o seu bando.
Integrou-se a eles desde então.
Até o momento presente, não entende porque não lembra de nada do seu passado, mas não insiste. Tem certeza que boa coisa não era.
O táxi estaciona próximo ao cais.
Ele suspira e segue até o local em que está ancorada a lancha de Othan.
Ele e os quatro comparsas reunidos tramam a ação criminosa, enquanto jogam, fumam e bebem.
— Até que enfim o meu garoto chegou! — Othan diz com ironia. Os outros riram.
— Dane-se, Othan! Podemos partir!
Fala assim e procura se afastar do grupo. Em minutos a lanha parte e vai para a proa e deita-se observando a noite estrelada.
A lua cheia é intensa. Talvez seja loucura, mas parece mais diferente do que o normal. Decide pôr uma música e põe um fone no ouvido.
Seleciona a banda Extreme, que manda bem na canção " More than words".
A música começa e ele suspira.
Bem que gostaria de ter alguém para dividir a solidão que tenta sufocar todas as noites.
Ser amado sem condições. Tornar real algo que sente falta e não sabe explicar.
A música romântica faz ele fechar os olhos e sente-se sonolento.
De repente, vê-se num sonho intrigante.
Ele aparece numa floresta familiar.
A música continua e atrelada ao som melodioso, ouve a água de uma cachoeira se chocar sobre as pedras e deslizar para um lindo lago azul.
Olha para os lados e como está sozinho, permite-se exibir o seu corpo másculo e dourado do sol.
Resolve retirar a roupa preta. Solta o cabelo e mergulha nas águas profundas.
Sente um prazer maravilhoso e ao emergir, percebe que há mais alguém.
Depara-se com uma linda mulher, que também emerge e tem ao seu redor uma luz que faz resplandecer todo o corpo alvo.
Ele ficou estático, sem saber o que dizer.
Ela reage como se não o olhasse dentro do ambiente, então ele aventura-se a se aproximar.
— Olá! Moça!
Ela se volta para ele e os olhos se arragalam.
Ela sussurra:
— Robert? Robert? É você, meu amor?
Intuitivamente ele fala:
— Ayla...
Então uma força sobrenatural como a de um imã o une para os braços da estranha e não resiste.
Ele captura os lábios convidativos.
Os corpos de ambos estão nus e Robert estremece, sentindo uma excitação fora do comum.
O beijo se intensifica e a luz que emana dela, toma conta do corpo dele também, que com os olhos semiabertos, nota a paisagem mudar. A ação da gravidade fica diferente e a água fica ao contrário.
O acontecimento irreal faz com que a mulher nos seus braços desapareça e uma explosão aconteça.
O impacto é tão grande que do sonho, um abalo na superficie fez modificar o tempo.
Nesse instante, ele desperta.
As ondas estão bravas e aquilo o assusta.
Tenta lembrar o que sonhava, mas não consegue.
Neste mesmo instante, Ayla que está no século XX com o portal aberto, prestes a enviar os krorobos para outro tempo, sente finalmente a conexão com o seu amado príncipe e o chão se enche de gramas, flores e borboletas.
Sussurra, entre lágrimas:
— Pelos deuses! Encontrei Robert! Ele está em 2023!
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Louca por magia
Tadinho ou dó 🥹🥹🥹🥹
2024-04-03
1
Louca por magia
Caramba que bruxa má o que aconteceu gente?
2024-04-03
1
Louca por magia
Gente ele virou um pirata?😱😱😱😱
2024-04-03
1