Nunca Foi só uma História

No dia seguinte

Acordei com alguém batendo na porta. Eu estava exausta, quase não tinha dormido nada. Olhei no celular: 13h! MDS, dormi tanto assim?

Pai: Filha, acorda! — disse, batendo na porta.

Levantei e fui ver o que ele queria.

— Oi, pai… o que quer?

Pai: Temos visita.

— Sério? Que legal! São as meninas?

Pai: Não. Se arruma e desce. Não demore, por favor. — falou, fechando a porta.

Entrei no banheiro, tomei banho, lavei o cabelo. Não tinha nenhum interesse em saber quem era a tal visita. Vesti uma saia preta e uma blusinha marrom.

— Putz que pariu! — pensei. — Fiquei gostosa… mais gostosa ainda! 😍

Confesso que não gosto muito de me arrumar assim, mas o querido papai não gosta. Fiz uma maquiagem básica, deixei o cabelo solto e desci as escadas. Meu pai estava conversando e bebendo com um cara… e que gato! MDS, bonito é pouco para ele, parece um príncipe. Pena que ele parou de sorrir assim que me viu. Mas o sorriso dele é o mais lindo que já vi.

Entrei na sala e falei:

— Boa tarde. — sentei no outro sofá.

Pai: Oi, filha! Esse aqui é o Lucas, filho do meu velho amigo.

— Prazer em conhecer o senhor.

Pensamento de Agatha 💭:

É realmente… prazeroso. Que gostosura! 😳 Me controla! Que olhar é esse? Parece que ele quer me devorar com os olhos…

Lucas: Prazer. Você é a Agatha, né?

— S-sim, sou a A-Agatha. — gaguejei, nervosa.

Ele arqueou a sobrancelha, provavelmente pensando que eu era louca.

Pai: Você sabe que eu não gosto desse tipo de roupa, Agatha.

— Não começa, pai, por favor. A roupa até que é comportada.

Pai: Você vai se casar com o Lucas no sábado.

— Hã… pera, o que você disse?

Pai: Filha, já conversamos sobre isso ontem. Vamos fazer uma aliança entre as máfias.

Lucas não falou nada. Percebi que ele também não queria esse casamento. Para mim, ótimo. Já sofri demais. Não quero nenhum tipo de relacionamento com ninguém.

— Eu não quero e não vou casar com ninguém! — falei, correndo para meu quarto, tranquei a porta e me deitei na cama, pensando em mil coisas até que uma ideia surgiu:

💭 Vou fugir! Como não pensei nisso antes? Será minha única saída para evitar toda essa palhaçada. Onde já se viu, em pleno século XXI, ser obrigada a casar? Apesar de o Lucas ser… mó gostoso, isso não vem ao caso. Não quero casar agora, sou nova demais.

Ai, meu Deus… me dá uma luz!

Pensando bem… se eu fugir, eles provavelmente vão me caçar até no inferno. Melhor não arriscar. Pelo que sei, mafiosos são sem alma e não aceitam um “não” como resposta. E eu definitivamente não estou preparada para conhecer o Céu agora. 😕

Fiquei deitada, perdida em mil pensamentos, quando ouvi a porta se abrir devagar.

— Agatha… podemos conversar? — a voz de Lucas soou do outro lado.

Meu coração disparou, e eu rolei os olhos para o teto.

💭 Pensamento de Agatha: Ah, claro, nada melhor do que o futuro noivo batendo na minha porta no meu momento de desespero…

— Entra. — falei, tentando soar calma, mas minha voz saiu um pouco trêmula.

Ele entrou, parado na porta, sério, elegante… e totalmente irritantemente bonito. Senti minhas bochechas queimarem.

— Eu… — ele começou, e eu imediatamente fiquei em alerta, pronta para me defender verbalmente. — Não quero que você pense que estou feliz com isso.

— Hahaha! — soltei um riso nervoso. — Ah, que alívio! Eu também não estou! Que coincidência! — minha ironia saiu quase natural demais.

Lucas arqueou a sobrancelha, claramente surpreso com minha reação.

— Então… estamos na mesma situação. Isso torna tudo mais… suportável, eu acho.

💭 Pensamento de Agatha: Suportável?! Ele fala como se fosse fácil. COMO EU POSSO AGUENTAR ESSA SITUAÇÃO?

— Escuta… — ele continuou, aproximando-se um pouco, mas mantendo distância. — Eu não sei você, mas eu não vou permitir que isso destrua a sua vida. Acha que vou ser o tipo de noivo que manda e controla tudo? Esquece.

Senti uma pontada de esperança.

— Bem, isso é bom de ouvir… porque, sinceramente, eu não quero me casar agora. Muito menos com alguém que nunca vi antes na vida.

Lucas deu um leve sorriso, daqueles que faz o coração da gente acelerar sem pedir permissão.

— Então estamos oficialmente unidos pelo sofrimento — disse ele, e eu quase ri alto.

💭 Pensamento de Agatha: Unida pelo sofrimento… Ele não faz ideia de que “sofrimento” aqui é um eufemismo para “quero fugir e nunca mais aparecer na vida dele”.

— Mas, olha… — ele continuou, olhando sério agora. — Acha que isso vai me impedir de ser… pelo menos um aliado? Eu sei que você quer fugir, eu também… talvez possamos, sei lá, tornar essa experiência menos… infernal.

Olhei para ele, surpresa.

— Aliado? Tipo, parceira de fuga?

— Talvez. — Ele deu aquele sorriso confiante que me deixou com vontade de socar e abraçar ao mesmo tempo.

💭 Pensamento de Agatha: Ok, respira Agatha… primeiro, ele é gato demais, segundo… ele está falando sério sobre… ALIANÇA DE FUGA? Isso pode ser bom… ou um desastre.

Eu sabia que qualquer movimento agora precisava ser calculado. Mas, pela primeira vez desde que essa loucura começou, senti que talvez, só talvez, eu não estivesse sozinha nesse caos.

Continua ....

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