Capítulo 5 - Discussão

Maya estava apaixonada por ele, atraída fisicamente, e estamos no século XXI, meu Deus, não na Idade Mé­dia, quando os desejos e necessidades de uma mulher não eram considerados tão importantes quanto os de um homem!

Ela se acalmou. Não fizera nada de errado ao passar a noite com um homem que achava tão atraente e que a quisera também!

Mas com o passar do tempo toda aquela segurança per­dera o sentido.

E agora, ali em pé, olhando para Dean, não significa­vam absolutamente nada.

Maya deu um risinho.

— Acho que será melhor se nós dois simplesmente nos esquecermos disso, não é?

Era uma afirmação, e não uma pergunta, e Dean se mostrou extremamente irritado.

Está certo, então ele não fora capaz de esperar para se livrar de Maya naquela manhã, e desde então não telefona­ra para ela, como disse que faria, mas era um golpe para o ego de Dean perceber que ela estava tentando esquecê-lo do mesmo jeito que ele tentara esquecê-la.

Ou será que...?

Dean deu um passo na direção de Lua, os olhos es­treitos fixos nos olhos azuis dela e acariciando-lhe o rosto.

— Eu sou assim tão fácil de esquecer, Maya?

Ele murmurou sedutor, sabendo que estava cometendo outro erro, mas furioso com a frieza dela.

— Foi fá­cil se esquecer da nossa noite de amor também? Ou a lembrança disso a manteve acordada por várias noites, pensando em todos os modos como nos tocamos e e*cita*os-nos?

Ela olhou para ele chocada ao sentir que o próprio rosto pegava fogo e os lábios se abriam ligeiramente enquanto o corpo se inclinava na direção de Dean.

— Foi o que pensei...

Ele murmurou, satisfeito dian­te da reação e mordiscando os lábios levemente antes de escorrer os dedos pelo pescoço até a gola em "V" da blusa dela e pela curva suave dos sei*s. O tempo todo o olhar de Dean continuava a desafiá-la.

Como isso podia estar acontecendo? Era o que ela se perguntava, ao sentir que estava reagindo ao toque. Os m*milo* ficaram e*cit*do* no ato, duros e sensíveis, enquanto ela se inclinava instintivamente para se segurar nos ombros largos dele.

As pernas pareciam se des­manchar.

Mas do mesmo modo que Dean a tocou de repente ele a empurrou e deu um passo para trás, com aquela expressão diabólica de quem a estava dispensando.

— Você é realmente se*y, não é?

Ele provocou, apoiando-se na mesa e com o semblante pensativo, enquanto olhava a saliência dos sei*s de Maya através do decote de sua blusa.

— Senhor Maxwell...

— Você é realmente se*y, não é?

— Ah, pare com isso.

Ele disse, balançando a cabeça e rindo.

— Você não pode voltar a me chamar de senhor depois de entregar seu corpo a mim.

Afirmou, erguendo a cabeça de maneira desafiadora.

Maya percebeu que estava envergonhada diante da­quela provocação gratuita.

Por que Dean estava fazendo aquilo? Que tipo de prazer perverso ele tinha ao humilhá-la daquela forma?

Ela endireitou-se e olhou para Dean, na defensiva.

— Do mesmo jeito que você entregou seu corpo a mim!

Respondeu furiosa, sem se importar se ele estava mes­mo tentando fazê-la pedir demissão.

Ótimo. Ele podia mandá-la embora. Maya estava quase no ponto de não se importar com isso. O sorriso dele era de zombaria.

— Fico feliz que entre todos os seus outros amantes você tenha se lembrado de mim.

Todos os outros...! Do que é que ele estava falando?

Maya tivera apenas um relacionamento antes dele, e isso fora há cinco anos.

— Vamos parar com esse joguinho.

Disse Dean, im­paciente, pondo-se de pé.

— Finalmente!

Disse Maya.

— Posso voltar para meu trabalho agora?

Se ela não saísse logo dali temia não conseguir conter as lágrimas.

— Não!

Gritou Dean ao perceber que a estava provo­cando de modo deliberado.

Só porque ele sabia do relacionamento dela com Andre Souter?

Provavelmente, pensou Dean, com raiva. Tudo bem. Então o homem, como um artista, era uma lenda, mas também era um homem de meia-idade, e Maya tinha pou­co mais de 26 anos.

E Dean se perguntava se ele era velho demais para ela!

— Está certo, Maya..

Ele começou, acalmando-se.

— Aceito que seu caso com Andre Souter não seja da minha conta...

— Meu o quê?!

Ela balbuciou, sem acreditar, com os olhos arregalados.

— É passado. Eu entendo...

— Passado...!

Maya balançava a cabeça.

— Mas eu lhe disse. Eu não conheço Andre Souter!

Protes­tou, indignada.

— Tenho provas do contrário...

— Provas? Veja Dean, não sei do que você está falan­do.

Maya balançava a cabeça e os lindos cabelos loiros dançavam sobre os seios.

— Talvez você esteja cansado da viagem e isso esteja afetando seu raciocínio. Eu não sei, mas...

— Eu vim de Nova York na semana passada, Maya.

Disse-lhe.

— E fui informado de que havia uma possi­bilidade de uma obra até então desconhecida de Andre Souter ser vendida no norte da Inglaterra. Como você pode imaginar, eu não pretendia deixar que ninguém, a não ser a Galeria Maxwell comprasse a tal pintura.

— Quando você diz Galeria Maxwell você quer dizer Dean Maxwell

— Exatamente. E imagine minha surpresa quando eu vi o tema do quadro!

Maya balançava a cabeça. Ela não tinha a menor idéia do que Dean estava falando. Mas ele, ao que parecia, já estava de volta à Inglaterra há uma semana.

Uma semana e ele não lhe telefonara nem tentara vê-la.

Até hoje. Quando Dean só a humilhara e a enver­gonhara.

Se bem que ele também a pegou nos braços... Para se fazer ouvido. Nada além disso. E conseguira.

Maya reagira ao toque dele mesmo sem querer.

— O tema do quadro...?

Ela perguntou, franzindo a testa.

— Sim.

Respondeu Dean, observando-a com os olhos estreitados.

— Um retrato. Uma mulher. Uma mulher muito bonita, na verdade.

— É uma pintura da fase antiga, então...

— Não!

Interrompeu Dean, seguro do que dizia.

— Eu posso afirmar sem dúvida que é um trabalho recente. Talvez dos últimos cinco anos, eu diria.

— Mas eu achei que ele não pintava mais retratos...

— Claro que esta mulher o inspirara.

Mayaa não gostava do modo como Dean a estava olhan­do, como se estivesse lhe examinando cada centímetro do corpo.

Um corpo que ele conhecera intimamente há seis semanas... Se bem que Dean não parecia estar encontrando nada digno de crítica naquele corpo, parecia?

Maya deu de ombros.

— Pelo que sei, Andre Souter não pinta retratos há mais de 20 anos.

— Você está duvidando dos meus conhecimentos, Maya?

Não, não estava. De jeito nenhum! Ela sabia muito bem que Dean era um amante perfeito.

E que ele não construíra a reputação mundial das Galerias Maxwell sem ter nenhum conhecimento sobre arte. Aquele homem conhecia o assunto tão bem quanto conhecia as artes do sexo!

Dean estava ficando cansado das mentiras de Maya. Ele atravessou o escritório, furioso para tirar a proteção da tela, sem tirar os olhos de Lua ao fazê-lo, pois queria ver a reação dela diante do retrato.

Maya arregalou os olhos, sem conseguir reagir, com o corpo tenso.

Era um retrato dela. Sentada de lado em uma cadeira, usando um vestido largo azul-escuro, com os cabelos louro caindo-lhe nas costas. E era neste ponto que a formalidade do retrato terminava!

Porque a expressão dela no quadro só podia ser chama­da de provocante, com um sorriso se insinuando naqueles lábios deliciosos e com olhos, aqueles lindos olhos dou­rados, semi-fechados, como se ela estivesse excitada.

Os sei*s estavam ligeiramente inclinados para frente, por sob o vestido, pendendo como se a modelo não estivesse usando nada por baixo.

Como se Maya não estivesse usando nada por baixo. Porque a modelo, definitivamente, era ela.

Dean beijara aqueles mesmo lábios há seis semanas.

Vira o desejo naqueles olhos. Acariciara o bio daqueles seios. Beijara aqueles ma*il*s rosados.

E aquele corpo sedoso se entrelaçara ao dele mais de uma vez.

— Quem é ela...?

Dean se virou para observá-la falar num sussurro.

Ele franziu ainda mais a testa ao perceber como estava pálida.

Mas os dois sabiam que a pergunta era desnecessária.

— Ah, pare com isso, Maya.

Suspirou Dean com im­paciência enquanto se colocava ao lado dela.

— É você, droga!

Ele a teria sacudido, mas Maya parecia apta a se desmanchar caso Dean a tocasse.

Sem dúvida ela jamais imaginara que aquele retrato, um retrato feito por um homem que obviamente pôs todo o amor em cada pincelada, fosse visto pelo público.

Era por isso que estava em choque.

Na verdade, foi por sorte que o quadro não acabou em um leilão promovido pelos parentes depois da morte do proprietário da casa.

Por sorte, o leiloeiro percebeu a assinatura de Andre Souter e chamou um amigo em Londres para ver se ha­via algum comprador interessado em olhar a pintura.

Dean estava interessado e conseguiu que o homem lhe prome­tesse que não deixaria ninguém mais ver o quadro até que ele chegasse de Nova York.

Uma olhada na pintura, no estilo luminoso que era a marca das obras de Souter, e Dean soube que tinha de possuir o quadro. A qualquer preço.

Levou algum tempo e foi necessária alguma habilidade para negociar o valor com o novo proprietário e o leiloei­ro, antes de trazer seu prêmio para Londres.

A prioridade de Dean fora conversar com Maya Jones.

Sem dúvida a mulher no retrato.

E, na época em que ele foi feito, a amante de Southern.

Algo que ela parecia negar com firmeza!

Maya deu um passo à frente e, como se estivesse so­nhando, tocou a pintura, os dedos parando a centímetros da moldura, trêmulos. Ela mal conseguia respirar.

— Quem é ela?

Perguntou, emocionada. Dean deu um passo à frente também.

— Caramba, Maya, é você...

— Não sou eu.

Ela virou o olhar para Dean, sen­tindo o coração pulsar na garganta.

— Olhe de novo.

Mandou Maya, quase implorando, virando-se para mais uma vez observar a pintura, sentindo uma dor no peito ao fazê-lo.

— Claro que é você...

— Não!

Interrompeu Maya, calma.

— Ela tem uma marca de nascença, Dean. Olhe. Aqui.

Ela apon­tou para uma marca rosada na curva dos sei*s, visível um pouco acima da gola do vestido azul.

— E olhe aqui.

Ela puxou a gola da blusa que vestia, revelando o pró­prio se*o. Não havia nenhuma marca como aquela...

Quem quer que fosse a mulher do retrato, não era Maya. Ela sabia que não era. Mas, se não era Maya, quem...? Não, não podia ser! Podia...? E tudo escureceu de repente...

Dean praguejou ao se jogar para frente para segurar Maya antes que ela caísse no chão acarpetado, em seguida a to­mou nos braços e a levou até um sofá de couro nos fundos do escritório.

Ele estivera esperando algum tipo de reação ao quadro, mas não isso!

Vergonha, talvez, porque era óbvio que Southern fora amante de Maya.

E surpresa ao descobrir que Dean era dono da pintura também era uma possibilidade.

Mas ele não esperava que Maya desmaiasse ao negar ser a mulher do retrato!!

Exceto pela marca de nascença, uma bela marca em forma de rosa, não podia ser outra mulher que não ela.

Dean a deitou no sofá e ela começou a gemer baixi­nho ao recobrar a consciência, finalmente abrindo os olhos e encarando o dono da galeria, inclinado sobre ela.

— Ora, Maya. Sei que não sou nenhuma pintura, mas não sou tão feio assim!

Gracejou Dean ao se afastar um pouco.

A pintura, lembrou-se, estremecendo, tentando se re­compor. Mas levando em conta o que ela vira e o que esta­va pensando, demoraria mais do que uns poucos segundos para voltar a si.

Maya engoliu em seco, sem saber como organizar as emoções. Se a mulher no retrato realmente fosse quem ela pensava que era...

— Aqui.

Ela abriu os olhos e viu que Dean lhe estendia um copo com água.

Maya o estava assustando com aquela coisa de des­maiar. Impaciente, ele guardou a garrafa de água numa geladeira escondida em um armário de carvalho.

Quem é que desmaia hoje em dia? Só pessoas doentes, famintas ou que batem a cabeça! Ele não entendia, afinal ela não estava doente e nem batera a cabeça.

Exceto, tal­vez, no sentido figurado. Só podia ser fome.

— Você almoçou hoje?

Ele perguntou, desconfiado.

— Na verdade...

Maya sentou-se e bebeu um pouco da água gelada.

— Não.

Ele balançou a cabeça e voltou à geladeira.

— Por que não?

Perguntou, pegando uma barra de chocolate e entregando a ela.

— Coma.

Ordenou.

— Você vai se sentir melhor.

De algum modo Maya duvidou, mas o chocolate certa­mente não a faria mal. Ela ouvira que doce fazia bem para quem estava em choque, o que era o caso.

Olhando novamente para o retrato, lentamente mordiscou dois pedacinhos da barra.

A mulher no quadro era linda, mais do que ela.

Dean não percebia aquilo? E tinha um ar provocativo, uma sen­sualidade, aqueles olhos dourados semifechados, como se escondesse um segredo.

Maya sentiu que recomeçara a tremer e refletiu sobre qual poderia ser o segredo.

Ela comeu mais dois pedaços de chocolate antes de perguntar:

— Onde você comprou isso?

— Já lhe disse, no norte a Inglaterra.

Dean andava de um lado para o outro no escritório.

Maya o olhou com impaciência.

— Pode ser mais específico? De quem você o com­prou? Onde eles conseguiram o quadro?

De repente era vital que ela soubesse daquilo.

Dean franziu a testa.

— Comprei de um jovem casal que acabara de herdar uma casa de um tio-avô ou coisa parecida. Eles jamais viram o quadro antes de o homem morrer porque o velho mantinha o quadro pendurado no próprio quarto.

Ele contou, com um pouco de raiva.

Dean não podia dizer que se sentia à vontade com um velho babando diante do retrato de uma mulher, Maya!, que tinha idade para ser filha dele, se não neta.

Mas o casal não sabia nada sobre a mulher no retrato, quem era ela ou como o tio-avô adquirira o quadro.

Dean sabia quem era a mulher, mas não tinha a menor idéia do que o retrato fazia no quarto de um velho e não nas mãos do homem que a pintara com tanto amor.

E não parecia que Maya estava a fim de esclarecer tais questões!

Ela molhou os lábios.

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Comments

Maria aparecida Martins

Maria aparecida Martins

É mais certo colocar os dois retratos do seriado Será que é amor

2023-04-25

3

Priscila Santana

Priscila Santana

Põe foto autora dessa moça que tá na capa com par dela na série sarkan e eda

2023-03-30

3

Leandra Pitarello Hárea

Leandra Pitarello Hárea

muito bom o livro. aguardando próximos capítulos

2023-03-21

1

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