CAPITULO 4

• VINICIUS CRESTWELS •

— Chegamos — ela disse se virando e sorrindo para ele, o tirando de vez de seus pensamentos obscenos. Atravessando o corredor, ela abriu a porta de seu apartamento e entrou — Vou pegar alguma coisa para você vestir, só um minuto — Ela sumiu para dentro.

Vinícius entrou logo atrás dela, assim que ela sumiu de sua vista aproveitou para reparar mais no local onde a sua menina dos olhos claros passava todos os dias.

Observando cada parte, era enorme o lugar, as janelas pelo lado de dentro pareciam bem maiores e a vista era excepcional, havia um sofá enorme na sala com uma televisão de plasma acoplada na parede bem na frente, a ala era cheia de sofás menores, típico feminino.

As paredes claras e os móveis escuros era o charme do local, apenas a parede da televisão era de um vermelho vivo que combinava perfeitamente com as almofadas espalhadas entre a sala e os detalhes que enfeitavam.

Logo ao lado um corredor que devia levar aos quartos ele supôs e a cozinha. Ele se aproximou mais das enormes janelas tomando cuidado para não tocar em nada, muito menos molhar o tapete que ela tinha ali, "daria um trabalho para poder secar isso" pensou ele.

Parado na janela, ele teve a mesma vista que ela apreciava diariamente, porém hoje a chuva caia pesadamente sobre a praia de Copacabana.

Ele sorriu ao se lembrar de todas às vezes que a pegava aqui no mesmo local o encarando, minutos atrás ela esteve aqui do mesmo jeito até ficar super assustada com a atitude que nem ele sabe explicar que teve.  Balançando a cabeça, frustrado consigo mesmo, ele suspirou e virou-se dando de cara com ela.

— Nossa — sua espiração falhou e pigarrou.

Ivy estava no meio da sala com um vestido amarelo colado ao corpo, mostrando todas as suas curvas, ela estava linda, apesar dele achar que aquele vestido seria um tipo de camisola ficava excepcional nela.

Com os cabelos úmidos presos em um coque acima de sua cabeça, deixando seu pescoço livre o bastante para beijos.

Como ele queria beijar ali, roçar os seus lábios pelo seu pescoço enquanto a penetrava.

Ele suspirou afastando novamente os pensamentos. "Mas que diabos está acontecendo comigo?"

— Acho que essas servem em você — esticou o braço com as roupas – Pode ir até ao banheiro no fim do corredor.

— Por que está sendo generosa assim? — perguntou pegando as roupas e passando por ela.

— Ivy.

Ela disse antes que ele sumisse da vista dela, a ouviu falar, parecia mais um sussurro do que um fala. Se virou para ter certeza de que ela havia mesmo falado alguma coisa, ela mordeu os lábios e repetiu

— Meu nome, Ivy.

Ah, claro, seu nome. Ele sorriu.

— Que belo nome, combina com você, Ivy — o sorriso no rosto dela foi instantâneo, e isso preencheu seu coração, quase inchando a si mesma pela satisfação daquele sorriso, ele apontando para si mesmo respondeu — Vinícius.

• IVY WILLIANS •

Enquanto ele se trocava, ela tentava colocar em ordem o que acabará e fazer.

Trouxe um estranho para dentro de seu apartamento e estava lhe oferecendo roupas. Se Felipe ficasse sabendo, ela estaria completamente ferrada.

"E se ele realmente fosse um estuprador, ou um ladrão? Onde eu estava com a cabeça."

"Ok, era o moreno da prancha que ela observava todos os dias, o moreno maravilhoso, por deus como era maravilhoso, mas ainda assim era um desconhecido, a única coisa que ela sabia era o nome dele e que ele gostava de surfar."

Ele era bem maior que ela, quase duas cabeças.

Mordendo os lábios, ela viu a cena dele em cima dela, mordendo seus lábios, seu pescoço, ela fechou os olhos e desfrutou desses pensamentos indecentes, seus dedos dos pés se apertaram em volta do tapete.

Mas logo a culpa a invadiu.

Se o seu irmão chegasse, o que poderia acontecer a qualquer momento, ele a mataria ou provavelmente mataria o Vinícius.

Respirando fundo, ela sentou-se no sofá esperando que ele se trocasse logo e fosse embora antes que o Felipe chegasse, seria um desastre se ele aprece -se por aqui e o visse nu em seu banheiro, um perfeito desastre.

E quanto a Gabriel?

"Ele vai acabar me matando" o tremor voltou ao seu corpo assim que ela se lembrou do bilhete "mais dinheiro?! Como vou conseguir mais dinheiro dessa vez?! Meu deus me ajude, não deixe que ele chegue perto de mim outra vez!”.

Claro que ela não

iria ao encontro dele como ele havia praticamente mandado ela ir, jamais iria se submeter novamente a ter  Gabriel participando da sua vida, ele já quase conseguiu destruir ela toda uma vez, não daria a chance para ele conseguir isso novamente.

Sentada em cima de uma de suas pernas, ela apoiou o cotovelo no encosto só sofá e segurou a cabeça com a mão. Tão logo Felipe chegaria, devia contar o que aconteceu com Gabriel ou ficar calada sobre isso? Ele o mataria se contasse, quase fez isso dá outra vez...

— Você parece bem cansada — Vinícius disse invadindo sua sala.

— Não é só aparência... — respondeu realmente exausta, levantou-se devagar — Obrigado por ter praticamente me segurando lá fora, e hm... – ela mordeu os lábios pensando em como dizer — desculpe ter fugido da sua tentativa de contato comigo. Mas acho melhor você apenas ir.

Ele a encarava com os olhos semicerrados, suspirando, respondeu.

— Não se importe com isso, as mulheres costumam fugir de mim com frequência.

— Eu duvido — ela murmurou.

Ele sorriu ao ouvi-la, mas não fez nenhum comentário a respeito.

— Obrigado pelas roupas, vou recompensá-la por isso. Gostaria de poder te chamar para sair hoje, mas tenho uma reunião de família que não posso adiar.

"Família... LUCAS!!". Ela havia se esquecido completamente, daqui a algumas horas ele estaria aqui para

pegá-la. "Merda!"

— Não se incomode com isso — ela sorriu e foi em direção a porta a abrindo – não quero ser indelicada, já sendo, mas tenho um compromisso hoje também que não posso adiar.

— Que sorte a dele — sussurrou, mas Ivy pode ouvir claramente e isso a preencher por dentro, fazendo seu corpo todo se esquentar.

Ele passou por ela, a olhou e disse sorrindo.

— Espero algum dia ter a mesma sorte que ele, nos vemos amanhã pela janela Ivy. Me ligue.

Antes que ela pudesse responder alguma coisa, ele já havia sumido no elevador. Como ela iria ligar para ele se nem ao menos tinha seu número?

"Louco, só tem loucos na minha vida".

Fechou a porta atrás de si com um sorriso estampado no seu rosto.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***