Fui acordado por meu celular vibrando sobre a mesinha. Me sentei na borda da cama, verifiquei o que piscava na tela, "parabéns pra mim!"
— Espera, hoje é meu aniversário de dezessete anos? — confiri a data no visor.
— Ohh! Uma festa no meu aniversário... que sorte! — sorrir comigo mesmo.
Me dirigi ao banheiro para tomar minha ducha maravilhosa, e logo depois já estava enfrente ao espelho, preso no guarda-roupa, de aproximadamente, um metro e meio.
Analisei meus cabelos negros altos, que sempre deixo caídos dos lados da testa, minhas sobrancelhas meio grossas e bem negras, também chamam atenção para os fios quase em cima delas, tenho olhos castanhos escuros, cílios quase longos, um nariz comportado e fino, "comportado é o que eu acho" lábios médios, e rosto fino, quase semelhante aqueles rostos dos coreanos e tailandeses, com a diferença que tenho um queixo um pouco mais quadrado, e covinhas aparecem próximos dele quando sorrio.
Mantenho meu rosto ainda limpo, sem sobra de barba, apesar delas já aparecerem de vez em quando, mantendo minha pele branca sempre igual.
Minha escolha hoje, foi uma camisa preta, e uma calça moletom da mesma cor, chinelos brancos nos pés, já que ficarei em casa o dia todo.
Desço para tomar meu café da manhã. A única pessoa que encontro na cozinha é Luíza, minha antiga babá e agora cozinheira da minha mãe.
— Bom dia Cast! — ela me cumprimenta assim que sento, beijo seu rosto.
— Bom dia Luíza! Cadê a mamãe? — perguntou.
— A dona Catarina saiu cedo, foi trabalhar, o senhor Mackai ligou ontem à noite, dizendo que queria ela hoje cedo na empresa.
Minha mãe quase nunca vivencia meus aniversários, já que é sempre a mesma data que acontecem eventos na empresa, ao qual ela é secretária do dono, o senhor Mackai, dono de uma grande empresa de marketing, telecomunicação, que trabalha vendendo imagens de empresas de cosméticos, e caras em si.
— Como sempre! — falo.
— Não fica assim não filho, ela vai trazer presentes como sempre! — Luíza tenta me confortar.
— Eu sei, ela sempre trais! — falo, pondo meu suco no copo.
— Eu tenho um presente agora mesmo, quer? — Luíza pergunta sorridente.
— Claro! É o que? Bolo? — perguntou animado.
— Bolo de chocolate! — fala, trazendo um bolo enorme nas mãos.
— Luíza, eu te amo sabia? — sorrio me levantando para abraçá-la. Ela apenas sorrir concordando, enquanto corta meu primeiro pedaço.
Antes que ela ponha em meu prato, paro sua mão e devolvou o pedaço sorridente.
— O primeiro pedaço hoje é seu! — ela fica espantada, mais feliz.
— Mas... — antes que ela continuase, a interrompo.
— Luíza, você foi minha babá por doze anos, trabalha à dezessete anos aqui, e merece esse pedaço mais que qualquer um, afinal, você está aqui agora! — assim que termino, Luíza me abraça emocionada, com seu pedaço na mão esquerda.
____
Assim que terminei o meu delicioso bolo de chocolate, fui direto para meu computador, estudar um pouco, já que quero finanças, terei que dá duro nas áreas de cálculo.
Minutos depois, o celular apita com uma mensagem do Iago, me lembrando da festa que não irei perder.
Sorri ao lembrar da galera que pode aparecer lá... em minha mente vem a imagem da garota da sala, a linda garota. Me pergunto se se ela vai.
O dia transcorreu bem, Iago resolveu me tirar dos estudos na parte da tarde, para jogar videogame, como sempre faz, quando quer tirar meu foco de alguma coisa.
Olho para o celular em cima da cama, puxo ele para mim, pondo o controle no chão onde estou.
— Cara! Que horas a festa começa? — pergunto, fazendo cara de espanto, deixando Iago em alerta.
— Sete! — Iago responde, desligando a TV rapidamente.
— São cinco e meia! — respondo,
Iago me empurra chateado, enquanto apenas riu da cara dele.
— Se me dê um susto desses outra vez, eu te mato cara! — Iago ameaça.
— Ué?! Ainda tem que ir pra sua casa, procurar sua roupa de gala, cara! — começo, o zuando.
— Olha quem fala! — Iago reclama.
— Ei mano! — ele senta na minha cama, enquanto organizo o quarto, para ajudar a Luíza.
— Tá lembrando do nosso lance, né?
— Que lance, tá doido? — tiro onda dele, sabendo do que se trata.
— De ler as mentes das gatinhas, cara! — Iago responde, puxando o celular do bolso.
— Você é sujo cara. Não consegui nada sem trapassa! — reclamo.
— Qual é cara, sabe que hoje em dia tá difícil de entender as mentes das garotas! — Iago se defende, guardando o celular de novo.
— E quando foi fácil? Nem mesmo lendo as mentes delas, se torna fácil, é pior ainda! — falo separando meu tênis branco preferido.
— Se você não entende, imagine eu, um pobre mortal! — Iago faz drama.
— E eu sou o que? Imortal? Sobrenatural? Vai nessa! — bufo.
Ele sorrir se levantando da minha cama.
— Até as sete! — Iago se despedi.
— Até! — olho ao redor, me perguntando se falta algo, concluindo que apenas falta grana.
— Tudo pronto! — falo indo me sentar em frente ao computador de novo, desta vez para olhar o que se passa nas minhas redes sociais.
___⌚___
Hora marcada. Estava novamente em frente ao espelho, vendo se a minha imagem se encaixava com o que pretendia naquela noite.
Vesti uma camisa branca de manga curta, junto à uma calça preta, jeans, meu tênis preferido e uma jaqueta, jeans azul, com mangas de algodão, cor cinza.
Escuto a voz de Iago conversando com Luíza na sala, pego meu celular, carteira e chaves (incluindo chave de casa) e logo deixo o quarto.
— Vamos lá? — pergunto, dando um beijo em Luíza.
— Vamos! — Iago responde, me vendo passar pela porta em seguida, se despede de Luíza antes.
— Ei! Para que vai levando a chave da sua moto, vamos no meu carro! — Iago me relembra.
— Poxa, verdade! — volto correndo para devolver minhas chaves, para minha segunda mãe.
— Pronto! — falo sorrindo, assim que entro na sua caminhonete prata.
____
A casa do mauricinho ficava bem no centro, um pouco longe devido ao trânsito, então chegamos as exatas oito e trinta. Estava cheio, muita gente desconhecida e outras até semelhantes, todas se divertindo.
Assim que começo à passar pelos primeiros grupos, já começo à escutar os pensamentos de todos ao mesmo tempo, o que me lembra que devo focar em uma pessoa por vez, para não ouvir tudo e causar um tipo de descarga no meu cérebro.
Foco em um garoto à minha frente, rodeado de garotos, pele morena.
"Olha o amigo do Jonatas, acaba de chegar, tava demorando!" — ele pensa nos olhando
Foco em uma loira de olhos verdes um pouco à frente dele, enquanto continuamos nos aproximando da mansão.
"Ual, olha como os dois são lindos, até queria uma noite com o Cast!" — ela morde o lábio inferior.
"Quê? Ela tem pelo menos quinze anos?" — penso comigo mesmo
Tiro o foco dela e ponho em um grupinho de quatro garotas, duas loiras, uma morena e outra branquinha, do cabelo negro.
"Meu sonho chegou!" — a loira de vestido verde, pensa e logo cochicha para suas amigas, que olham na nossa direção.
— O Iago é lindo! — ela continua.
"Até que ele é bonitinho!" — a morena fala me olhando.
"Eu pegava!" — a outra loira de olhos claros, fala olhando para Iago.
"Credo linda, o que vocês vêem em homens?" — a branquinha de cabelos negros, pensa, depois de nos olhar e voltar para elas
"Poxa cara, ela era até bonita!" — penso derrotado.
Deixo Iago me aproximar e falo baixinho.
— Ali. — olho na direção delas.
— A primeira loira, te chama de sonho, a segunda quer o mesmo, e a morena provável, agora a mais gata... Essa pode esquecer, torce pro timi errado, pelo menos errado para nós! — falo, vendo ele ser discreto, enquanto analisa a situação.
— É cara. Acho que vou ficar com a loira de lá. — se refere a mais pecaminosa.
— Não tô afim de casar hoje, isso eu deixo pra você! — Iago toca no meu ombro, já me deixando sozinho.
Fico um pouco à observar, como ele dá em cima da loira, que não demora cinco segundos para já sair com ele, e é claro que a primeira loirinha ficou destruida, com a traição da amiga, que segundo seus pensamentos, já sabia do interesse dela por ele.
É a vida, continuo minha jornada a procura de algo para beber, no caminho alguém esbarra em mim sem querer, por sorte ela não tinha bebida em mãos.
— Desculpe! — ela olha para cima, era ela, a garota da classe de história.
Como não reconheci antes, seus lábios carnudos desenharam um sorriso sem mostrar os dentes.
"Por que ele não diz nada? Vai ficar só me olhando como se tivesse perdido algo aqui? Espera, será se tem algo no meu rosto?" — ela pensa, e logo passa a mão na bochecha discretamente.
— Eu que peço desculpas, estava distraido procurando o dono da festa, sabe onde ele está? — pergunto mudando de assunto.
Seus olhos castanhos claros quase vermelhos se estreitam.
"Claro que sei, deve está me traindo como sempre aquele babaca!" — pensa amarga.
"Quê? Ela é namorada do Jonatas? Não achei que gostasse desse tipo! Que rasteira!" — penso frustado.
— Ele deve está na cozinha, por que essa cara? — ela pergunta me olhando. Por causa de sua altura até que se tornava fofa, um pouco baixinha.
— Não nada! — tento me justificar, devo ter feito uma cara cufusa.
— Obrigado! — vou para o lado para tirá-la da minha frente, à deixando ali.
"São todos iguais!" — ela pensa se afastando.
"São vocês que fazem as escolhas erradas!" — penso frustado
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 88
Comments