Norma saiu o mais cedo que pode de casa, para ver sua filha no hospital. Não era final de semana e precisou enviar Philiph para a escolinha, era seu primeiro ano e ele adorava. Depois recebeu sua auxiliar, passou os afazeres, alimentou o cachorro e chamou um carro de transporte.
Chegou no hospital e foi cumprimentada por todos que a conheciam. Frequentou muito aquele hospital, pelos problemas de depressão que teve e pela gravidez de Samantha. Também eram conhecidas pelas geléias e doces, pois deram amostras como propaganda, quando iniciaram a fabricação.
Seguiu para o quarto da filha, ansiosa por ver como ela estava e nem bateu na porta, foi entrando.
— Mãããe! — Era visível a alegria de Samantha ao ver sua mãe.
— Bom dia, filha, você parece bem, apesar da perna.
Norma se aproximou olhando a perna operada e foi abraçar a filha, que estava recostada na cabeceira da cama erguida. Mas ao abraçá-la, Sam desabou em um choro convulsivo, espantando Norma.
— Ô, filha, foi muito estresse, né? Chora, desabafa, vai te fazer bem.
Ficaram abraçadas, Norma consolava a filha com tapinhas nas costas e deixando-a chorar até não ter mais lágrimas. Quando se afastaram um pouco, a mãe secou as lágrimas da filha e fitou-a com carinho.
— Passou?
— Foi ele, mãe. Ele me atropelou e esteve aqui, ontem. Foi horrivel, acordei com ele me olhando daquele jeito lascivo, como da primeira vez e tava…tava… foi horrível…
Norma a abraçou de novo, tão abismada por saber do ocorrido, que não sabia o que dizer. Aquilo não podia estar acontecendo, justo agora que estavam se acostumando a viver tranquilas. Foram anos, até que conseguisse viver sem sofrer pela morte repentina de seu marido e a violência que sofreu sua filha. Agora o passado voltou, para bater à sua porta.
— Filha, não consigo acreditar nisso, é muita coincidência…
Se afastaram novamente e as duas estavam espantadas e sem saber o que pensar ou como agir.
— Mãe…é como uma brincadeira de mau gosto. Levei tanto tempo para me livrar dos pesadelos, da lembrança daquele dia e agora parece que vai começar tudo de novo.
— Calma, eles não podem fazer nada conosco, agora estamos prevenidas e temos muitos amigos que vão nos ajudar.
— Eles não podem saber sobre Philiph, mãe. Podem querer levá-lo e eu não vou aguentar.
— Calma, filha, eles não vão poder fazer nada contra nós.
Neste momento, após a batida na porta, entrou a pessoa mais temida por elas, o antigo patrão, o senhor Colin.
— Olha só, estão as duas juntas, que bom. Como você está, Samantha.
Samantha agarrou o celular que estava em seu colo e tocou em uma tecla. Estava verificando as mensagens, quando sua mãe chegou.
— Bom dia, ficarei bem. O que o senhor quer aqui?
— Nossa, não esperava essa recepção. Vim saber como você está e garantir que a seguradora cuidará de seu veículo e meu advogado entrará em contato, para o resgate do DPVAT. A polícia está atrás do caminhão que causou o acidente e eles serão responsabilizados pelo seu prejuízo.
— Obrigada, não precisava se preocupar em vir.
— Foi bom encontrá-la aqui, Norma, pois quero dar-lhes um aviso.
— Estava demorando. O que o senhor quer dessa vez, que deixemos o país? — perguntou Norma.
— Não precisa tanto, só quero que Samantha não dê corda ao meu filho. Ele parece descontrolado, só por vê-la e não quero ter que tomar atitudes mais drásticas.
— E o que o senhor poderia fazer, dessa vez? Será que precisamos lembrá-lo que fui eu a abusada, humilhada e que perdi meu pai por causa do seu filho?
— Você não tem o direito de cobrar nada dele, vivia se insinuando, provocando, ele só fez pegar. Mas isso está no passado, vocês só precisam ficar fora do caminho e tudo ficará bem.
A postura do homem era de arrogância e de quem não temia nada e n ninguém. Tinha conquistado um carro na política do estado e achava que podia usar e abusar de sua imunidade, ameaçando as pessoas.
— Você está nos ameaçando, senhor Colin? — perguntou Norma.
— Você sabe muito bem o que posso fazer com empregadinhas como vocês, pessoas medíocres, ignorantes, que não chegarão a lugar algum se baterem de frente comigo. Então, desejo melhoras para você, Samantha. Adeus.
Ele saiu, deixando as duas paralisadas e sem fala.
O deputado Colin saiu do hospital e encontrou seu filho chegando, com um arranjo de flores nas mãos, todo sorridente.
— Onde pensa que vai? Não vou deixar você começar tudo de novo, Jensen.
— Eu é que não vou deixar o senhor continuar mandando em minha vida, chega!
— Agora, você quer ser corajoso. Esqueceu que quem impediu que você fosse processado, fui eu. Você era maior de idade e cometeu um crime e ainda provocou o velho a ponto dele ter um infarte. Basta, Jensen, já resolvi tudo, vamos embora. — Segurou-o pelo braço e puxou.
Mas Jensen, com um puxão, se soltou do agarre do pai e correu em direção ao hospital, os seguranças já estavam preparados para ele e o impediram de entrar.
— Desculpe, senhor, mas sua entrada está proibida pela polícia.
— Tá bem, tá bem, mase soltem.
Eles o soltaram e ele tentou correr para entrar no hospital, mas os seguranças conseguiram pará-lo e o jogaram no chão, detendo-o.
— Vai cooperar agora, senhor.
— Levantem-o, vou levá-lo, podem deixar. — ordenou o pai, irritando os seguranças, que levantaram Jensen e o levaram para a sala da segurança e chamaram o delegado.
Rômulo chegou rapidamente e foi parado pelo deputado:
— Sou o Deputado Colin, quero que libere meu filho, vou levá-lo para casa.
— Vamos ver, deputado, com licença.
Rômulo foi buscar Jensen, lembrando do que lhe foi dito no dia anterior, entendeu perfeitamente o porquê dele ter receio do pai. O homem era a arrogância em pessoa. Entrou na sala e deu voz de prisão ao rapaz:
— Você está preso pelo crime de invasão e desrespeito a autoridade, sugiro que fique quieto e me deixe te livrar de seu pai.
Jensen consentiu e saiu do hospital algemado. Seu pai não gostou e começou a usar o celular para entrar em contato com qualquer que pudesse ajudar, apelaria para os políticos da região se fosse necessário, só não sabia que Jensen estava querendo, justamente, se livrar daquele controle de seu pai.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Expedita Oliveira
Revoltada e sem comentários 🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭
2025-03-23
0
Erlete Rodrigues
nojento detesto políticos 😠
2024-10-22
1
Maria Helena Macedo e Silva
se quer distancia porque não continuou no seu lugar e mantivesse o filho longe delas... esse merece perder tudo ...
2024-09-23
0