Capítulo 5. O Pai

Norma saiu o mais cedo que pode de casa, para ver sua filha no hospital. Não era final de semana e precisou enviar Philiph para a escolinha, era seu primeiro ano e ele adorava. Depois recebeu sua auxiliar, passou os afazeres, alimentou o cachorro e chamou um carro de transporte.

Chegou no hospital e foi cumprimentada por todos que a conheciam. Frequentou muito aquele hospital, pelos problemas de depressão que teve e pela gravidez de Samantha. Também eram conhecidas pelas geléias e doces, pois deram amostras como propaganda, quando iniciaram a fabricação.

Seguiu para o quarto da filha, ansiosa por ver como ela estava e nem bateu na porta, foi entrando. 

— Mãããe! — Era visível a alegria de Samantha ao ver sua mãe.

— Bom dia, filha, você parece bem, apesar da perna.

Norma se aproximou olhando a perna operada e foi abraçar a filha, que estava recostada na cabeceira da cama erguida. Mas ao abraçá-la, Sam desabou em  um choro convulsivo, espantando Norma.

— Ô, filha, foi muito estresse, né? Chora, desabafa, vai te fazer bem.

Ficaram abraçadas, Norma consolava a filha com tapinhas nas costas e deixando-a chorar até não ter mais lágrimas. Quando se afastaram um pouco, a mãe secou as lágrimas da filha e fitou-a com carinho.

— Passou?

— Foi ele, mãe. Ele me atropelou e esteve aqui, ontem. Foi horrivel, acordei com ele me olhando daquele jeito lascivo, como da primeira vez e tava…tava… foi horrível…

Norma a abraçou de novo, tão abismada por saber do ocorrido, que não sabia o que dizer. Aquilo não podia estar acontecendo, justo agora que estavam se acostumando a viver tranquilas. Foram anos, até que conseguisse viver sem sofrer pela morte repentina de seu marido e a violência que sofreu sua filha. Agora o passado voltou, para bater à sua porta.

— Filha, não consigo acreditar nisso, é muita coincidência…

Se afastaram novamente e as duas estavam espantadas e sem saber o que pensar ou como agir.

— Mãe…é como uma brincadeira de mau gosto. Levei tanto tempo para me livrar dos pesadelos, da lembrança daquele dia e agora parece que vai começar tudo de novo.

— Calma, eles não podem fazer nada conosco, agora estamos prevenidas e temos muitos amigos que vão nos ajudar.

— Eles não podem saber sobre Philiph, mãe. Podem querer levá-lo e eu não vou aguentar.

— Calma, filha, eles não vão poder fazer nada contra nós.

Neste momento, após a batida na porta, entrou a pessoa mais temida por elas, o antigo patrão, o senhor Colin.

— Olha só, estão as duas juntas, que bom. Como você está, Samantha.

Samantha agarrou o celular que estava em seu colo e tocou em uma tecla. Estava verificando as mensagens, quando sua mãe chegou.

— Bom dia, ficarei bem. O que o senhor quer aqui?

— Nossa, não esperava essa recepção. Vim saber como você está e garantir que a seguradora cuidará de seu veículo e meu advogado entrará em contato, para o resgate do DPVAT. A polícia está atrás do caminhão que causou o acidente e eles serão responsabilizados pelo seu prejuízo.

— Obrigada, não precisava se preocupar em vir.

— Foi bom encontrá-la aqui, Norma, pois quero dar-lhes um aviso.

— Estava demorando. O que o senhor quer dessa vez, que deixemos o país? — perguntou Norma.

— Não precisa tanto, só quero que Samantha não dê corda ao meu filho. Ele parece descontrolado, só por vê-la e não quero ter que tomar atitudes mais drásticas.

— E o que o senhor poderia fazer, dessa vez? Será que precisamos lembrá-lo que fui eu a abusada, humilhada e que perdi meu pai por causa do seu filho?

— Você não tem o direito de cobrar nada dele, vivia se insinuando, provocando, ele só fez pegar. Mas isso está no passado, vocês só precisam ficar fora do caminho e tudo ficará bem. 

A postura do homem era de arrogância e de quem não temia nada e n ninguém. Tinha conquistado um carro na política do estado e achava que podia usar e abusar de sua imunidade, ameaçando as pessoas.

— Você está nos ameaçando, senhor Colin? — perguntou Norma.

— Você sabe muito bem o que posso fazer com empregadinhas como vocês, pessoas medíocres, ignorantes, que não chegarão a lugar algum se baterem de frente comigo. Então, desejo melhoras para você, Samantha. Adeus.

Ele saiu, deixando as duas paralisadas e sem fala. 

O deputado Colin saiu do hospital e encontrou seu filho chegando, com um arranjo de flores nas mãos, todo sorridente.

— Onde pensa que vai? Não vou deixar você começar tudo de novo, Jensen.

— Eu é que não vou deixar o senhor continuar mandando em minha vida, chega!

— Agora, você quer ser corajoso. Esqueceu que quem impediu que você fosse processado, fui eu. Você era maior de idade e cometeu um crime e ainda provocou o velho a ponto dele ter um infarte. Basta, Jensen, já resolvi tudo, vamos embora. — Segurou-o pelo braço e puxou.

Mas Jensen, com um puxão, se soltou do agarre do pai e correu em direção ao hospital, os seguranças já estavam preparados para ele e o impediram de entrar.

— Desculpe, senhor, mas sua entrada está proibida pela polícia.

— Tá bem, tá bem, mase soltem.

Eles o soltaram e ele tentou correr para entrar no hospital, mas os seguranças conseguiram pará-lo e o jogaram no chão, detendo-o. 

— Vai cooperar agora, senhor.

— Levantem-o, vou levá-lo, podem deixar. — ordenou o pai, irritando os seguranças, que levantaram Jensen e o levaram para a sala da segurança e chamaram o delegado.

Rômulo chegou rapidamente e foi parado pelo deputado:

— Sou o Deputado Colin, quero que libere meu filho, vou levá-lo para casa.

— Vamos ver, deputado, com licença.

Rômulo foi buscar Jensen, lembrando do que lhe foi dito no dia anterior, entendeu perfeitamente o porquê dele ter receio do pai. O homem era a arrogância em pessoa. Entrou na sala e deu voz de prisão ao rapaz:

— Você está preso pelo crime de invasão e desrespeito a autoridade, sugiro que fique quieto e me deixe te livrar de seu pai.

Jensen consentiu e saiu do hospital algemado. Seu pai não gostou e começou a usar o celular para entrar em contato com qualquer  que pudesse ajudar, apelaria para os políticos da região se fosse necessário, só não sabia que Jensen estava querendo, justamente, se livrar daquele controle de seu pai. 

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Comments

Expedita Oliveira

Expedita Oliveira

Revoltada e sem comentários 🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭

2025-03-23

0

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

nojento detesto políticos 😠

2024-10-22

1

Maria Helena Macedo e Silva

Maria Helena Macedo e Silva

se quer distancia porque não continuou no seu lugar e mantivesse o filho longe delas... esse merece perder tudo ...

2024-09-23

0

Ver todos
Capítulos
1 Capítulo 1. Geleia
2 Capítulo 2. Lembranças
3 Capítulo 3. Norma
4 Capítulo 4. Cara a vara
5 Capítulo 5. O Pai
6 Capítulo 6. Descontrole
7 Capítulo 7. Alívio
8 Capítulo 8. Novo Tempo
9 Capítulo 9. Lar
10 Capítulo 10. Terapeuta
11 Capítulo 11. Buquês
12 Capítulo 12. Alta Médica
13 Capítulo 13. Cartas na Mesa
14 Capítulo 14. Retaliação
15 Capítulo 15. Te Peguei!
16 Capítulo 16. Se Lascou!
17 Capítulo 17. Coração de Bananeira
18 Capitulo 18. Encontro
19 Capítulo 19. Frente a Frente
20 Capítulo 20. Será?
21 Capítulo 21. Confronto
22 Capítulo 22. Mais Um Dia
23 Capitulo 23. Encontros
24 Capítulo 24. Deixando o Passado
25 Capítulo 25. Fumacê
26 Capítulo 26. Invasão
27 Capítulo 27. Preocupação
28 Capítulo 28. Psicose
29 Capítulo 29. Advogados
30 Capítulo 30. Pôneis
31 Capítulo 31. Notícia Boa
32 Capítulo 32. Visita
33 Capítulo 33. Papai
34 Capítulo 34. Convite
35 Capítulo 35. Fábrica
36 Capítulo 36. Segurança
37 Capítulo 37. Sonho
38 Capítulo 38. Sabotagem
39 Capítulo 39. Veneno
40 Capítulo 40. Felicidade
41 Capítulo 41. Agora
42 Capítulo 42. Confiança
43 Capítulo 43. Ciúmes
44 Capítulo 44. Churrasco
45 Capítulo 45. Retorno
46 Capítulo 46. Confissão
47 Capítulo 47. Tumulto
48 Capítulo 48. Inferno
49 Capítulo 49. Alívio e dor
50 Capítulo 50. Enrolando
51 Capítulo 51. Choque
52 Capítulo 52. Questões
53 Capítulo 53. Novo Casal
54 Capítulo 54. Liberdade
55 Capítulo 55. Impulso
56 Capítulo 56. Fazendas 1 e 2
57 Capítulo 57. Herança
58 Capítulo 28. Segredo
59 Capítulo 59. Conversas
60 Capítulo 60. Arrancando o Passado
61 Capítulo 61. Pedido
62 Capítulo 62, Casamento
63 Capítulo 63. Final
64 Capítulo 64. Epílogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 64

1
Capítulo 1. Geleia
2
Capítulo 2. Lembranças
3
Capítulo 3. Norma
4
Capítulo 4. Cara a vara
5
Capítulo 5. O Pai
6
Capítulo 6. Descontrole
7
Capítulo 7. Alívio
8
Capítulo 8. Novo Tempo
9
Capítulo 9. Lar
10
Capítulo 10. Terapeuta
11
Capítulo 11. Buquês
12
Capítulo 12. Alta Médica
13
Capítulo 13. Cartas na Mesa
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Capítulo 14. Retaliação
15
Capítulo 15. Te Peguei!
16
Capítulo 16. Se Lascou!
17
Capítulo 17. Coração de Bananeira
18
Capitulo 18. Encontro
19
Capítulo 19. Frente a Frente
20
Capítulo 20. Será?
21
Capítulo 21. Confronto
22
Capítulo 22. Mais Um Dia
23
Capitulo 23. Encontros
24
Capítulo 24. Deixando o Passado
25
Capítulo 25. Fumacê
26
Capítulo 26. Invasão
27
Capítulo 27. Preocupação
28
Capítulo 28. Psicose
29
Capítulo 29. Advogados
30
Capítulo 30. Pôneis
31
Capítulo 31. Notícia Boa
32
Capítulo 32. Visita
33
Capítulo 33. Papai
34
Capítulo 34. Convite
35
Capítulo 35. Fábrica
36
Capítulo 36. Segurança
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Capítulo 37. Sonho
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Capítulo 38. Sabotagem
39
Capítulo 39. Veneno
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Capítulo 40. Felicidade
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Capítulo 41. Agora
42
Capítulo 42. Confiança
43
Capítulo 43. Ciúmes
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Capítulo 44. Churrasco
45
Capítulo 45. Retorno
46
Capítulo 46. Confissão
47
Capítulo 47. Tumulto
48
Capítulo 48. Inferno
49
Capítulo 49. Alívio e dor
50
Capítulo 50. Enrolando
51
Capítulo 51. Choque
52
Capítulo 52. Questões
53
Capítulo 53. Novo Casal
54
Capítulo 54. Liberdade
55
Capítulo 55. Impulso
56
Capítulo 56. Fazendas 1 e 2
57
Capítulo 57. Herança
58
Capítulo 28. Segredo
59
Capítulo 59. Conversas
60
Capítulo 60. Arrancando o Passado
61
Capítulo 61. Pedido
62
Capítulo 62, Casamento
63
Capítulo 63. Final
64
Capítulo 64. Epílogo

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