CAPÍTULO 5

Por mais que minha razão gritasse que aquilo era errado, meu corpo já tinha feito sua escolha. O beijo se intensificou, e o toque das mãos dele percorrendo meu corpo me fazia arrepiar dos pés à cabeça. Meu coração parecia prestes a sair pela boca, e minhas pernas tremiam como se não fossem mais minhas.

Em um instante, o baby doll que vestia já não cobria mais minha pele, e eu não esbocei resistência. Eu queria aquilo. Queria ele. Estava entregue. Fernando me olhava como se eu fosse a coisa mais preciosa que já havia tocado. Seu toque era quente, intenso, e sua boca em mim me tirava de qualquer juízo.

Quando nossos corpos se encontraram por completo, o mundo ao redor simplesmente desapareceu. A cama, o quarto, a madrugada silenciosa... tudo foi tomado por uma energia que eu nunca tinha sentido antes. Cada movimento dele fazia meu corpo responder como se estivéssemos em perfeita sintonia, e eu já não sabia onde terminava eu e começava ele.

O desejo era tanto que perdi a noção de tempo. Era como se estivéssemos presos em uma bolha onde só existiam nossos suspiros, beijos, gemidos contidos, e olhares intensos. Quando tudo terminou, meu corpo estava exausto, mas minha mente — ah, minha mente — estava um turbilhão de sentimentos.

Foi só depois, no banheiro, com a água escorrendo pelo meu corpo, que a realidade começou a me alcançar. Entrei em pânico. Chorei. Perguntei a ele por que tinha feito aquilo, o que seria de mim se dona Luiza descobrisse. Meu emprego, minha estabilidade, minha paz.

Ele me abraçou forte e sussurrou que nada de ruim iria acontecer. Disse que ia cuidar de mim. Eu queria não acreditar, mas havia algo em sua voz que me acalmava, mesmo sem lógica nenhuma.

Voltei para o quarto ainda atordoada, e antes que pudesse pensar demais, ele me puxou para seus braços. O cansaço venceu. Apaguei ali mesmo, sentindo seu corpo aquecido junto ao meu.

Horas depois, despertei com os lábios dele novamente passeando pelo meu corpo, e mais uma vez nos perdemos um no outro. Agora era diferente... era mais íntimo, mais livre. Como se ele quisesse me redescobrir. Como se quisesse provar que eu era só dele.

Quando, enfim, a madrugada começou a dar lugar ao dia, ele se levantou, vestiu a roupa e me deu um beijo demorado. Antes de sair, pegou meu celular, salvou seu número e sussurrou sorrindo:

— Agora você é minha.

Minutos depois, meu celular vibrou com uma mensagem:

"Salva aí meu número, minha delícia. Não esquece de mim."

Li aquilo e não consegui conter o sorriso. Respondi com um emoji tímido e me deixei cair na cama mais uma vez. Eu tinha poucas horas de sono antes de um novo dia... e talvez, de uma nova vida, será mesmo que o destino estava sorrindo pra mim, as palavras de Fernando não saia da minha mente, ele me transmitia verdade por mais louco que aquilo fosse eu confiava nele, o que eu achava existir só em novelas estava acontecendo comigo.