Kevin Smith:
-Filho, você precisa ir pra casa descansar um pouco, meu amor, já faz 10 dias que você não sai desse quarto e nem desse hospital. Minha mãe disse assim que entrou no quarto de hospital onde agora eu passo a maior parte do tempo cuidando do meu anjo.
-Mãe, não insista nisso outra vez, eu já disse que não vou sair daqui até que ela abra os olhos, eu preciso que ela acorde. Repito o que tenho falado nos últimos dias.
-Kevin, você sabe que o estado dessa moça é muito grave, não sabe? Ela diz pela milésima vez, mas eu não vou perder a fé que ela vai sair dessa cama.
-Eu sei mãe, mas eu não vou perder a esperança, ela tem que ficar boa, eu a amo demais para deixá-la ir. Digo alisando a mão da desconhecida que roubou meu coração.
-Kevin, você nem a conhece, como pode dizer que a ama, filho? Reviro meus olhos, já que estou cansado de tantos questionamentos.
-Eu a conheço, mãe, ela se chama Kayla Watson, ela era modelo, eu a vi uns anos atrás num desfile de moda em Milão, fui com a Deborah na época, desde desse dia eu passei a acompanhar a carreira dela pelas revistas, não me aproximei antes porque ela era de menor, eu só não entendo o que levou ela a cair neste mundo das drogas. Porque uma moça tão linda e bem sucedida na carreira, caiu neste mundo obscuro e que só leva as pessoas à destruição.
-Agora eu entendo porque você sempre queria ir ali no subúrbio levar comida e donativos para os drogados, você sabia que ela estava ficando ali.
-Foi sim mãe, quando a vi ali naquela situação pela primeira vez, eu tentei me aproximar, mas ela fugiu de mim, além do mais ela estava com um cara ao seu lado, voltei nos dias seguintes, mas não há encontrei, achei até que ela tinha conseguido sair desse mundo das drogas, até a encontrá-la quase morta, ela não pode morrer, mãe, eu quero mostrar a verdadeira felicidade ao meu lado, eu estou apaixonado por ela e quero cuidar dela.
-Vamos torcer para que ela acorde filho, mas você sabe que se ela acordar, terá que se internar em uma clínica de reabilitação.
-Eu sei disso mãe, ela vai para a clínica da nossa família e vou está lá com ela o tempo todo, nunca vou deixá-la sozinha.
-Vamos torcer para que ela possa aceitar nossa ajuda, vamos te ajudar a cuidar dela, mas você não precisa ficar aqui dia e noite neste hospital, você não vai a S&H desde que encontrou essa moça caída naquele beco.
-A Ingrid está cuidando de tudo na minha ausência, mãe, também participo de reuniões através de videoconferência, está tudo sob controle, eu só vou sair daqui quando ela abrir seus olhos lindos pra mim.
-Já vi que não vou conseguir convencê-lo de ir descansar um pouco fora desse hospital, eu tenho que ir que já está anoitecendo, seu pai está me esperando em casa.
-Vai tranquila, mãe, eu vou ficar bem, não se preocupe, Gomes já trouxe mais roupas pra mim e foi comprar o meu jantar.
-Qualquer coisa você me liga, boa noite filho.
-Boa noite mãe.
(...)
Meu nome é Kevin Smith, tenho 27 anos, sou dono e CEO da minha própria empresa de telecomunicações a Smith House ou S&H como é mais conhecida, conheci a Kayla quando estava em uma viagem de negócios em Milão, como minha irmã Deborah foi comigo, ela acabou me arrastando para um desfile de moda, estava achando tudo um tédio total, até que um anjo de olhos azuis entrou na passarela e roubou totalmente a minha atenção.
Ela era a mulher mais linda que eu já tinha visto na vida, e apesar da maquiagem e roupa de mulher fatal, ela não passava de um menina, fiz uma pesquisa rápida a seu respeito e descobri que ela tinha apenas 17 anos, posso dizer que me apaixonei à primeiro vista por ela, eu tinha 22 anos naquela época.
Tentei me aproximar dela naquele desfile, mas não consegui, tentei essa aproximação nos dias seguintes que fiquei ali, mas sem sucesso, ela parecia que estava triste, apesar do sucesso que teve naquele desfile, e eu queria muito saber o que aconteceu para tirar o brilho dos seus lindos olhos azuis.
Mesmo quando voltei para Boston, eu não conseguia tirar ela da minha cabeça, fiz Gomes comprar na banca todas as revistas que tinha na capa.
Tenho uma foto dela na minha mesa do escritório, e é a minha favorita.
Passei a acompanhar todos os seus desfiles também, mas era difícil ter acesso à ela, uma mulher loira estava sempre ao lado dela, depois eu a via sempre saindo na companhia de homens bem mais velhos que ela e aquilo me deixava muito irritado.
Novamente pedi para o Dominik fazer uma novs pesquisa pra mim e acabei descobrindo que a dona da agência acabava obrigando suas modelos à fazer programas e dormir com vários homens, mesmo muitas delas sendo menores como a Kayla era.
Fiquei puto quando descobri isso, por isso Kayla estava sempre triste, foi neste período que soube também que sua mãe estava muito doente, tenho certeza que foi por isso que ela aceitou ir para a cama com aqueles velhos asquerosos.
Comecei a reunir provas contra a tal da Kiara Sullivan e sua agência, pois eu a denunciaria para a polícia.
Minha surpresa maior foi quando estava junto com a minha família entregando marmitas e cobertores para pessoas viciadas em drogas que ficavam nas ruas de Boston, afinal meus pais sempre foram muitos engajados em obras sociais, e desde que éramos pequenos meus irmãos e eu, eles nos levava para cuidar dessas pessoas, além do que meus pais tem uma clínica de reabilitação de drogados chamada de A Nova Chance, foi num desses dias que a vi ali, ela estava com outras pessoas e um cara que não largava sua cintura, todos estavam usando drogas, fumando cigarros e bebendo.
Fiquei triste ao vê-la nesta situação, mas sabendo o que ela teve que fazer para cuidar da saúde da sua mãe, pude imaginar o inferno que ela estava vivendo.
Me aproximei do grupo, mas eles estavam tão drogadas que provavelmente nem notaram minha presença ali, não consegui tirar meus olhos de cima dela, mesmo ela estando diferente das vezes que esteve numa passarela ou em uma revista, eu a achei linda da mesma forma, ela estava bem mais magra e seus olhos carregava uma tristeza sem fim.
Depois desse dia, passei a ir neste lugar todos os dias, e ficava frustrado quando não encontrava ali, pois ficava preocupado por ela estar se drogando por lugares desconhecidos, correndo algum tipo de risco.
Teve dias que consegui trocar algumas palavras com ela, principalmente quando ela estava sem aquele carrapato que estava sempre ao seu lado.
Tentei tirar ela dessa vida sem sucesso, até o dia que a vi passando muito mal, ela estava tão drogada neste dia que estava alucinada, ela estava prestes a cair no chão quando a segurei nos meus braços, ela até olhou pra mim, mas depois desmaiou e eu a trouxe às pressas ao hospital.
Ela parecia que estava morta quando um enfermeiro a colocou em cima de uma maca, um médico veio examiná-la quando ela foi levada para dentro do hospital.
Como não podia entrar eu fiquei sentado em uma sala de espera aguardando por notícias.
Duas horas depois o médico veio me dizer que ela teve uma grave overdose por conta do uso exagerado da cocaína, e acabou sofrendo duas paradas cardíacas antes de entrar em coma, foi feito uma lavagem estomacal para limpar seu organismo.
Chorei muito enquanto o médico me dizia isso tudo, mas eu mantive minha fé de que ela iria sair desse coma.
Paguei todas as suas despesas médicas, jamais deixaria ela ficar em uma enfermaria, pedi que a colocasse num dos melhores quartos do hospital, assim poderia ficar acompanhando ela.
Faz 10 dias que ela está na mesma, mas meu amor e minha esperança não morre nunca.
Depois que minha mãe foi embora, eu tomei um banho rápido, Gomes trouxe algumas coisas para eu comer, assim que terminei, sentei na cadeira para ficar observando ela, mas acabei pegando no sono.
Acordei com um gemido baixo, quando abri meus olhos, eu a vi se mexendo na cama, fui correndo até vê-la, ela acordou, graças a Deus.
Continua.............
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Atualizado até capítulo 57
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