Capítulo 5

Tália: Você vai com ela?

Eu realmente não sabia como responder, apenas fiquei o olhando. Parecia que Tália estava indignada com aquilo, realmente queria ver no que isso aí vai dar.

Felipe: Sim, assim já podemos dizer sobre o divórcio, fazer eles aceitarem que eu me separe da Maitê e posso pedir os documentos restantes para realizarmos logo isso.

Tália: Entendi, se isso vai ajudar que fiquemos juntos rapidamente, então tudo bem.

Felipe: Ok, adeus meu amor. – ele vai até ela e a beija.

E ainda me obrigam a ver isso.

Nós dois vamos saindo do quarto, ficamos em silêncio o tempo inteiro, até quando estávamos no carro. Fomos para a casa do mesmo, onde vou subindo para o quarto que estou alojada e vou para o banho tirar aquele cheiro e ar pesado de hospital.

Ao sair, coloco um vestido rodado com estampa florida, ela era dois dedos acima do joelho. Coloco o mesmo salto preto e pego apenas um anel para colocar em meu dedo. Após penteio meus cabelos e vou descendo as escadas. Vou até a sala e fico ali, o esperando. Eram cinco e meia da tarde, o jantar era às seis. Iríamos nos atrasar se ele não chegasse logo.

Felipe: Vamos?

Olho para trás e ele estava justamente atrás de mim, se eu tivesse falando alguma coisa dele provavelmente Felipe teria ouvido.

– Vamos.

Eu me levanto e fomos indo para o carro, entramos e ficamos em silêncio até chegarmos. Bom, realmente eu estava reparando nele. O homem estava maravilhoso naquele shorts jeans e a blusa preta. Mas não posso ficar reparando nele.

Quando chegamos na casa de meus pais, nós descemos e eu apertei a campainha. Logo mamãe veio atender.

Rosa: Oh minha filha! Finalmente chegou.

– Desculpa se estamos atrasados.

Rosa: Que nada, entrem vamos. Como você está querido?

Felipe: Estou bem dona Rosa.

Nós dois entramos.

Rosa: Fico feliz, aliás seus avós estão lá no fundo. Vamos, fiquem a vontade. Vocês são de casa, sabem disso.

Vamos entrando e nos juntando a todos. Assim que aparecemos, os avós dele vieram nos cumprimentar.

Joana: Olha que casal mais lindo.

Renato: Finalmente chegaram.

Felipe: Desculpe se estamos atrasados.

Joana: Seu avô só está enchendo o saco, aliás deu uma engordadinha né menina?

– A senhora achou? Kk.

Joana: Sim, é um bebê a caminho?

– Não, não é não. Está bem regulada e não tem nenhum atraso.

Iago: Já estou a espera de netos. – diz o homem vindo até mim e me abraçando.

– Oi pai.

Iago: Oi filha, como está?

– Estou bem, e...

Rosa: Vem, vamos jantar a mesa já está pronta.

Quando eu iria dizer sobre o divórcio, simplesmente fui cortada. Mas não dava para dizer nada, eu me sentia mal por dar uma notícia tão desapontante para eles numa hora tão boa quanto essa.

Rosa: Joana, pode me ajudar com os copos?

– Não, pode deixar que eu pego.

Vou indo até a cozinha, a prateleira ficava no alto mas consegui pegar dois copos com muito esforço.

Felipe: Eu te ajudo.

Ele pega os copos e nós dois levamos juntos até a mesa. Foi gentil da parte dele me ajudar, porém só foi um copo, não é nada demais.

Coloco os copos na mesa e vou me sentar, porém o mesmo puxa a cadeira como um sinal de gentileza. Assim que me sento, ele a ajeita e se senta ao meu lado. Nós comemos e rimos com a companhia dos mais velhos, ao terminar, ajudo a levar os pratos para a pia.

Começo a lavar louça para ajudar com a limpeza. Logo Felipe aparece deixando mais alguns pratos, ele me empurra para o lado e pega a buchinha de minha mão, lavando a louça em meu lugar.

Por que ele está sendo gentil dessa maneira? Se vamos nos divorciar, ele não devia me tratar assim. Felipe me faz ter esperanças em algo que está em colapso. Só que, provavelmente seja por estarmos na presença deles. Se estivéssemos sozinhos, duvido que seria assim.

Rosa: Podem ir saindo daí vocês dois.

Eu me susto por seu aparecimento repentino, por isso começo a soluçar.

Felipe: Calma, só me dê um segundo.

Ele diz pegando um copo no escorredor e indo até o filtro de água, enchendo o copo e me entregando.

Felipe: Prontinho, beba até o que você aguentar.

Eu apenas balanço a cabeça em sinal afirmativo. Bebo todo o líquido e meus soluços passam.

Rosa: Passou?

– Sim, passou. Vamos não.

Eu vou saindo dali mas Felipe pega em minha mão, nós saímos juntos dali e fomos até onde todos estavam.

Felipe: Me perdoem por minha indelicadeza, mas precisamos ir.

Joana: Mas já querido? É tão cedo.

Felipe: Tenho um compromisso amanhã cedo.

Renato: Maitê, vê se acalma esse menino ein.

Iago: Kkkk, espero os meus netos.

Joana: E eu os meus bisnetos Kkkkk.

Nos despedimos de todos e fomos saindo, mesmo sozinhos, ele ainda segurava a minha mão. Até entrarmos no carro e ele a soltar, fingindo que nada aconteceu. No fim, fizemos nosso teatrinho e acabou.

Fomos para casa, cada um foi para seu quarto e não nos falamos mais. Troco de roupa e me jogo na cama, após um tempo já estou dormindo.

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