Capítulo 4

Força na peruca, né? Queria poder fazer mais.

Não demorou muito para as coisas começarem a andar. Assim que eu me submeti a vaga de emprego, o meu novo chefe já entrou em contato. Quanto mais cedo começasse, melhor seria. Então, fiz as minhas malas e peguei um trem para a cidade. Todos vieram me dar tchau, inclusive o Eric. É um momento amargo e doce ao mesmo tempo. Os meninos me agarram pelas pernas.

Harry: Alexa, nós não queremos que vá - sua voz foi embargada de choro

Jay: Achei que não ia precisar ir! Faculdade é cruel - ele falou entredentes

Alexa: Não estou indo para a faculdade. Vou trabalhar num lugar incrível! - sorri tentando animá-los

Rezei nesse momento para não estar mentindo para eles. Troquei os olhares com o Eric e depois com a minha tia, e ambos sorriam para mim. Minha tia gentilmente tirou os meninos de mim para que ela pudesse me abraçar e me dizer adeus. Ela esconde seus olhos cheios de lágrimas. De vez em quando, ela os seca com o seu lenço.

Débora: Vou fazer o meu melhor para que você volte para casa e para a faculdade o mais rápido possível

Alexa: Obrigada, tia Débora. Prometo que tudo vai ficar bem - ela acena com a cabeça e se afasta para que o Eric possa se despedir

Ele segura firmemente as minhas mãos apertando-as.

Eric: vou cuidar dele. Eu prometo - ele sorriu - Não se esqueça de mim, está bem? - ele me olhou triste

Alexa: Me esquecer de você? Eu vou sentir a sua falta - sorri - provavelmente vou explodir seu celular com muitas mensagens - sorrimos

Eric: Não vou reclamar  - ele se inclinou e me beijou gentilmente - me ligue sempre que possível. Tente não ficar com muita saudade de casa, está bem?

Alexa: vou tentar - sorri amarelo

Olhei para o Eric e depois para a sua família, não querendo abandoná-los. Falar é fácil, fazer que é difícil, pensei.

Atualmente…

Continuo a olhar pela janela. Meus olhos encheram de lágrimas novamente ao pensar no quão difícil foi dizer adeus. Não sei o que me aguarda, mas não tem como voltar atrás. É minha melhor chance de salvar a casa de amo. Sequei os meus olhos e me recuso a chorar ainda mais por causa dessa situação, essas foram as minhas últimas lágrimas.

Alguns dias atrás eu era a Alexa, futura jornalista. Mas hoje faço parte da Equipe de Serviço Pessoal de Vossa Majestade. É uma aventura totalmente nova e será divertido, terei muitas histórias legais para contar quando tudo isso acabar. Engoli seco, respirei fundo. Serva da Rainha e de sua família! É até difícil de acreditar, me pego sorrindo de leve, que volta que a minha vida vai dá. Eu sempre me perguntei como é dentro do palácio. E agora, parece que vou descobrir, só espero não estragar tudo.

Após uma longa viagem de trem, finalmente cheguei na cidade. Ao pisar na estação com as minhas coisas, já consigo visualizar o palácio. É bem pertinho e, como uma mariposa para a luz, fui atraída pelo esplendor do palácio. Não consigo acreditar que eu estou aqui. Quanto mais perto eu chego, mais detalhes posso observar, como o complexo trabalho artístico cravado no próprio portão. Logo depois que eu dei as minhas informações, entrei pelo gigantesco portão. Finalmente, estou cara a cara com o palácio.

Alexa: Meu Deus! As fotos não fazem jus a tudo isso! - falei baixinho

Eu já tinha visto inúmeras fotos! Tenho uma coleção de cartões postais e livros em casa. Sem mencionar que vi todos os filmes que existem sobre a família real. E agora, eu estou aqui para trabalhar para eles! Parece um sonho. Apesar de eu nunca ter desejado trabalhar no palácio, visitá-lo fazia parte da minha lista de desejos. E se tudo der certo, vou poder voltar para visitar todo mundo. A casa estará salva, tudo voltará ao normal, e eu vou para a faculdade. Respirei fundo, apreciei a passagem um pouco antes de me mover em direção à entrada de serviço, não quero chegar atrasada no meu primeiro dia!

Parei na frente da entrada de serviço, minhas mãos tremem ao alcançar a campainha, a partir de agora, tudo vai mudar. Meus dedos estão suando frio, não consigo pressionar a campainha, estou nervosa demais, até que, sem pensar, fechei os meus olhos, respirei devagar e coloquei o dedo na campainha, mas antes que eu pudesse apertar, a porta se abriu e várias pessoas sairam apressadas, uma delas acabou se esbarrando em mim, quase me derrubando, me apoiei na parede lateral antes de ir ao chão.

Alexa: ei, presta atenção - protestei

Ninguém me ouviu, o grupo de pessoas continuou conversando, enquanto seguiam normalmente com as suas vidas. Depois que finalmente a multidão diminuiu, eu me afastei da parede, endireitei as minhas roupas, respirei fundo e entrei na sala, com cautela. Assim que eu entrei, assimilei tudo, aqui dentro da sala também tem um alvoroço de gente. Sobem e descem lances de escadas, e entram e saem das várias salas que existem no corredor, que loucura. Por toda parte, ouvi os funcionários do palácio conversando em voz alta, alguns fofocam, outros revisam os afazeres do dia e sem saber o que fazer, fiquei de lado, esperando que alguém pudesse me notar, mas ninguém te nota. Ficar parada aqui não vai me ajudar em nada, preciso tentar conversar com alguém. Andei em direção a um grupo de pessoas andando pelo corredor.

Alexa: Olá! Alguém poderia… - eu tentava chamar atenção de alguém - olá? - minha voz parecia nem sair

Ninguém prestou atenção em mim e continuaram andando pelo corredor.

Alexa: ei - gritei e continuaram me ignorando

Franzi o meu cenho, sério ? Como eu vou saber o que fazer e para onde ir se ninguém me ajudar? e agora? Encostei na parede, sem saber o que fazer e para não atrapalhar ninguém. Isso foi um erro, minha mente começou insistindo nisso, olhei para o chão e as lágrimas ameaçaram sair. Quando eu já estava quase desistindo e voltar para casa, um par de pés apareceu em meu campo de visão.

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