Podemos comer pudim?

Fiquei conversando com a Cecília um tempo, depois fui tomar banho. O Guilherme expulsou todos os amigos, acho que não terá mais reunião dos amigos tão cedo depois dessa. Amanhã será a despedida do meu pai. Ele está resolvendo tantas coisas que nem encontrei ele mais. Deve está na pousada. Tentei encontrar várias vezes com meu  pai, ligar para ele, mandar mensagem, mas ele está me evitado completamente.  Algo não está certo. Pensando bem, quem vai ficar responsável pela pousada por enquanto que ele estiver fora? São dois anos, certo? E pelo que entendi do Tio Sérgio, papai não pretende voltar. AI MEU DEU.  Ah Pousada! Eu preciso ajuda da Guilherme. Tenho certeza que sei o que o meu pai está fazendo e por isso está me evitando.

Vou correndo para porta de Guilherme, a Ceci está certa, nossa relação não é nada simples de resolver de resolver, mas algo eu tenho certeza, posso contar com ele se eu precisar. Abro a porta do quarto não acho ele, vou olhar seu banheiro e.... Encontro Guilherme apenas usando uma toalha amarrada na cintura. Que sorte estou hoje

— Droga ! Esqueci meu celular, me empresta o seu — Eu falei sem tirar os olhos dele

— O que precisa? — Gui me perguntou rindo da minha cara

— De uma foto dessa cena! Tenho que ter um registro disso. Oh meu Deus! Não aguento. — Falei colocando as mãos no rosto e sinto sua mãos em minha cintura. Senti meu corpo queimar com seu toque.

— Mas é mesmo uma boba! Me espera no quarto. Vou me trocar. — Gui disse rindo indo para o closet

Sim, realmente somos complicados demais para eu conseguir resolver na birra nossos problemas. E ele me conhece o suficiente para saber que um erro dele, pode me afastar para sempre, como um acerto faz com que eu nunca mais vá embora. Então temos esse limbo eterno feito por ele. Sempre vivemos juntos. Será que ele tem dúvida se sente algo? Ou se não vale a pena? Eu queria realmente entender ele. E seus motivos.

— Sabe que estou aqui tem cinco minutos, você está olhando fixamente para o teto e suspirando. Tá tudo bem? — Gui perguntou preocupado me olhando

— Tava pensando sobre nós.. E como isso te pressiona e como te incomodo.. — Estava falando, mas Gui me interrompeu, pior que eu estava falando sem pensar.

— Como assim? — Gui me perguntou confuso

— Deixa para lá. Esquece a gente. Não vamos nos resolver hoje. Preciso da sua ajuda — Eu falei encarando ele

— Você pede um favor desse jeito? Você é muito ruim nisso— Gui disse rindo sentando na cadeira me olhando.

Gui estava sentado em uma cadeira do outro lado do quarto. Fui onde estava, sentei em seu colo de frente para ele  falei no seu ouvido.

— Como posso pedir da melhor forma para você me ajudar? — sussurrei em seu ouvido, vi ele se arrepiando, era divertido, saber que não apenas eu que era atingida.

— Você anda brincando muito com fogo — Gui disse olhando nos meus olhos

— Eu sei. Também sei que irei me queimar.  E tá tudo bem. — terminei de falar beijando ele, o beijo começa lento e depois vai ficando mais profundo. Até que nos separamos por faltar de ar.

— Qual o favor? — Gui me perguntou um pouco desorientado, acho que pedi bem o favor

— Quero que me leve na pousada. — eu falei e ele me olhou estranho

— QUÊ? — Gui perguntou se levantando comigo no colo dele ainda e me afastando dele

— Na do meu pai. Você anda com o pensamento bem sujo. — Eu disse rindo da reação dele

— Senta no meu colo direto e eu super controlado. E eu que tenho a mente suja. Tá certo. O que quer fazer lá? Você odeia com todas as forças ir lá. Só vai quando é obrigada — Gui falou acariciando meus cabelos

— Eu sei, você sabe e meu pai sabe. E ele deve está tentando vender a pousada. Isso acabo de me passar pela cabeça. É a única opção que percebi que ele acharia, não parece ter planos de voltar para cá — Eu falei com os olhos cheios de lagrimas já

— Você não pode ir lá administrar, o que quer fazer? — Gui perguntou vendo como eu estava desnorteada

— Não posso. Alguém que eu confio muito pode fazer muito bem isso — Falei sussurrando no seu ouvido e vendo ele se arrepiar novamente. Eu adoro demais isso.

— O que isso quer dizer? — Gui questiona tentando organizar seus pensamentos

— Que meu talvez futuro noivo, não vai deixar meu pai vender a única lembrança que tenho da minha mãe, mesmo eu não suportando as lembranças,  indo lá, ainda é a única lembrança que eu tenho  — falei saindo de perto dele — Vou me trocar para irmos.

— Nem falei se aceitaria — Gui me disse fazendo careta

— Você vai. Eu sou Sophie e você é Guilherme, sabemos muito bem um do outro. Volto já. — Eu expliquei sorrindo

— Se você sabe disse, me pergunto de onde sai metade das suas atitudes —  Gui disse depois que já fechei a porta.

Troquei de roupa, coloquei algo menos chamativos. Não sei quem pode está na pousada. Não quero chamar atenção desnecessária para mim.

— Vamos? — falei batendo na sua porta, Gui saiu rápido. Ele pegou minha mão, me puxou para bem próximo dele e falou em meu ouvido

— Você está linda — Gui disse. Me arrepiei e minhas pernas amoleceram, ele passou a mão na minha cintura, eu olhei para ele quase me desmanchando .

— Como você disse, sabemos bem da reação um do outro — Gui falou com sorriso malicioso

Quando estamos saindo damos de cara com Cecília que olha a cena e mete o dedo na cara de Guilherme.

— Espero que saiba bem o que está fazendo — Ceci falou e se virou para mim — Até o jantar, meu amor.

Uns minutos depois chegamos na pousada. Eu estava certa, tinha uma placa bem grande a venda. Não tinha forças para descer. Criei quando vi meu pai de terno apertando a mão de Marcos, Gui veio e tentou me segurar, mas foi a toa. Eu estava indo ao encontro dele como uma onça querendo arrancar seu pescoço.

— O que você fez? — Perguntei sentindo meus olhos ardendo e minha voz falhando

— Filha....— meu pai gaguejava

— O QUE VOCÊ FEZ COM A  POUSADA DA MINHA MÃE? — comecei a chorar, Guilherme me pegou nos braços e me segurou forte. Isso me acalmou um pouco

— Vamos sentar e conversar? — Guilherme propôs ainda me segurando forte

Todos concordaram. Meu pai sabendo que o surto seria maior dentro da pousada escolheu o jardim. Foi um erro ainda maior, ele não tinha ideia do que realmente me afetava ou não naquele lugar.

— Filha, eu vendi a pousada para Senhor Marcos — meu pai falou como se isso fosse explicação

— Gui, lembra que brincávamos aqui? Minha mãe sempre falava que você era meu príncipe. Ela sempre te babou demais. A última vez que lembro da minha mãe foi nesse jardim.  É a última lembrança que eu tenho dela, ela me falando sobre Guilherme. A gente tinha brigado, para variar. Você não queria me deixar comer doce, minha mãe me explicou sobre amor, cuidado, tolerância e perdão. Para uma criança de 5 anos chateada porque você roubou o pudim dela. Nada que eu tenha entendido na hora e pouco consigo entender hoje— Olho para os três com os olhos cheios de lágrimas. — Me tira daqui. Não terei resposta alguma. Ele já fez a escolha dele. Não preciso em nenhuma delas perguntar como eu me sinto. Nem sobre me deixar e nem sobre a venda da pousada. Claramente, não se importa em nada com meus sentimentos.

Guilherme nem fala nada, apenas pegou minha mão e me levou para o carro. Então ouvi Marcos  gritar.

— Prometo cuidar bem da pousada. Vou fazer com que você há tenha de volta. — Marcos gritou e eu ignorei. Não tinha jeito. A pousada não era mais minha. Não estava mais em minhas mãos. A única lembrança que eu tinha da minha mãe foi vendida.

Eu só queria brigar por pudim com Guilherme. Como naquele dia. Naquela pouca lembrança que tinha com a minha mãe.

— Gui, podemos comer um pudim? — Perguntei, ele abriu um sorriso lindo, me puxou para si, me colocando em seu colo, eu me aninhei no seus braços, me senti protegida como nunca.

— Te daria o mundo para não te ver chorar. Agora vamos ao pudim — Gui respondeu, por mais louco e imprudente que possa ser, Gui não me deixou sair do seu colo no caminho até em casa, fico feliz. Eu precisava muito daquilo.

Mais populares

Comments

Imaculada Abreu

Imaculada Abreu

Estou no início então vamos pra mais capítulos.

2023-07-13

2

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

confesso q eles dois são loucos DEMAIS!!! e por isso msm já AMEI a história!!! cm se houvesse chance d ser diferente não é! 😉

2023-02-09

3

Ver todos
Capítulos
1 O não já tenho, vou em busca da humilhação
2 #PartiuBalada
3 Ressaca
4 Podemos comer pudim?
5 A vida voltando ao eixo - ou não
6 Gato e Rato
7 A aposta
8 Caso da loiro no colo
9 Bandeira da paz
10 A noite só estava começando
11 Noivos?
12 Refugio na praia
13 Formula Magica
14 Um passado bem otário
15 O passado volta para machucar
16 Nunca é tarde para mudar
17 Destruindo o ego em 3...2...1
18 Quem disso cuida, disso usa.
19 Como lidar com a traição de quem mais amamos?
20 Vou me opor agora
21 Daqui para frente, tudo vai ser diferente
22 Preciso me encontrar, para tomar boas decisões
23 Um dia quase perfeito
24 Uma aula de tortura entre casais
25 Cresce, Cecilia
26 Punições podem ser extremamente prazerosas
27 Cecilia balança, mas não cai
28 Sempre me perdendo pela comida
29 Preciso de um tempo
30 Uma eu menos preocupada
31 Um espaço para mim
32 Ninguém me entende
33 Falha na comunicação
34 Conhecendo a cidade
35 Como é difícil resistir
36 A versão vilã de Sophie
37 Eu ganhei ( ou quase isso)
38 Virei Vampira
39 Um boneco de neve com desejos
40 Um almoço temperado com DR
41 Deyse e Celine
42 A nossa aliança
43 Muito para digerir
44 Parceiro de vida
45 Torrada queimada, mais uma piada?
46 Um dia frio, mas muito bom
47 Não vou sem meu pudim
48 Thiago, Cecilia, Pudim e Adeus
49 Escalando a montanha com Gui?
50 Um doce para tirar o amargo da boca
51 Encontraram o Thiago
52 Meu lugar é ao lado dele
53 Um jantar cheio de jogos
54 Anuncio Polemico
55 O momento de adeus chegou
56 O tempo voa, mas a dor permanece
57 Nada é tão ruim que não possa piorar
58 Noticia em dose dupla
59 Thiago acorda com problemas
60 Hora da verdade
61 Não sou um objeto
62 Dia da fuga
63 B1 e B2
64 Esse quebra cabeça está confuso
65 É necessário um plano B
66 Sanduiche Tenebroso
67 Primeiro dia do tratamento da Ceci
68 Cecilia perdendo a batalha
69 O fim de uma batalha, inicio de outra
70 Uma nova despedida
71 Sobre confiança
72 Um por todos e todos por um
73 O presente da esperança
74 Guilherme deixou claro suas intenções
75 As estações podem passar, mas o sentimento não
76 O plano para a felicidade
Capítulos

Atualizado até capítulo 76

1
O não já tenho, vou em busca da humilhação
2
#PartiuBalada
3
Ressaca
4
Podemos comer pudim?
5
A vida voltando ao eixo - ou não
6
Gato e Rato
7
A aposta
8
Caso da loiro no colo
9
Bandeira da paz
10
A noite só estava começando
11
Noivos?
12
Refugio na praia
13
Formula Magica
14
Um passado bem otário
15
O passado volta para machucar
16
Nunca é tarde para mudar
17
Destruindo o ego em 3...2...1
18
Quem disso cuida, disso usa.
19
Como lidar com a traição de quem mais amamos?
20
Vou me opor agora
21
Daqui para frente, tudo vai ser diferente
22
Preciso me encontrar, para tomar boas decisões
23
Um dia quase perfeito
24
Uma aula de tortura entre casais
25
Cresce, Cecilia
26
Punições podem ser extremamente prazerosas
27
Cecilia balança, mas não cai
28
Sempre me perdendo pela comida
29
Preciso de um tempo
30
Uma eu menos preocupada
31
Um espaço para mim
32
Ninguém me entende
33
Falha na comunicação
34
Conhecendo a cidade
35
Como é difícil resistir
36
A versão vilã de Sophie
37
Eu ganhei ( ou quase isso)
38
Virei Vampira
39
Um boneco de neve com desejos
40
Um almoço temperado com DR
41
Deyse e Celine
42
A nossa aliança
43
Muito para digerir
44
Parceiro de vida
45
Torrada queimada, mais uma piada?
46
Um dia frio, mas muito bom
47
Não vou sem meu pudim
48
Thiago, Cecilia, Pudim e Adeus
49
Escalando a montanha com Gui?
50
Um doce para tirar o amargo da boca
51
Encontraram o Thiago
52
Meu lugar é ao lado dele
53
Um jantar cheio de jogos
54
Anuncio Polemico
55
O momento de adeus chegou
56
O tempo voa, mas a dor permanece
57
Nada é tão ruim que não possa piorar
58
Noticia em dose dupla
59
Thiago acorda com problemas
60
Hora da verdade
61
Não sou um objeto
62
Dia da fuga
63
B1 e B2
64
Esse quebra cabeça está confuso
65
É necessário um plano B
66
Sanduiche Tenebroso
67
Primeiro dia do tratamento da Ceci
68
Cecilia perdendo a batalha
69
O fim de uma batalha, inicio de outra
70
Uma nova despedida
71
Sobre confiança
72
Um por todos e todos por um
73
O presente da esperança
74
Guilherme deixou claro suas intenções
75
As estações podem passar, mas o sentimento não
76
O plano para a felicidade

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!