Cris na empolgação de conhecer novos lugares e pessoas se esquece que vai deixar a amiga de infância, para quem mal saía do bairro afastado de tudo, com o município também pequeno e predominantemente rural, ir para capital é uma mudança incrível.
Uma semana antes terminou o namoro com seu primo, só esse fato já a deixou feliz, estava namorando por insistência dos pais.
Na capital com certeza conheceria o amor de sua vida e seria feliz.
Doce ilusão de adolescente, depois de viajar o dia todo num caminhão velho sacudindo tudo, num calor chegaram na periferia da periferia da capital, um lugar pobre, sem água encanada, nem esgoto, morar com primos que nem conheciam. Mais seu pai tinha um emprego, ganharia dinheiro e logo ficariam bem.
Outra ilusão.
Lucas também não gostou do lugar, ali não tinha a liberdade que tinha antes, não podia andar sozinho, não conhecia nada e ainda estava muito, mais muito longe de Pâmela. Sem contar que sabia que ia passar anos sem poderem voltar e ela poderia se interessar por alguém.
Cris logo percebeu que não era aquilo que sonhava, que era pior que antes, pois estava num lugar desconhecido, sem amigos, não tinha ninguém além dos primos, tinha que cuidar dos irmãos para mãe trabalhar fora para ajudar na compra de um lote para construírem sua casa.
Passado alguns meses o pai de Cris precisa que ela volte a terra natal para buscar alguns documentos e receber algumas coisas que seu pai vendeu antes de partir, Cris fica muito feliz, vai rever a amiga, os avós, o lugar que passou a amar quando teve que o deixar. Cris volta acompanhada de seu tio e primo que queriam rever os parentes que não viam a décadas.
A primeira coisa que Cris faz depois de ver os avós e correr para casa de Pâmela que quando a vê a abraça e chora de saudades.
Vão para pedra e ficam por horas conversando, Cris conta como vai a nova vida, flori um pouco para a amiga não ficar triste.
Estão conversando quando seu ex namorado Lúcio chega e diz que precisa conversar com Cris.
Pâmela deixa os dois a sós e volta para casa, a amiga terá que ir embora no outro dia. procura alguma coisa para dar a ela de lembrança.
Passados algum tempo Cris chama Pâmela e ela está com rosto triste, parece preocupada
Pâmela: - O que houve amiga?? Está triste.
Cris: - Amiga, não sei o que fazer. Lúcio veio me dizer que meu tio arrumou serviço pra ele onde moramos, na capital, e que se eu o aceitar de volta ele vai amanhã mesmo com a gente, e quer se casar o mais rápido possível.
Pâmela: - Mais você não gostava dele antes, e se voltar com ele terá que casar sem amor.
Cris: - Pâmela, eu já vou fazer dezesseis, não me apaixonei por ninguém, estou cansada de cuidar de meus irmãos.....
Pâmela: - Você que sabe amiga, você acha que poderá se apaixonar por ele?
Cris: - Não sei. Minha mãe diz que não existe essa de paixão, que ela nem conhecia meu pai e vivem bem até hoje.
Pâmela: - Minha mãe também diz que paixão, amor é coisa dessas novelas, que não existe... mais ela não perde uma novela no rádio.
Cris: - É, nós tínhamos tantos planos...... e eu vou acabar me casando para deixar meus pais contentes.... Feliz é você que não é obrigada a namorar com quem seus pais escolheram....
Pâmela: - Feliz?! Morando aqui?!? Sem chance de conhecer ninguém?! Sem minhas amigas!! Longe de tudo....
Cris: - Acho que sonhávamos demais...o tempo passa e não conseguimos o que desejamos.
As amigas se despedem, Cris vai embora no outro dia bem cedo. Pâmela lhe dá um colar de recordação, abraça a amiga e sente que nada será como antes.
Lúcio vai com eles, e em menos de seis meses Pâmela recebe o convite de casamento dos dois. Mais uma amiga que se casa sem amor, como se o casamento resolvesse tudo. Pelo menos Lúcio diz gostar de Cris, seus pais se dão bem e ele não fará ela sofrer. Assim deseja Pâmela.
O tempo passa e nada de Pâmela esquecer a paixão de adolescente ou gostar de alguém. Vários primos já quiseram namorar com ela, mais ela não aceitou ninguém. Só pensa em estudar e trabalhar.
As cartas da amiga foram ficando espaçadas até que pararam de chegar, Cris chegou a passar até cinco anos sem voltar, Pâmela sempre pergunta aos parentes dela como ela está e fica sabendo que Cris está grávida, mais é uma gravidez complicada, de risco. Pâmela gostaria de estar próxima a amiga, mais não há como, não pode deixar o trabalho e nem sabe onde ela mora
Lucas arruma um serviço em uma oficina de carro, como é muito curioso aprende rápido e consegue muitos clientes que gostam da rapidez de seu serviço e como sempre sabe o que precisa arrumar nos carros que aparecem cobrando o justo é muito requisitado. Economiza tudo que ganha e em pouco tempo consegue abrir sua própria oficina. Como tem muitos clientes, forma uma turma com garotos que querem trabalhar e aprender sobre carros e os ensina, os que ele percebe serem bons ele contrata para trabalhar pra ele. Passa a morar na oficina e como não consegue ficar parado vai adiantando o serviço, logo uma segunda oficina é aberta e assim ele vai crescendo a cada dia. Já não pensa tanto em Pâmela, mais não a esqueceu , só ocupa seu tempo com o serviço que não tem tempo nem para pensar, ficou com algumas garotas mais nenhuma lhe despertou o sentimento que Pâmela lhe fazia sentir.
Pensa em um dia voltar e quem sabe a rever, já não é mais aquele garoto mirrado e mal cuidado da época em que eram adolescentes, cresceu, ficou com físico definido e forte, e não pode reclamar das garotas pois tem várias aos seus pés.
As vezes se pega a pensar em como Pâmela deve estar, já era bonita, tinha uns cabelos lindos negros, será que cortou?? Ele espera que não, era apaixonado por aqueles cabelos e a boca, como desejou beijar aqueles lábios grossos e vermelhos. Para parar de pensar vai concertar o carro de um grã fino que quer rapidez e um serviço bem feito.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Luzia Guimarães
essa história dia tá muito parecida com a outra que li, da Cris e pietra, muito idêntica
2024-11-21
1
MARIA DE LOURDES SILVA
NOSSA, MAIS QUE VIDA DESSAS MENINAS
2023-02-24
8