Intrigante

Athena Castello

Bem, afinal é um sonho bobo que nem vai acontecer certo? então que mal há em contar para ele? mas me sinto tão relutante quanto a isso, uma parte de mim se convence de que ele vai rir e flertar de forma engraçada como sempre e a outra parte me diz que ele vai ficar sério e vai querer me beijar.

Ele aguarda minha resposta e, de fato, está sério.

Matteo:

Ainda não se sente a vontade pra contar? – ele estica sua mão pra tocar a minha, mas para.

Sinto aquele pedido de permissão silencioso em seu olhar e assinto.

Athena:

Na verdade, é um tanto constrangedor...

Matteo:

Bem, se sonhou comigo, é porque anda pensando muito em mim. – ele sorri e eu lhe dou um tapa.

Athena:

Eu sonhei que acordava de madrugada e descia até a sala...

Um tempo depois de explicar cada detalhe do sonho percebo sua respiração irregular.

Matteo:

Parece que alguém se sente atraída por mim, achei que demoraria mais. – ele ri, mas vi o nervosismo nesse sorriso.

Athena:

Foi um sonho idiota e vou começar a me referir a ele como pesadelo.

Ele se senta na cama, de costas pra mm mim.

Matteo:

Er... eu... eu tenho um assunto pra resolver, volto à noite.

E ele saí. Não entendi porque ele ficou daquele jeito, será que meu son- pesadelo foi tão ruim pra ele quanto pra mim? Penso um pouco sobre o assunto até que Emílio entra no quarto.

Athena:

Ninguém te ensinou a bater na porta, cachorro?

Emílio:

Assim você me magoa, enfim, pode me dizer o que disse ao Matteo? porque ele saiu da mansão com o rosto vermelho.

Athena:

Hã?! o que? vermelho?

Ele vem até o pé da cama e se ajoelha.

Emílio:

Me conta o que disse pra ele, vai. – junta as mãos.

Athena:

Claro que não, talvez ele conte a você mais tarde ou não.

Emílio:

Por quê?!

Athena:

Porquê é algo íntimo entre... nós...

Emílio:

Ah, entendi, então é isso? vocês... estão juntos? tipo... de verdade?

Athena:

Não, e isso não vai acontecer, foi sobre um pesadelo que tive com ele, apenas.

Matteo:

Posso saber o que está havendo aqui? – ele olha pra Emílio enfurecido.

Emílio:

Cara, você tem assustado a garota a ponto de ela ter um pesadelo? – se levanta e vai até ele.

Matteo:

Ah, então ela disse que foi um pesadelo, foi? interessante porque me pareceu o contrário. – sorri malicioso.

Athena:

Cale a boca.

Emílio:

Bem, de qualquer modo, hoje é dia de checar as câmeras da casa toda, quer vir conosco Athe?

_Athe? que tipo de apelido é esse?_

Athena:

Quero, sim.

E então fomos até o escritório de Matteo, ele pegou um controle e uma tv surgiu saindo do teto.

Athena:

Nossa, que legal.

E então liga ela e todos nós sentamos, mas fiquei nervosa estou sentada entre eles dois, por que me sinto assim?

Matteo:

Acho que devemos, começar com... a piscina...

Emílio:

Ué?! mas você sempre começa pela entrada.

Matteo:

É só pra diferenciar um pouco.

Eu vi aquele sorrisinho que ele deu agora a pouco, eu estava na piscina hoje de manhã e aposto que ele viu isso nas câmeras e por isso quer começar por lá.

E então aparece eu entrando na área da piscina e logo depois tirando o roupão ficando apenas com o maiô branco. Eu pude jurar que escutei dois sussurros de cada lado dizendo a palavra "linda".

Athena:

Disseram alguma coisa?

Emílio:

Hã?! er... não nada.

Matteo:

Não...

_Ai meu Deus, minha barriga está enrolada como se tivesse mil borboletas voando agitadas por dentro_

Athena:

Ah, bem perdi o interesse, vou na cozinha. – me levanto devagar e sinto os olhares em mim.

— Vocês dois estão estranhos!

Emílio:

Não fiz nada.

Matteo:

Muito menos eu.

Semi cerrando os olhos, fixo meu olhar nos dois e acho que acabei de ter uma ideia, vou testa-los.

Athena:

Pois bem, vou comer algo e acho que vou sair. – na mesma hora os dois me olham mas é Matteo quem vem até mim.

Matteo:

Não, vai não ou esqueceu que estamos na Itália?

Emílio se levanta e fica atrás de mim sussurrando:

Emílio:

É perigoso, princesa...

Droga.

Athena:

Vocês... vocês dois! eu não falei sério.– desvio de Emílio e saio do escritório ouvindo suas risadas.

_desgraçados_

Desço as escadas com pressa e vou até a cozinha, olho os armários e pego um pacote de biscoitos e quando menos percebo, estou com um sorriso bobo no rosto enquanto como.

Achei que era só Matteo que estava mexendo com minha cabeça, mas Emílio está... bem, eu não sei o que ele está fazendo mas... estou me sentindo atraída, com ele me sinto segura é como conversar com um melhor amigo que... que gosta de você e eu... eu gosto dele, pois tem um jeito protetor.

Matteo:

No que tanto pensa? você está babando a mesa com esse biscoito na boca sem morder. – dá um peteleco na minha testa.

Athena:

Ah, droga! – praguejo ao perceber que estou salivando.

Pego um pano limpo minha boca e a mesa e coloco o biscoito de lado. Ele se aproxima de mim e me coloca contra a bancada.

Matteo:

Você é tão adorável... – ele ri.

— e faz com que eu pareça patético, isso era pra ser uma relação profissional mas... como se eu a quero tanto?

_me... quer?_

Athena:

V-você bebeu ou algo do tipo?

Matteo:

Não, acredite se eu tivesse bebido estaria com a mão em sua cintura, mas respeito seu passado.

Athena:

Por favor... não faça isso, está tornando tudo difícil pra mim.

Vejo o pedido silencioso, ele... ele quer me beijar... Coloco minhas mão em seu rosto e o beijo, e ele pega minha cintura aprofundando-o.

Matteo:

Quando a vi na piscina... eu tive vontade de pegá-la e tirá-la da vista dos seguranças... – ofega.

Athena:

Deixe-me perguntar algo... por favor. – ergo seu olhar pra mim.

Matteo:

O que?

Athena:

Alguma... alguma vez, você já se apaixonou por duas pessoas?

Matteo:

Não, isso seria... estranho.

E seria mesmo, mas eu não estou apaixonada por Emílio é só uma atração pelo fato de conversarmos muito.

Athena:

Preciso dormir...

Matteo:

Certo, durma bem, amanhã vamos sair eu e você e já planejava isso há algum tempo, aliás Emílio vai também.

Athena:

Por que Emílio vai também?

Matteo:

Bem, ele é... importante e não pode sair da minha cola enquanto estiver fora da mansão.

Athena:

Ele é seu amigo e segurança? algo assim?

Matteo:

Por aí, agora vá dormir minha deusa... – beija minha testa e eu subo até meu quarto.

_que dia... e que noite_

Continua...

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