...Jude...
Minha semana era extremamente cansativa, saio de casa ás 06:30 vou pro hospital, trabalho até ás 16hrs, vou pra faculdade estudo na biblioteca até o horário da aula e saio de lá por volta das 22hrs. E no dia seguinte começa tudo outra vez, até o fim de semana. Isso quando não aparecem os capangas dos Yong com feridas de bala, de brigas, facadas, ou o povo pobre de Genesan de madrugada pedindo socorro por ter alguém passando mal. Eu tô a beira de um colapso mental.
Mas pelo menos o semestre está acabando e no último eu raramente precisarei ir a faculdade, vou apenas concluir o estágio e a residência hospitalar que consegui fazer no próprio Hospital Municipal de Ramasami, ou seja, vou fazer a residência no meu turno de trabalho e terei a noite livre pra estudar e descansar. Finalmente.
Com o fim do semestre uma ideia tem permanecido fixa na minha cabeça. Eu preciso me vingar de um grupinho idiota que tem na faculdade.
São um bando de moleques com um pouco de dinheiro e se acham os ricos de Ramasami. Eles não sabem do meu envolvimento com a família Yong e acham que sou apenas uma pobretona indefesa. Eles me maltratam, me humilham, eu queria que eles morressem, mas não quero ter que pedir ajuda aos Yong, por que aí de fato eles iam acabar mortos. Então decidi que eu mesma ia resolver, ia me vingar, só não sabia como.
Sábado a noite eu estava em casa, tinha muita coisa pra revisar do meu trabalho de conclusão de curso, que já estava quase pronto. Quando minha visita diária simplesmente entrou sem nem perguntar se podia.
— Na boa, Tae, eu vou tomar essa chave de você. — O Tae entrou sem cerimônia, ele praticamente morava comigo.
— Ai amiga deixa de ser chata, você sabe que eu amo a sua companhia. — Foi se jogando no sofá.
— Ama a minha companhia ou vem pra cá na esperança de ver o Jamal? — Questionei. Desde o dia do bendito beijo, o Tae tem praticamente montado guarda aqui em casa pra ver o Jamal. Mas o Jamal tem o evitado o máximo que pode.
— Os dois. — Ele se levanta do sofá e vai até a cozinha, pega uma banana e volta pra sala. — Mas o Jamal tá com vergonha de mim, será que ele se arrependeu de me beijar?
— Eu acho que o Jamal tá se esquivando de problema.
— Como assim? Tá me chamando de problemático?
— Não amigo, mas o Jamal trabalha pros seus pais. Acho que ele não quer arriscar perder o emprego.
O pobre do Jamal veio da Urba do Leste pra fugir de um problema, chega aqui encontra um emprego relativamente tranquilo, já que eu nunca me metia em confusão e o meu "mini-hospital" não dava trabalho. A única coisa que ocupava o Jamal eram as brigas dos bêbados no bordel da Madame Long. Obviamente o Jamal não ia arriscar perder esse trabalho só pra dar uns beijos no Tae, por mais gato que o meu amigo fosse.
— Ai amiga. — O Tae vem e se ajoelha na minha frente. — Me ajuda, eu gosto muito do Jamal, a gente podia incluir ele no nosso plano de ir embora pra Tunang, abrir um hospital, levar uma vida honesta, ajudar pessoas, o Jamal ia curtir isso. — O Tae se levantou olhando meio que pro além. — Imagina amiga, eu, você, o Jamal vivendo felizes, sem nem pensar nos meus pais, longe dessa vida de crime. Poderíamos até nos casar, você seria a nossa madrinha de casamento e dos nossos filhos também.
— Ta sonhando demais amigo. — Estalo os dedos o chamando de volta a realidade. — Sabe lá se o Jamal quer ter esse tipo de vida, vai que ele curte isso aqui.
— Curte nada, já conversamos sobre isso. Ele me disse que queria poder ter uma vida calma e construir família.
— O Jamal disse isso? — Achei estranho, pois, quando você trabalha para os Yong, não pode deixa-los nunca, só eles podem te dispensar, então dizer a alguém que quer outra vida, é bem perigoso, pode ser visto como traição.
— Disse amiga, ele confia em mim. Ele só precisa de coragem e precisa saber o quanto eu gosto dele. — Ele se ajoelha novamente aos meus pés. — Me ajuda amiga, eu faço qualquer coisa, mas me ajuda a conquistar o Jamal!
Na hora me vem uma ideia, eu precisava me vingar daqueles moleques idiotas da faculdade, e talvez o Tae pudesse me ajudar.
— Ajudo. — Ele veio me abraçar dando gritando de alegrias. — Maaaas, você vai ter que me ajudar a me vingar de uns idiotas da faculdade.
— Como é? — Ele me soltou do abraço com uma cara de espanto.
— Bom, eu não te contei, mas eu venho sendo alvo de bullying, na faculdade, e tem sido cada dia mais pesado. — respiro fundo e conto toda história ao meu amigo.
Começou com um carinha, o Kim Ki-moon, ele parecia legal, fez amizade comigo logo nos primeiros dias de aula, ele é bem bonito, alegre tinha muitos amigos, eu gostei dele. Sempre conversávamos e fiz alguns trabalhos de equipe com ele, a gente se dava bem. Lá pro segundo semestre ele me disse que tinha terminado com a namorada e eu me animei, afinal ele parecia ser um cara incrível. Então investi pesado nele e ele começou a retribuir, a gente tava ficando, porém não era nada serio, até que, não sei como, mas ele descobriu que eu morava ao lado do bordel. O imbecil achou que eu era uma prostituta, e aí o cara legal se tornou um doente sádico.
Primeiro ele espalhou por todo o campus que eu era uma prostituta barata, os caras me perseguiam diziam que iam me pagar se eu ficasse com eles, eu escapei por pouco de ser violentada por um deles. E aí só piorou, eles são terríveis, me perseguem, me maltratam e ninguém no campus fala comigo, com medo de virar alvo deles.
— Minha nossa, menina porque nunca me contou isso? — O Tae me olhava perplexo. — Eu achava que você evitava fazer amigos lá pra ninguém descobrir sobre o seu trabalho aqui em Genesan.
— Nada, eles me odeiam e eu nunca fiz nada contra eles. Mas agora eu quero me vingar. — Levantei a cabeça e olhei firme pro Tae. — Então temos um acordo?
Ele pensou um instante e estendeu a mão pra mim.
— Você me ajuda com o Jamal, e eu te ajudo a se vingar desses idiotas.
Apertamos as mãos e agora o negócio estava fechado. Só faltava definir o nosso plano de ação. Missão amor e missão vingança.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Cleidilene Silva
estou gostando muito a história me parece interessante!
2025-05-08
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