...• ARABELLA HARRINGTON •...
— O que você está fazendo aqui? — Pergunto, caminhando em sua direção.
— Boa tarde para você também, Bella. Está de tirar o fôlego, como sempre! — Edgard responde, com uma malícia no olhar.
Reviro os olhos e suspiro.
— Não me chame assim, para você, é Arabella. — Entrego. — Estou esperando que responda a minha pergunta...
— Seu pai me convidou, seremos sócios. — Edgard responde com um sorriso no rosto, e tenho quase a certeza de que ele está fazendo isso de propósito. — Achei que já estivesse a par de tudo.
— Não, não estou. — Digo séria, parece até mesmo uma piada de mau gosto. — Acho estranho o fato de tantas empresas neste tosco mundo estarem interessadas em você e logo decide fechar contrato com o meu pai...
— Não fica assim, bonequinha, sabe que não estou fazendo isso por você e sim pelo Bernard. — Edgard diz, fingindo estar com pena de mim, com uma expressão facial desgostante de ridícula.
— Não vejo um propósito nessa relação excêntrica.
— Excêntrica? Assim você me magoa, bonequinha.
— Não me chame assim, nós já terminamos há meses!
— Você terminou comigo, eu não queria que as coisas acabassem daquele jeito. — Edgard diz, dando ênfase no " Você".
— Por que eu não terminaria? Quando o peguei alisando as pernas daquela modelo no banco de trás do seu carro!
Estreito os olhos.
— Eu já lhe disse mais de mil vezes que éramos sócios.
Sorrio nasalmente. Isso é tão ridículo que chega a ser engraçado de tão absurdo.
— Tá tudo bem aqui? — Jordan chega, olhando para nós dois e focando seu olhar no homem a minha frente.
— Quem é ele? Seu novo namorado? — Edgard pergunta, em ar de gozação.
— Sou o segurança dela. E você, quem é? — Jordan anda em nossa direção, o olhando na mesma altura e com o rosto sério.
Os dois homens ficam se encarando, nenhum baixa a guarda. Permaneço impassível, enquanto observo a cena se desenrolar em minha frente.
— Edgard! — Meu pai logo chega, quebrando toda tensão que antes percorria ao nosso redor.
Edgard alinha o seu terno e logo espoja o seu sorriso, indo de encontro com o pai para cumprimentá-lo. Reviro os olhos... O meu término com ele pode não ter sido um dos melhores, mas se tem uma coisa que permaneceu foi a amizade dos dois. Meu pai sempre gostou dele por ser um "Exemplo" de homem, e quando ficou sabendo que terminamos, ele sofreu mais pelo relacionamento do que nós dois juntos.
— Vejo que já conheceu o Jordan, o novo segurança de Arabella. — Meu pai diz, apresentando Jordan ao Edgard.
— Um bom investimento, mas se eu soubesse que estava atrás de alguém para cuidar de Aurora, eu mesmo teria providenciado da melhor empresa dos Estados Unidos! — Edgard fala, com orgulho em suas palavras.
Percebo Jordan ficar tenso ao meu lado, e embora eu não saiba muito sobre ele, não é preciso muita coisa para perceber que somente algumas palavras de Edgard, o irritaram.
— Não preciso de nada que provenha de você. — Digo, ríspida.
— Bella! — Meu pai me chama atenção. — Já conversamos sobre isso...
— Tudo bem, senhor Harrington. — Edgard, com toda a sua falsidade escoltada de gentileza finge reciprocidade. Não tem nada mais que eu mais odeie do que o seu teatro cênico.
— Vocês podem continuar com o showzinho, eu preciso sair. — Digo, indo até a porta de entrada.
— Não demore a voltar, e lembre-se da nossa conversa de mais cedo. — Meu pai fala e eu continuo a andar, sem faço questão de olhar para trás.
Abro a porta e saio, mas um pé impede que a porta se feche novamente e eu franzo o cenho.
— Está pensando que irá aonde sem mim? — Jordan abre a porta novamente e eu reviro os olhos.
— Estava tão avoada que me esqueci da sua existência. — Digo, jogando uma mecha do meu cabelo para trás.
— Que bom que estou aqui para lembrá-la, vamos?
Bufo e vou em direção à garagem, apertando o alarme do meu Rolls Royce. A todo momento, Jordan me segue como uma raposa atrás do coelho, sempre vigiando a sua presa.
Quando passamos pela fileira de carros, escuto o assobio de Jordan atrás de mim.
— Vocês colecionam carros.
— É só alguns dos que o meu pai possui. — Digo na carnal modéstia. Talvez, um pouco só.
— O máximo que eu tenho é um Impala 67 que não troco por nada. — Posso sentir orgulho na voz, quando diz do tal Impala dele.
— 67 é? Depois eu que sou colecionadora. — Digo com ironia, enquanto entro pelo lado de motorista do meu carro.
— Aquele carro tem história... — Ele responde em ponderamento, como se estivesse lembrando de cada memória que guarda na mente com o carro.
Sorrio, as pessoas que se apegam a bens materiais são tão imprevisíveis, Jordan é um exemplo disso, fala do carro dele como se fosse sua esposa que tanto ama. O homem entra no banco do passageiro ao meu lado e da uma boa olhada no interior do carro.
— Que beleza... Cheiro de novo com perfume caro de mulher, esse carro faz muito o seu estilo.
— O meu estilo? — Digo com o sarcasmo nítido na tonalidade de voz. — Que presunçoso...
Ligo o rádio em uma música pop , Jordan me olha com o claro desgosto no semblante.
— O que foi? — Pergunto, o encarando confusa.
— Você pode ter bom gosto para carros, mas para música é péssima.
— Certo, vamos lá então... Me mostre a sublimidade contemporânea, Beethoven. — Falo em tom de gozação.
Jordan ri, e fico encantada em como as covinhas dele são lindas e o dá um charme harmônico com tanta simplicidade. O meu rosto suaviliza, e por um momento, eu me perco na cena de Jordan mexendo no rádio do meu carro.
— Agora sim! — Ele me tira do meu desvaneio.
Um rock antigo começa a tocar pelo rádio e o homem ao meu lado aumenta o som.
— O auge de ACDC, conhece? — Ele pergunta.
— Nunca ouvi falar. — Respondo, sendo recebida com indignação.
Ao som de “ACDC” dou partida no carro e nos dirigimos ao shopping.
( Bônus para quem quiser)
Alfred Lennox...
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Atualizado até capítulo 39
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