capítulo 4

Não acreditei que ele estava falando sério, não me conhece. Mas diferente do Jay que dizia ficar ao meu lado, Jasper assumiria um filho que não é dele. Ele poderia encontrar uma mulher de verdade, que não trouxesse problemas a ele. Não sei porque ele me olha desse jeito. Ele sorriu-me, não entendi o motivo.

— Você ainda julga que eu sou mais um? — Só penso que está equivocado. -Vai deixar-me provar que não? — Nós podemos sim, nos conhecermos, mas continuo a achar que está equivocado. — Veremos senhorita Bildem. Quer água? — Quero. — Quer ir mais adiante, ou prefere voltar? — E o que tem mais adiante? — Tem uma ilha, mas são poucas as pessoas que vão até lá. Quer conhecer? — Eu quero. — Então vamos.

Bom ao menos sei, que se estiver em perigo o lobo em mim, vai defender-me. Eu acho, depois de tudo não sei se devo confiar tanto assim.

Ele parou perto da ilha.

— Não podemos chegar mais perto, a menos que queira molhar-se. — Vou só observar daqui. Não posso chegar toda molhada no hotel. — Quando nos encontrarmos novamente por aqui, já vem preparada, assim podemos aproveitar a água. — Até parece que vamos nos encontrar novamente. — Nunca sabemos o que o destino nos reserva. — Você realmente acredita nisso? — No destino? — Sim. — Acredito e muito. Um dia quem sabe você acabe a acreditar também. A minha reunião não seria aqui, mas por um erro de digitação eu vim parar justamente onde você está. — Essas coisas acontecem com frequência? — As vezes. — O que acha que tem lá? — Areia, árvores e alguns pássaros, acredito que seja isso. — Vamos voltar? — Claro, não ficou enjoada? — Somente um pouco. — Vamos voltar, assim vai poder descansar.

Voltamos, estávamos bem e em segurança. Não vi o tempo passar. Jasper acompanhou-me até o andar do meu quarto. Nos despedimos e eu fui para o quarto. Joy já havia chegado.

— Onde você estava? — Passeando com o Jasper. — E quem é Jasper? — Aquele homem que foi até a minha casa levar o dinheiro da outra vez? — E como ele encontrou você? — No restaurante do hotel. — Não sei, penso que não deveria falar com ele. — A intenção não é conhecer pessoas? — Sim. — Então? — Não sei, não gostei muito dele quando conheci. — Ele parece-me bem agradável, educado, gentil. — Ainda bem que vamos embora amanhã. — Tudo bem, eu vou jantar com ele hoje. Mas já vou deixar a minha mala arrumada. — Acredito que não é uma boa ideia, você não conhece ele direito. — Vai ser aqui no hotel, não tem com que ficar preocupado. Se ele fosse fazer algo já teria feito quando saímos hoje a tarde. — Não volta tarde, eu reviro esse hotel atrás de você se for preciso. — Fica tranquilo, não vai acontecer nada. — Arruma as suas coisas, o nosso voo já está marcado.

Joy sempre resolvia ir embora do nada. Já estava a viajar com ele há dois meses. Arrumei as minhas coisas, tirei apenas a roupa que iria vestir para ir jantar. Fui para o banho. Joy ficou sentado olhando TV. Quando saí do banho, ele não estava lá. Mas havia flores em cima do sofá. Não dei importância, terminei de arrumar-me, e fiquei olhando TV.

Joy e Jasper.

A Luna recebeu flores, e um cartão. Ninguém manda flores a uma mulher sem segundas intenções. Li o cartão.

"Espero que goste de flores, estou esperando você no meu quarto. Último andar. Jasper."

Ele está esperando no quarto, só pode querer devora-la. Levanto e vou até lá, não posso deixar que nada de ruim aconteça a ela. Esta nessa situação por minha causa. Subo até o último andar, era a cobertura. Bato à porta, uma mulher atende.

— Boa noite, em que posso ajudá-lo? — Gostaria de falar com o Jasper. — Quem devo anunciar? — Diga que é o Joy, eu sou amigo da Luna Bildem. — Um momento por favor.

Por um momento pensei que fosse a esposa dele, mas é uma funcionária. Esperei ela voltar, mas para a minha surpresa o homem veio pessoalmente.

— Senhor Joy, entre por favor. — Licença. — É um prazer revê-lo. — Não vou dizer que gostei de revê-lo, pois seria mentira. O que você quer com a Luna? — Conhecê-la. — Tem algo em você que eu não gosto. — Quem sabe se conversarmos, podemos resolver essa questão. — É muita coincidência você estar justo aqui, no mesmo hotel, na mesma cidade. — Acredite tudo isso devido a um erro de digitação, eu deveria estar em outro lugar realmente, mas acredito que o destino colocou-me no lugar certo, caso contrário não teria encontrado a senhorita Bildem. — A Luna vem passando por um momento difícil, e estou tentando ajuda-la da melhor forma possível. Ela não precisa de mais um problema para a vida dela, pois você cheira a problema. — Ela contou-me sobre a gravidez. E eu posso ajudá-la. — Ela tem a mim não precisa da sua ajuda. — Vai assumir o filho dela, vai dar um lar digno para os dois, está disposto a casar com ela, criar raízes, ficar somente num lugar. — Eu não preciso fazer isso para cuidar dela. — Vai levar ela e o bebê para todos os lugares? — Porque não? — Porque ela merece mais que isso, vai se tornar cansativo, eles vão precisar de uma casa, uma estabilidade, acompanhamento médico, escola. — Já sei, e você está disposto a dar a ela tudo isso? — Sim. — Vai assumir um filho que não é seu? — Qual problema, hoje em dia muitos homens fazem isso. — Você só quer brincar com ela, é do tipo sedutor, simpático, convidativo, generoso, e quando consegue o que quer vai embora. — Faz uma descrição sua, não me conhece, não sabe nada sobre mim, então não fale. — Eu não posso impedir ela de falar com você, mas que fique bem claro, eu não gosto de você. Aliás, se fizer qualquer coisa para ela, eu acho você no inferno e acabo com você. Estamos entendidos? — Ela vai saber o que é melhor para ela, e para o filho. Agora se me der licença eu estou um pouco ocupado. Aliás, não tenho medo de ameaças. A minha secretária irá acompanha-lo até a porta. Passar bem senhor Joy.

Eu não gosto daquele homem, o motivo não sei. Ele não parece o tipo que se intimida fácil, mas mataria ele se fizesse algo a Luna. A secretária dele acompanhou-me até a porta. Saí de lá e voltei para o quarto. Na manhã seguinte iríamos embora, e ela não veria mais ele. Entro no quarto, e ela está sentada olhando TV.

— Onde foi? — Falar com esse tal de Jasper. — Joy não precisava. — Eu não gosto dele. — Eu já entendi isso, mas ele não fez nada para mim. — Mas já avisei ele, se acontecer mais alguma coisa com você eu mato-me. — Joy não vai acontecer nada tá bom. — Eu vou estar por perto caso precise. — Está bem. Agora onde fica o quarto dele? — Ele está na cobertura, último andar. Mandou essas flores para você, e esse bilhete. -E, porque está amassado? — Foi sem querer. — Olha Joy precisa ficar calmo, amanhã já vamos embora. — Cuide-se, não deixe ele ficar tocando em você. — Tenho certeza de que ele não fará isso. — Espero que ele tente qualquer coisa e você devore ele. — Joy nada disso vai acontecer. Eu já vou, assim posso voltar cedo.

Ela saiu e foi para a cobertura dele. Preciso dar um jeito de ficar o mais próximo possível, para ter certeza de que não vai acontecer nada.

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