Cap. 4 Henrique Lannuzzi

Meu nome é Henrique Lannuzzi, tenho 29 anos e sou CEO da Lannuz.

Sou considerado por muitos um homem destemido, frio, sem sentimentos e pegador, mas poucos sabem porque me tornei assim.

Tinha 23 anos quando herdei a presidência da empresa. Meu pai não aguentou a pressão de ver a empresa quase falindo e começou a beber demais, um dia acabou bebendo além da conta e foi atropelado enquanto andava cambaleando pelas ruas.

Me doeu muito ver minha mãe sofrendo, e por ela me dediquei e consegui reerguer a empresa da minha família.

Hoje a Lannuz se tornou uma das empresas mais importantes do Brasil, e eu sou capaz de passar por cima de qualquer coisa para que ela cresça cada dia mais. E por ela escolhi fazer muitos sacrifícios, e faria todos que foram necessários.

Na época que tive que assumir a presidência, estava em um noivado com a Flávia. Ela era a mulher perfeita pra mim, eu a amava muito e vivíamos bem. Até que um dia resolvi fazer uma surpresa e quem foi surpreendido foi eu, ao encontrá-la em nossa cama com outro.

Depois dessa decepção prometi a mim mesmo que nunca mais me envolveria emocionalmente com ninguém. E tem sido assim, não sou de amanhecer na cama de alguém. Através dessa desilusão conheci uma mulher que me apresentou um mundo novo, um mundo onde me descobri dominador e me encaixei com muita facilidade. No BDSM consigo me satisfazer exatamente como quero, sem sentimentos, sem compromissos e sem a chance de me apaixonar por alguém.

Sou exigente quando o assunto é disciplina, então todos os dias faço tudo dentro da minha rotina e me sinto bem assim. Tudo parecia normal na minha vida, até a manhã em que meu pneu furou e acabei chegando um pouco fora do meu horário habitual, o que acabou de irritando profundamente.

Quando entrei no elevador vi uma mulher de cabeça baixa, mesmo com o cabelo cobrindo parte de seu rosto era notório que estava bem nervosa.

A cumprimentei e ela nem sequer me olhou, o que me despertou o interesse em saber quem era ela, afinal eu nunca tinha visto aquele belo par de pernas antes.

Me posicionei na parte de trás do elevador e fiquei admirando todo o seu corpo, imaginando como ela seria sem aquela roupa social e no quanto ela ficaria linda pelada, amarrada e em cima da minha cama. Sacudi a cabeça em negativa e afastei aqueles pensamentos, estou dentro da empresa e aqui não posso me dominar pelos meus gostos sexuais.

Quando as portas estavam prestes a se fechar, ouvi alguém pedindo pra segurar a porta e antes que ela pudesse fazer alguma coisa, um homem mal humorado entra e a trata mal.

Antes que eu me desse conta respondi por ela e o homem percebendo quem eu sou, pediu desculpas a ela.

Logo chegamos no meu andar e sai daquele elevador antes que perdesse de vez o meu controle.

Entrei no meu escritório e tentei retomar minha rotina normalmente, mas só conseguia pensar na mulher do elevador. Pensei em pedir pra Rayssa procurar saber quem era ela, mas não precisei pois ela logo bateu na porta para me apresentar a nova estagiária.

Só poderia ser ironia do destino a mulher que mexeu com a minha cabeça como ninguém mexia há muito tempo, estava ali na minha frente e ia conviver comigo todos os dias.

Rayssa nos apresenta e nos deixa a sós, eu não consigo pensar em nenhum assunto depois de ouvi-la dizer "Sim, senhor". Ela consegue despertar em mim mil maneiras de tê-la amarrada na minha cama, enquanto decido qual prática iniciar primeiro.

Srta. Caccini. Essa mulher conseguiu mexer tanto comigo, que não consigo raciocinar de onde já ouvi seu sobrenome.

Mais uma vez encerro o assunto e tento afasta-la de mim antes que fale alguma bobagem. O que será que essa mulher tem? Sinto meu corpo dar sinais só de encostar nela.

Assim que ela sai do meu escritório me concentro em outras coisas, e consigo tirar aquele lindo rosto da minha cabeça.

- Sr Lannuzzi. - Rayssa bate na porta - A sala de reuniões está pronta e os investidores estão aguardando pelo senhor.

- Obrigado\, Srta Ferraz. Já estou indo.

Vou para a sala de reuniões apresentar ideias de melhorias para a empresa. Enquanto mostro os gráficos, alguém invade a sala sem bater ou se anunciado.

Me viro com a intenção de repreender quem quer que tenha feito isso, até ver a Luísa tentar sair quase correndo dali e cair de quatro na minha frente. A ajudo levantar ela sai da sala e em segundos minha imaginação flui ao vê-la naquela posição, mas sou interrompido por um comentário indelicado de um dos investidores e me sinto desconfortável sem entender porquê.

- Henrique\, está cada vez mais interessante fazer parceria com você. Que bela visão acabamos de ter.

- Acho que podemos fazer uma pausa\, podemos continuar depois do almoço. - Digo sem paciência pelo nível do comentário. Mesmo que a queira na minha cama\, ainda sou um cavalheiro e nunca faria esse tipo de comentário.

Me retiro rapidamente dali e vou atrás dela. A encontro na copa e ouço quando alguém insinua minha fama pra ela.

Peço pra ela ir até meu escritório e saio dali. Passo o restante da tarde tentando me manter ocupado e não pensar mais nela, até ela entrar no meu escritório.

Tento me mostrar indiferente, mas acabo deixando claro que adorei vê-la naquela posição, porém desconfortável em ter visto outros olhando também. Preciso aprender a controlar meus instintos perto dela por enquanto, não quero assusta-la.

E quando ela se retira dali, mais uma vez saio da rotina. Sexo numa segunda feira não é coisa que costumo fazer, mas meu corpo todo está desejando por ela e eu preciso parar de pensar nela.

Ligo pra Vivian, uma das submissas mais obedientes que já tive, mas quando começou a me enxergar como "namoraDom", preferi encerrar nosso contrato , mas ainda temos algumas sessões avulsas algumas vezes. Ela tem que conseguir me fazer esquecer desse dia.

Vou pra casa e tomo um banho. Encontro com ela na saída da empresa onde ela trabalha e a levo pro hotel de sempre.

Sem cerimônia já a beijo e a levo pra cama, na intenção de tirar a Luísa da cabeça, mas a cada toque dela em mim só consigo pensar nela e até imagino que na verdade é ela que está ali comigo.

Terminamos e mais uma vez deixo a formalidade de lado, tomando meu banho e a levando pra casa sem muita conversa.

Chego em casa, troco de roupa e me deito. A minha intenção em encontrar a Vivian foi pra tirar a Luísa da cabeça, e foi tudo em vão. Fisicamente falando, estou completamente satisfeito, mas é como se faltasse alguma coisa e eu sei exatamente o que preciso, preciso dela e não digo somente na minha cama como submissa

Há muito tempo não sentia meu coração dando sinais assim, eu quero essa mulher e sou capaz de seguir uma relação baunilha por ela. Ahh Henrique! O que você está fazendo da sua vida novamente?

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