O local estava um verdadeiro caos, com carros de polícia e curiosos espalhados. Mas o que chamou mais a atenção de João foi uma van preta com vidros escuros parada do outro lado da rua.
Ele observou atentamente, como se alguém estivesse esperando para ter certeza de que tudo ocorreu conforme o planejado. Porém, ninguém ali, além dele, pareceu notar isso.
Ele pensou em se aproximar e saber se queriam alguma coisa, mas preferiu evitar confusão por enquanto. Nesse momento, tudo o que ele precisava era ver a sua filha e tirá-la daquele lugar o mais rápido possível.
Ao entrar na casa e seguir para o quarto, ele viu uma equipe de legistas avaliando o corpo de sua ex-esposa e outra equipe avaliando o seu atual marido, que estava amarrado a uma cadeira. A porta estava bloqueada com uma faixa para impedir a entrada de qualquer pessoa.
Ao se aproximar da porta, ele já tinha uma ideia do que havia acontecido lá dentro. A cena era perturbadora e teria abalado qualquer um psicologicamente.
Um policial se aproximou dele e tocou em seu ombro. João olhou assustado para trás, mas se acalmou ao reconhecer quem era.
Policial: — Desculpe, senhor, mas você não pode ficar aqui. Esta área está restrita.
Jorge: — Sou o ex-marido dela e o pai de Maria Luiza. Um policial me pediu para vir até aqui.
Policial: — Ah, sim, desculpe. Fui eu que entrei em contato com você, João, certo?
Jorge: — Isso mesmo. Você poderia me dar alguma informação sobre o que aconteceu?
Policial:— Bem, senhor João, ainda não temos certeza, mas pela aparência da cena, sua ex-esposa foi estuprada e morta na frente do marido. Depois, o marido foi morto com um tiro na testa. Mas como eu disse, precisamos aguardar os resultados da perícia para termos certeza.
Jorge: — Entendo. O que preciso fazer aqui para ser liberado e poder ver minha filha? Ela precisa de mim neste momento.
Policial:— Me acompanhe, por favor.
João seguiu o policial, que retirou a faixa de isolamento. Os legistas já haviam terminado seu trabalho e estavam guardando os equipamentos.
Após fazer o reconhecimento dos corpos, João aguardou a chegada do IML para levá-los. Ficou do lado de fora e viu as macas levando os corpos ensacados em sacos pretos.
Somente ao anoitecer os policiais liberaram a área e João, permitindo-lhe finalmente ir ver sua filha. Notou que, assim que o veículo do IML partiu, a van preta também arrancou.
Ele informou ao policial, que anotou a placa para verificação. No entanto, João sabia que, dependendo de quem fosse o dono, as coisas poderiam não progredir.
Decidiu, então, anotar a placa por conta própria para verificar mais tarde. Entrou em seu carro e dirigiu até o hospital local, onde o policial lhe disse que sua filha estava.
Ao chegar lá, ele se dirigiu à recepção e se identificou como pai de Maria Luiza Coimbra. A atendente o olhou com tristeza e indicou o quarto onde ela estava sendo atendida.
Recepcionista:— Senhor, ela chegou em péssimo estado, completamente distraída. Tentamos falar com ela, mas ela não respondia. O médico encontrou o documento dela, então preenchemos o formulário. Peço desculpas por mexer nas coisas dela, mas era a única maneira de registrá-la no hospital.
Jorge: — Está tudo bem, vou ver como ela está. Muito obrigado.
João entrou no quarto e viu sua filha dormindo, mas com as mãos e pés amarrados. Seu coração se partiu ao vê-la naquela condição.
Ele começou a desamarrar os nós, mas foi interrompido por uma voz.
Médico: — Senhor, não faça isso. A paciente estava muito agitada, estava se machucando, então decidimos prendê-la para acalmá-la. No entanto, não recomendo soltá-la ainda.
Jorge: — Primeiro, ela é minha filha, e não permitirei que ninguém a machuque novamente. Se você quer prender alguém, prenda sua mãe ou sua língua maldosa. Minha filha não ficará tratada como um animal prestes a ser abatido.
Médico: — O senhor precisa me respeitar. Sou médico e exijo respeito. Sua filha não pode sair, o estado dela é...
Jorge: — Não perguntei a sua opinião, não pedi sua permissão. Ela é minha filha e você não vai mantê-la amarrada aqui. Vou soltá-la e você vai providenciar a alta dela.
Médico: — Sinto muito, mas o senhor não pode levar a paciente. Ela será transferida para a ala psiquiátrica; já pedi a transferência e ela foi aceita. Os médicos estão a caminho para levá-la.
Jorge: — Ou você faz o que eu disse, ou ela será seu último paciente. Farei questão de arruinar a sua carreira miserável. Ela não irá para lugar nenhum. Vou levá-la para casa, e não tente me impedir. Passarei por cima de todos, se necessário, mas ninguém tocará nela sem a permissão dela.
Médico: — Vou chamar a polícia para o senhor. Ela chegou aqui imobilizada, mas depois ficou agitada, estava machucando a si mesma e aos enfermeiros. Ela é perigosa sem tratamento para controlar seus impulsos.
João encarou o médico, aproximou-se dele, segurou seu jaleco e puxou-o ameaçadoramente. Antes que pudesse fazer algo mais, a voz fraca de sua filha o interrompeu, fazendo-o soltar o médico e se voltar para ela.
Malu: — Papai?
Continua...
( João Coimbra, 45 anos, pai da Malu.)
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Atualizado até capítulo 54
Comments
Margarida Barbosa
o nome dele é Jorge ou João autora
2025-02-12
0
Leya santos
com um desses o iPhone é um mero detalhe kkkkkkkkk
2025-01-22
1
Janet Almeida
Gosto dele na Swat
2025-01-21
1