Capitulo 2

A cada novo passo até a beirada o vento ficava mais forte, fazendo seus cabelos esvoaçarem no ar. Os demais atrás dela não pareciam nada surpresos com aquele redemoinho mortal que os esperava lá em baixo. Aquele era o portal que levava até a escola dos monstros e só o fato de pular dentro dele já parecia ser um teste de coragem. Hannah pisou na beirada do penhasco e levou a cabeça para frente na intenção de observar melhor o redemoinho negro e nesse exato momento duas mãos a empurraram de uma só vez, a derrubando desengonçada em meio aos próprios gritos de medo. Ela foi abraçada por uma escuridão quente e densa mas em fração de segundos foi puxada com força para cima novamente e se viu de pé no meio de um enorme lago raso junto a vários outros que haviam pulado no redemoinho. Hannah olhou de um lado para o outro e todos presentes pareciam confusos assim como ela. O céu estava tomado por estrelas e uma lua cheia muito linda.

— Chegamos porra — gritou um dos estudantes próximos a ela, ele tentou bater na água mas sua mão a atravessou como se o líquido do lago fosse intocável. Hannah passou as mãos pela superfície líquida e nem sequer causou pequenas ondulações. Achou aquilo estranho e interessante ao mesmo tempo.

— O que estão esperando para sair logo daí? — uma voz grave ecoou até todos eles e só agora notaram uma figura de roupas negras parada na beirada do lago metros a frente. Era um homem jovem de cabelos negros, olhar fixante e por alguns segundos Hannah teve a impressão de ver seus olhos cintilarem num tom vermelho escarlate.

Todos andaram pelo lago até a beirada e aos poucos foram deixando o local, todos secos sem nem vestígios de água pelo corpo. Quanto mais alunos saiam, mais apareciam, todos vindos do redemoinho de antes. O ambiente ali se parecia com o anterior, era repleto de árvores em todas as direções e para onde se olhava era possível ver olhos brilhantes os encarando entre os galhos, plantas e qualquer outro tipo de vegetação.

— Tem alguma coisa nos olhando — comentou uma garota atrás de Hannah.

— São apenas animais, não se preocupe com eles. Pelo menos não enquanto eu estiver aqui — o homem continuou na beirada do lago esperando os demais alunos chegarem.

Minutos depois o último garoto apareceu, usava óculos redondos e precisou de ajuda para chegar até a beirada do lago.

— O..origado — ele agradeceu meio tímido enquanto retirava os óculos tentando entender o por que não estavam molhados.

— Agora que estão todos aqui, formem duas filas dividindo os gêneros. O meu nome é Drack e serei o instrutor de vocês novatos nesta bela noite. Apenas me sigam.

Eles formaram a fila de meninas e meninos e começaram a andar lado a lado, mas a todo momento cautelosos aos olhos que os observavam pela floresta.

— É.. senhor Drack — chamou o garoto de óculos.

— Diga — Drack respondeu mas sem olhar para trás.

— O que era aquele lago?

— Se chama O Lago Impenetrável. Sua água é bastante usada para criar pequenos portais instantâneos que ligam um ponto de conjuração a outro. Não é algo que vocês possam entender agora. Mais alguma pergunta?

— Por que está de noite aqui? — dessa vez quem perguntou foi uma garota a frente de Hannah.

— As horas aqui são diferentes das horas no mundo dos humanos.

Seguiram pela floresta noite a fora até chegarem em uma área de pedras pavimentadas que se estendia entre várias casas redondas cujo os telhados se pareciam com cogumelos.

— Façam silêncio — pediu Drack — estamos passando pela vila dos anões e a essa hora todos estão dormindo. É nesta vila que vocês irão encontrar vários dos itens que vão precisar para iniciarem seus estudos amanhã, isso é, aqueles que passarem no teste das classes. Como sabem, nesta escola não permitimos outras espécies que não sejam lobisomens, vampiros, caçadores ou demônios.

— A Qual classe o senhor pertence? — alguém perguntou lá do fundo da fila.

— Isso vocês não precisam saber. Já é uma honra eu vir pessoalmente guiar vocês, o nosso guia teve alguns problemas de saúde.

— O senhor é um dos professores? — Hannah finalmente fez sua primeira pergunta enquanto andavam entre as pequenas casas, aquele lugar era muito bem decorado por flores, vasos de plantas, lamparinas e em quase todos os cantos havia um branquinho de madeira. Algumas ruas subiam, outras desciam, faziam curvas em zigue-zague e desapareciam vila a fora.

— Eu sou o CEO desta escola.

Vários sussurros ecoaram pelas duas fileiras de pessoas, um CEO nada mais era que uma autoridade total dentro de uma empresa, instituição ou qualquer coisa que envolvessem cargos administrativos. Eles chegaram em uma ponte de pedras que cruzava um rio escuro e por toda a base desta ponte haviam luzes que aumentavam o brilho enquanto eles passavam. Ao fim desta ponte havia um castelo enorme os esperando, mas não era apenas isso que os aguardavam, bem na entrada, de cada lado avistaram duas figuras brilhantes de forma humanoide que flutuavam e emanava uma luz forte. Seus olhos eram zuis claros e sobre suas cabeças haviam coroas de espinhos, suas vestes se pareciam com mantos e suas feições eram neutras.

— Quem vem aí — perguntou uma das figuras flutuando até eles. Em comparação aos demais elas eram muito altas.

— Sou apenas eu. E é claro, os alunos novos — Respondeu Drack se virando para trás.

— Oh sim — a figura estranha voltou a sua posição inicial e todos passaram pelo hall do castelo, bem apreensivos e curiosos para saber o que eram aquelas coisas.

— Eles são os guardiões da escola, nada passa por eles sem permissão e se alguém tentar, eles te matam sem perguntar duas vezes — Drack explicou enquanto os demais andavam por um longo corredor repleto de janelas fechadas, portas, armaduras de sentinelas segurando grandes espadas e vários outros corredores cada um levando a uma direção. Mais a frente ele parou perto a uma porta vermelha repleta de símbolos esculpidos e a empurrou, revelado um grande salão bem iluminado.

— É aqui que irão descobrir a qual classe pertencem — disse Drack se virando para os alunos — com isso não são mais responsabilidade minha nesta noite. Entrem todos.

Um a um todos entraram no salão espaçoso e ali havia um altar com duas grandes velas acesas, no centro estava posicionado um balcão marrom e sobre ele um caldeirão cheio de um líquido avermelhado. Quando todos já haviam entrado, a porta se fechou sozinha e um silêncio descomunal tomou conta de tudo.

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Comments

Rayana Santos

Rayana Santos

imagine a cena de terror nessa hora kkkkkkkk

2022-10-02

0

Aylly snt's🌹

Aylly snt's🌹

mano eu na hora q apresentou ele eu imaginei ele de cabelos brancos e compridos kkk porq isso me lembrou um jogo q eu tinha no meu antigo cell kkk desculpa autor

2022-09-11

2

Monike Rocha

Monike Rocha

Amando ❤

2022-09-06

0

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