...19 de Fevereiro, 1954;...
Alguns dias haviam se passado, desde então, Angellinna fugira da cena de seu crime, deixando para trás o amor da sua vida, todos os dias ela chorava amargurada devido a seu incidente, seus pensamentos sempre acabavam a levando aquela maldita cena, a maldita sensação de que havia gostado tanto de sentir aquele sangue adentrando em sua garganta, toda a vida se esvaindo de sua presa, ela adorou, até, ver de quem era o corpo, mal poderia acreditar, como explicaria aquilo aos outros? Seria morta se assim o fizesse, o que a deixou pior, foi a sensação de se sentir um monstro, um monstro horrendo que seria capaz de coisas terríveis, depois disso, prometeu a si mesma que não se alimentaria de humanos mais, e sua intenção era morrer de fome, mas, buscou se alimentar de animais, quando a falta de sangue foi insuportável.
Estava morando temporariamente na casa de praia da sua família, era uma casa de madeira, repleta de itens de caça e coisas aleatórias, sabia que há muito tempo, sua família não pisara o pé lá, havia também pegado alguns itens de sua antiga casa, em geral, roupas e itens de higiene básicos, outra coisa que pegou, foi uma parte da grande fortuna guardada na casa do marido, afinal, era dela, de qualquer forma, e precisava de dinheiro caso fosse descoberta.
Os dias ali, eram entediantes, nada na TV, nada para ler, nada para ocupar sua mente perturbada, o que a divertia, eram as caças, adorava caçar animais, grandes e pequenos, vê-los se debatendo, a vida deixando seus corpos, mas até isso, a deixava triste, pois se lembrava de seu marido, de como ele também morreu da mesma forma, mas, ela também procurou cozinhar e ver se seu estômago reagia de uma forma normal ou não, e descobriu na verdade, que mesmo preferindo sangue, conseguia ter uma refeição normal, se assim quisesse. Angellinna tentou encontrar o vampiro que a tinha transformado, mas estava sem sucesso, nada, foi o que encontrou, então, ela apenas desistiu e aceitou sua derrota, tendo que conviver com sua nova forma.
Sua forma, mudou, aos poucos, após começar uma dieta de sangue animal, seus olhos, antes vermelho sangue, agora tinham uma coloração amarela, um amarelo estranho, variava entre um amarelo vivo e um amarelo mais apagado, seu corpo, projetava algo para fora do mesmo, quando se sentia ameaçada ou queria proteger sua presa, para que nada o pegasse, ela não sabia o que era, mas parecia ajudar, algo que também estranhou, foi a facilidade com que tinha de ludibriar alguns dos intrusos ali, era só pensar em algo para eles se afastarem, que eles se afastavam, pensando exatamente no que ele estava pensando. Embora não soubesse o que tinha que fazia ela ser assim, usou isso, para se proteger através dos dias, seus pais não iam para lá, mas a residência ficava perto da praia, o que mais tinha, eram turistas curiosos.
Estava deitada, quando sentiu algo estranho, uma presença, não sabia como, mas sentiu, e não era qualquer presença, os humanos irradiavam calor, dava para se ouvir seus batimentos de longe, mas aquilo não, aquilo não tinha batimentos, somente, passos, assustada, ela se voltou para a cozinha da residência, pegando uma faca grande, muito afiada, logo, indo até a janela dos fundos e se escondendo atrás dela, prestando atenção em quem se aproximava. O que viu, foi um homem, alto, loiro, seus olhos eram castanhos, quase pretos, mas ela percebeu ser uma lente, já que os olhos estavam levemente irritados, ela o observou atentamente, enquanto andava até a frente da casa, a mesma seguiu pelo ambiente, e se prostou a porta, esperando, quieta.
-Eu sei que está aí, eu posso te ajudar... - Ela esperou um pouco, indecisa - Eu sei o que está passando, sei o que você é, estou prestando atenção em seus passos.
-Como? Quem é você?
-Eu sou Carlisle, e moro nessa região há oito anos, notei um movimento estranho por aqui, animais sumindo, deixados mortos em qualquer lugar, seria normal, já que também nos alimentamos de animais, mas não fomos nós, não somos tão descuidados assim...
-Nos alimentamos? Você não é o único? Sabe o que eu sou?
-Sim, eu sei o que você é, você é uma de nós, uma vampira, e eu não sou o único, nem de longe, existem vários vampiros por aí... Se eu puder entrar, ficaria mais fácil te falar, eu posso te ajudar com isso... - A menina pensa, deixar um estranho entrar em sua casa, talvez não fosse a ideia mais sensata, mas o que ela tinha a perder? Ficaria feliz se fosse morta, assim poderia descansar com seu marido, mesmo que não, no mesmo lugar que ele. A garota manteve a faca perto, e abriu a porta, deixando aquele belo moço entrar - Entendo sua cautela, é assim que precisa ser, mas eu vim em paz, não quero te machucar - Ele diz, e ela assente, logo, os dois estão sentados um de frente ao outro, ela ainda com a faca na mão - Você tem alguma pergunta, para ficar mais fácil de começar a explicar...
-Há quanto tempo você é um vampiro?.
-290 anos.
-Uau... Você foi transformado em 1664, por quem? Como você reagiu? - Ela estava intrigada, mas o homem não parecia nada disposto a falar sobre seu passado, o que a fez pensar em uma pergunta rápida - Isso... Isso é reversível?
-Não, acredite, se fosse, eu não estaria aqui...
-Você falou que existem mais vampiros, quem são eles?
-Eu não conheço todos, vampiros são transformados a cada segundo, é impossível conhecer todos, mas ao longo de 290 anos, você conhece alguns mais próximos, outros, nem tanto...
-Quem são os próximos?
-Eu os considero meus filhos, ensino á eles como viver, os dou casa e educação, e vivemos juntos.
-Quem são eles?
-Edward Cullen, um dos mais velhos, foi transformado com 17 anos de idade em 1918, Esmee Cullen, foi transformada com 26 anos de idade em 1921, Rosalie Hale, foi transformada com 18 anos em 1933, Emmett Cullen, foi transformado com 20 anos em 1935, Alice Cullen, que foi transformada com 19 anos em 1920 e Jasper Hale, que foi transformado com 19 anos em 1863. Ele e Alice foram os últimos a entrarem no clã, entraram juntos.
-Conhece outros?
-É claro que sim, mas só tenho intimidade com eles, somos uma família.
-Como assim? Você disse que dá educação e vivem juntos, mas como? Por que?
-Eu tenho uma história com cada um deles, e desde que se juntaram a mim, temos certa forma de viver, para não sermos descobertos, somos como uma grande família.
-Ok... E por que você está aqui exatamente?
-Não é muito comum ver vampiros na Coreia, estrangeiros aqui são muito mal vistos, éramos os únicos vampiros da região, então quando começou a aparecer corpos por aí, ficou difícil não procurar quem quer que fosse, e nas últimas semanas, acabamos notando a falta de certos animais, e a carcaça deles, não éramos nós, então só podíamos tentar achar a pessoa e fazê-la cooperar conosco.
-Como?
-Eu não sei, olha, pelo que vejo, você odeia o fato de ter se tornado uma vampira, posso não te conhecer direito, mas sou médico, consigo ler facilmente as pessoas, está sozinha, precisa de ajuda, precisa de auxílio, alguém para te guiar... Não nos conhecemos, mas quem sabe, você não pode vir ficar comigo e com meus filhos, vamos te ajudar a passar por essa nova fase, mas apenas se quiser...
-Por que veio aqui? Para oferecer ajuda? - Ela pergunta, desconfiada de que talvez não fosse só aquilo, mas não quis parecer chata demais, ele parecia um bom homem e parecia realmente querer ajudar.
-Minha vinda até aqui, está mais ligada ao fato dos animais serem deixados de qualquer forma, não pode acontecer, se alguém além de nós achar, vai te colocar em problemas pelo simples fato de aqui não ter predadores grandes o bastante para realizar este tipo de abate, não nessa região pelo menos, então é estranho que achem animais jogados por aí... - Ela assente, absorvendo suas palavras - Sei que tudo é muito novo e complicado, se quiser, podemos nos ver algum outro dia, para me dar sua resposta - Ele se levanta, e ela nega.
-Eu já a tenho - A garota se levanta, encarando-o - Passei por um trauma recente, ligado a minha transformação, está difícil, lidar com tudo sozinha, eu não costumo confiar em ninguém, mas realmente, estou assustada e com medo, e não é sempre que terei alguém para me ajudar, então posso estar agindo totalmente pela emoção, mas eu quero ajuda, quero viver sem medo... E não quero mais atacar ninguém...
-Ok, entendo tudo que está me dizendo, e sem julgamentos querida, todos nós fizemos coisas horríveis ao nos transformamos, você não é um monstro seja lá quem tenha matado - Ela sente uma dor onde deveria bater seu coração, sabia que era impossível, mas, continuou achando que era aquilo que sentia. Seus olhos começaram a encher de lágrimas, a menina só queria chorar, Carlisle percebendo aquilo, foi até a mesma, abraçando-a e dando apoio, como um pai - Vai ficar tudo bem querida.
Ele diz, e ela se desaba em lágrimas no colo daquele estranho, estava tudo uma bagunça, o medo tomava todo o seu corpo, e não importava quanto tempo havia se passado, ela ainda se sentia horrível, por ter matado o amor de sua vida, e o pior, de vez em quando, tinha o desejo de provar novamente o sangue humano, adorou aquela sensação, mas toda vez que pensava naquilo, se repreendia duas vezes mais, e se obrigava a continuar com a alimentação "vegetariana".
Eles ficaram ali, conversando, ele consolando ela, e explicando um pouco mais do seu mundo, até ele precisar ir embora, o combinado entre eles foi que no dia seguinte, a mulher iria até a casa dele, não para morar de cara, apenas para conhecer todos, e ver se realmente, iria querer morar com eles.
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