Chegada sexta feira no intervalo da classe os três sentados nos bancos da cantina da escola jogando conversa fora.
Rafhael - Ei final de semana vocês estão convidados pra ir lá em casa e sem desculpa, Renato se vai dá um jeito de ir né, irmão, faz um bom tempo que vc não vai lá em casa, há e Ricardo vai né, agora a gente é amigo cara, vocês vão né?
Renato - Cara tá difícil Rafa, mas vou ver se sabe trabalho final de semana, sabe como é meu velho.
Rafhael - Pelo menos a gente consegue ajudar você Renato, vc tá atrasado com as matérias e a gente curte um pouco também, ninguém é de ferro né.
Ricardo - Vamo cara, tô animado faz tempo que não saiu com amigos, afinal só tenho vocês né ksks.
Rafhael - Cara, não tem como você falar que é pra escola, afinal é também... ham?
Renato - Vou ver se arranjo uma desculpa, dona Ana vai ter que me ajudar nessa ksksk.
Ricardo - Coitada Renato ksksk, ainda bem que ela te apoia rsrsrsr.
Rafhael - Isso porque você não é um pilantra se não se ia vê ksksk
Renato - Tadinha da minha mãe... ela é meu porto seguro, se não fosse ela eu nem sei.
Eles ouvindo Renato falar com carinho da mãe, sorriem um pro outro com a expressão de pena por ela sofrer tanto.
Amanhã então podem chegar cedo eu madrugo...
Ricardo - Beleza a gente vai te mandando mensagem, falo!
Renato - Eu aviso se vai dar tá.
Bate o sinal e eles entram.
Ao chegar do colégio Rafhael avisa seus pais que seus amigos viriam, pois mais um final de semana que Mariana não poderá sair com Rafhael, devido a sua rotina de modelo.
Dona Helena - Que bom filho tô com saudades do Renato ele é um moço tão bonzinho, nossa que bom um amigo novo, assim você não fica informado naquele quarto né?
Rafhael - Tá mãe entendi, vai ser bom pra gente.
Logo pela manhã Rafhael levantou cedo, pegou seu celular e foi pra cozinha tomar café.
Sua mãe chamara a atenção por ter trazido celular pra mesa.
Dona Helena - Rafhaeeel?
Rafhael - Mãe desculpa, tô vendo se eles vão poder vir...
Logo em seguida recebe mensagem de Ricardo.
(Ricardo - Cara já tô saindo daqui a pouco to ai, vou passar na frente do colégio pra dar uma carona pro Renato beleza?)
Rafhael manda um áudio pra Ricardo.
(Rafhael - Beleza, fecho, já tô de pé.)
Alguns minutos se passam e eles chegam na casa de Rafhael, Dona Helena fica alegre ao ver Renato.
Dona Helena - Oi meu filho, quanto tempo querido, como você está tudo bem? Como está família e a sua mãe?
Rogério estava na garagem encerando o carro, quando ouvi eles entrarem, logo vai para a cozinha com dona Helena.
Rogério - bom dia, e aí, quanto tempo meu afilhado.
Renato - Oi Dinda, oi Dindo, benção tudo indo, tava com saudades, trabalhando e muito sem tempo, tá tudo bem lá em casa, a mãe tá bem, tudo certinho.
Ricardo olha surpreso sorrindo.
Ricardo - Você não me contou que a mãe do Rafhael era sua madrinha que bacana...
Renato - Na verdade ela é, só que ninguém sabia até agora, só minha mãe e agora você.
Ricardo - Como assim?
Dona Helena - Sentem aqui coloquei café na mesa pra você, venham fiquem a vontade meninos.
Ricardo - Obrigada Dona Helena, com licença...
Renato - Sim madrinha.
Dona Helena - Bem esse moço aí, ele aos sete anos começou a estudar com Rafhael e eles eram muito amigos, sempre estava aqui em casa mas, daí ele via Rafhael ir pra catequese e tinha vontade de ir junto.
Renato - Verdade madrinha, eu muitas vezes não via a hora de chegar final de semana pra vir pra cá ficar junto de vocês, o Rafhael sempre foi meu melhor amigo e foi sempre como um irmão que não tive.
Dona Helena - Daí eu falei com as catequista na época, com a coordenadora e ela aceitou colocar Renato e eu fui a madrinha dele com direito a roupa e a festa.
Rafhael - Foi da hora, a gente tendo a comunhão juntos.
Ricardo - Tá mas seus pais Renato, sua mãe, nada?
Renato - A madrinha até falou com ela, né Madrinha...
Dona Helena - Sim eu cheguei a conversar com ela, mas ela disse que não queria, que não era hora e que o pai dele não ia deixar...
Renato - A madrinha insistiu muito, mas vocês sabem como é meu pai né... Se é assim que devo chamar.
Dona Helena - Então como Renato veio me implorar se não tinha como continuar a catequese sem eles saberem, no começo fiquei meio receosa, mas conversei com Rogério e ele concordou.
Dona Helena - Decidimos que seria importante, já que parecia ter muitos problemas.
Renato - É daí convenci minha mãe a não contar, era única coisa que eu mais gostava, me sentia numa família de verdade.
Renato enche os olhos de lágrimas.
Renato - Mas depois da comunhão, meu pai descobriu e eu não pude mais ser amigo do Rafhael. Aquele dia foi um dos piores dias da minha vida.
Rafhael - Se você não quiser contar Tudo bem.
Renato deixa uma lágrima rolar no seu rosto e em seguida enxuga com a mão.
Renato - Acho que eu preciso falar, já não sou mais um menino, por mais que isso ainda me doa e que eu ainda sofro por meu pai ser assim.
Lembrança on.
Bem eu não me esqueço ele tava procurando alguma coisa dele sei lá um... acho que era uma chave da mecânica, naquela época ele já fazia alguma coisa, mas a questão é que naquele dia como muitos, ele tava trabalhando e bebendo dentro da oficina e acabou colocando em algum lugar lá e achou que eu tinha mexido, acho que o Vitor havia dito que eu talvez tinha pegado, não, já que ele já não se dava comigo desde de sempre. Bom então ele foi no meu quarto entrou grosseiramente falando que eu tinha mexido nas coisas dele, eu obviamente falei que não, já assustado, e continuei dizendo que não tinha pegado nada.
Renato - Pai eu não mexi nas coisas do senhor, eu não mexi, não fui eu.
Ele continuava insistindo e começou a mexer nas minhas coisas jogou toda as minhas roupas, os calçados, as minhas coisas tudo no chão, logo eu fiquei desesperado e gritei com ele...
Renato - Nãoooo... Eu não peguei nada.
Em seguida meu pai me deu um tapa no rosto que me fez cai sobre a cama e comecei a chorar sem parar, ele continuava a mexer nas minhas coisas, pegou a minha mochila da escola e começou a mexer, isso tudo me chingando de mentiroso, imprestável que eu era inútil igual a minha mãe.
Lembrança off.
Dona Helena horrorizada caia em lágrimas com pena daquele menino, pois ela já sabia sobre o gênio forte de seu Gerônimo, pois no dia que conversou com Dona Ana ela desabafou com a mãe de Rafhael contando que seu marido era violento agressivo e ignorante, mas que guardaria segredo sobre a comunhão de Renato.
Então Rafhael abraça Dona Helena, fica no abraço e logo chega na cozinha seu Rogério a abraça também, todos ficam com olhar de tristeza e comoção.
Lembrança on.
Renato - Daí ele jogou todo meu material no chão, que ao jogar meus cadernos acabou aparecendo a foto da minha comunhão, viu e rasgou todinha.
Gerônimo - Seu muleque, fazendo as coisas pelas minhas costas, ham tá pensando que pode me desobedecer, quem você pensa que é eu sou teu pai e não quero que fale mais com essa gente, tá me ouvindo!
Nesse momento minha mãe ouviu ele nos gritos comigo, logo em seguida ele começou a me espancar, minha mãe antra em desespero, empurra meu pai e pede pra ele não me bater.
Dona Ana - Não bate no menino ele não fez nada de errado, ele queria muito, ele é um bom menino, não faz isso, pelo amor de Deus Gerônimo.
Então nesse momento ele se irrita e pega ela pelos cabelos olha pra mim e fala
Gerônimo - Seu b@stinha nunca mais me apronta nada, tá me ouvindo! E você sua v#dia, vai ver só por me enganar, você esse muleque imprestável...
Então ele arrasta ela pra fora do quarto, espanca ela e eu fico ali sem conseguir me mexer escutando seus gritos. Depois ele manda ela dormir fora do quarto, no chão puro da cozinha e ela fica lá no chão chorando.
Depois de um tempo, vou lá bem silencioso e eu sussurro pra ela, peço pra ela dormir no meu quarto, eu chorando muito ainda.
Renato - Mãezinha não chora, me perdoa mãe dorme no meu quarto, fica lá, vou cuidar da senhora por favor, isso tudo foi minha culpa né, perdoa mãe.
Dona Ana - Tudo bem meu amor, vai ficar tudo bem, a mamãe vai ficar com você não chora, eu te amo e não me arrependo de te ver feliz, faço qualquer coisa pra isso, mesmo que custe a minha vida meu amor, fica calmo não chora.
Ela foi pro meu quarto, cuidei dela até ela conseguir dormir, fiz muito carinho nela e dei muitos beijos em seu rosto machucado, enquanto ela dormia um pouco eu arrumava meu quarto em silêncio e chorei a noite toda, acabei nem indo na aula aquela semana, fiquei com medo dele bater nela, então eu não largava ela um minuto.
Lembrança off.
Ricardo - Meu Deus seu pai é um monstro. Ele ainda tá com sua mãe?
Renato - Sim, ainda, a gente faz o possível pra não deixar irritado, o pior é quando ele bebe muito, mas já cansei de pedir pra ela separar dele, pois ela tem medo, ele acaba ameaçando ela e isso é uma decisão dela.
Rafhael - Você nunca me contou isso?
Renato - não é algo que me orgulha e que eu quero esquecer, pelo menos eu tendo e não quero incomodar ninguém com meus problemas.
Renato fala enquanto enxuga com a mão seu rosto, seus olhos estão vermelhos de chorar.
Rafhael - Você sempre foi um irmão pra mim, fiquei feliz quando a gente se encontrou de novo e você se aproximou de mim depois de tanto tempo, pode contar comigo no que precisar.
Ricardo - Cara porque você não sai de casa, pode arranjar um emprego melhor e sair desse inferno.
Renato - E deixar minha mãe sozinha pra ele matar ela... não, eu não vou deixar ela nunca, nem que eu morra pra defender ela.
Rogério - É meu filho não é fácil e suas irmãs ele...?
Renato - Por incrível que pareça nelas ele nunca fez nada, não trata muito bem, é grosso, mas nunca bateu ou fez algo ruim, no máximo destrata como de sempre.
Dona Helena - Meu Deus filho, não imaginei que a gente podia te colocar numa situação dessa.
Dona Helena fala chorando de tristeza.
Renato - Dinda foi a melhor coisa que vocês fizeram por mim, eu passei momentos mais felizes aqui.
Rogério - E hoje como fez pra vir aqui, seu pai sabe, não vai dar problema?
Renato - Eu falei que tinha que fazer um trabalho da escola, porque se não a professora iria chamar os pais na escola e teria que ir os dois, notas pra recuperar minha sabe, mas ele não tem como descobrir, eu já tenho meu jeito de fazer as coisas pra poder tentar viver o máximo normal possível.
Renato respira fundo quase que um alívio total desabafando um pouco do que guardou tanto tempo pra si.
Renato - Hoje eu tenho consciência que ele não precisa saber o que faço e com quem ando, como ele se importasse com isso mesmo, mas melhor ele nem saber, minha mãe pode acabar sofrendo mas, só que também não posso deixar de viver ou tentar né.
Ricardo - Nossa, muitas vezes achamos que nossa vida é difícil cara, você é guerreiro.
Renato - Eu sei que tenho melhores amigos que posso contar, madrinha e padrinho que me amam e sempre quiseram meu bem e dou valor a isso.
Rogério vai até Renato e dá um abraço nele emocionado.
Rogério - Meu afilhado, você não tá sozinho, no que pudermos estaremos aqui pra te acolher sempre.
Dona Helena - É meu querido, sempre que precisar é só chamar a gente viu.
Rafhael vai até Renato e dá um aperto de mão seguido de um abraço forte.
Rafhael - Você é meu irmão e você sabe.
Ricardo também dá um abraço nele.
Ricardo - Cara pode contar comigo também, mesmo.
Nesse instante chega Juliana com sua filha vitória de 3 anos com o marido e por coincidência Cláudio já chega em seguida com sua esposa e seu filho João de 7 anos todos chegam rindo de vitória que interage com eles, nisso eles se recompõe e interagem juntos se cumprimentando e rindo também.
Naquela tarde foi bem aproveitada para todos, eles riram, fizeram brincadeira, escutaram música, assistiram tv e sentaram-se a mesa para comer todos juntos como uma grande família feliz.
Continua...
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Atualizado até capítulo 193
Comments
Tonia Lima
Autora, até eu chorei com a história do Renato.
Que vida sofrida é a dele e de sua mãe.
Esse homem merece morrer ,para que essa família seja feliz.
2022-08-25
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