Há cinco ano atrás,um amigo do papai o senhor Hurtch foi a Los Angeles e jurou de pé junto que encontrou minha mãe e a seguiu levando a esse endereço,na época como meu pai ainda estava magoado demais com ela,ele simplesmente jogou o endereço no lixo,por mais que eu soubesse que o que ela havia feito era errado,eu ainda assim queria encontrá- la e então guardei o endereço sem que ele nunca soubesse e agora eu estava ali,naquele mesmo endereço observando aquela imensa casa,dentro da minha kombi velha.Eu tinha dirigido por mais de seis horas,meus olhos estavam pesados e minha barriga roncava e eu não podia gastar o pouco do dinheiro que eu tinha sem realmente saber se ela morava ali.
Desci da kombi temerosa,o que eu iria dizer para ela? passou muito tempo desde a ultima vez que a vi e já nem me lembrava direito do seu rosto.
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Tudo parecia calmo naquela propriedade,as luzes ao redor do jardim clareavam as imensas paredes.Me aproximei da porta de entrada sem saber se tocava ou não a campainha,eu não tinha sequer uma frase formada na cabeça para dizer a ela.Eu mantive a calma e segui adiante.Toquei a campainha três vezes mais ninguém saiu para me atender,o total silêncio da casa indicava que não havia ninguém.Toquei na porta e ela estava trancada.Eu tinha pouca gasolina,não conseguiria pagar um quarto de hotel com o que eu tinha e estava com muita fome,por sorte a mãe de Beau me deu uns bolinhos para a viagem.A senhora Peterson era uma ótima doceira e me tratava como uma filha,ela também insistiu para que eu ficasse em Richmond,mas desde que minha casa e os poucos pertences foram vendidos para pagar a conta médica do papai,eu fiquei sem nada e não queria ser um estorvo para ninguém. As pessoas em Richmond viviam modestamente com o pouco que tinham e eu não poderia ajuda- los com nada.
Sentei em um dos degraus da escada me servindo dos bolinhos,estava calor mas eu podia sentir a brisa refrescante no meu rosto.A noite estava calma e eu podia ouvir o barulho das ondas se quebrando,eu iria conhecer o mar pela manhã depois de falar com a minha mãe,talvez tenha sido esse o motivo para ela ter escolhido viver aqui e ali mergulhada nas memorias do passado eu acabei adormecendo
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- Hey quem é você?
Alguém me cutucava
- Hey garota!
Abri os olhos protegendo com a palma da mão o sol que brilhava forte.Já havia amanhecido e eu acabei pegando no sono.Levantei rapidamente um pouco atordoada.Um rapaz alto de cabelos loiros encaracolados me olhava surpreso.Limpei os olhos para olhá- lo de novo,era jovem,vestia uma jaqueta de couro marrom surrada e calça jeans rasgada,tinha os olhos bem verdes e sua pele era bem pálida.Ele me olhava de cima a baixo,enquanto tragava um cigarro.Possivelmente devia ser o dono da casa.
- Você é muda?- perguntou enquanto jogava a bituca do cigarro fora.
- Não-respondi.Peguei minha bolsa que usará na noite passada como travesseiro e coloquei no ombro- Sou Sienna Spencer,estou procurando uma pessoa.
Ele cruzou os braços na altura do peito,esperando mais algumas informações além do meu nome.
- Angela Spencer ou Angela Heitz,ela mora aqui?- perguntei apontando para a casa- Eu tinha esse endereço e achei que podia encontrá- la aqui.
Mostrei o papel todo amassado para ele.Mas ele não pareceu dar muita importância para isso.Então apenas descruzou os braços e soltou uma sonora gargalhada enquanto passava uma das mãos no cabelo,os domando atrás da orelha.
- Sinto muito- ele ainda ria- Eu achei que fosse uma daquelas fãs maluca procurando uma noite de sexo.
Arregalei os olhos e imediatamente segurei minha bolsa na frente do meu corpo.
- Calma- ele levantou as duas mãos- Eu não sou nenhum tarado.Mas diga você passou a noite aqui?
Assenti com a cabeça.
- Podia ser perigoso- ele sorriu- Esse bairro é um dos mais seguros,mas mesmo assim não se deve arriscar.
- Não encontrei ninguém aqui noite passada,e se eu fosse embora não sabia se poderia voltar hoje- apontei para a minha kombi.
- É sua aquela lata velha?achei que o Stan tinha mudado seus gostos.
Stan? Quem era Stan?
-Mas me diga,quem você esta procurando mesmo?
- Angela Heitz,acho que ela deve estar usando o sobrenome de solteira.
- Gata- ele coçou a nuca- acho que te enganaram,não tem ninguém com esse nome morando aqui.
- Por favor,essa é a unica pista que tenho sobre ela.
Ele me encarou por alguns segundos,colocou a chave na porta e em seguida apertou em alguns botões do lado esquerdo da parede.
- Se você tenta- se entrar,o sensor do alarme dispararia e ai eu teria que interromper minha ótima noite agradável.Entre- disse ele dando um passo para tráz.
Eu não sabia se podia confiar nele,mais eu não tinha escolha.Se ele tenta- se alguma coisa,eu usaria minha arma de choque contra ele e alguns golpes que papai me ensinará ao longo dos anos.
Segui ele por um grande corredor.A casa por dentro era muito limpa e impecável,os móveis pareciam ser muito caros.O tamanho daquela sala,por exemplo,era o tamanho da minha casa.
- Impressionante não é?- disse ele apontando para a direita.
Ele me levou até a cozinha.Era imensa também,tinha uma enorme bancada de marmore preto,todos os elétrodomesticos novinhos.Notei a imensa porta de vidro e um maravilhoso jardim com piscina,era um paraiso de fato.
- Sente- se- disse ele abrindo uma cerveja- Quer uma?
- Não,obrigada.
Ele deu um longo gole e eu esperava impacientemente que ele pudesse me ajudar.
- Você não sabe de quem é essa casa?
- Não- respondi confusa- Achei que você era o dono.
-Hahah,é eu bem que gostaria de ter uma casa assim.Mas meu apartamento também é bem convidativo.
- Minha arma também- eu disse.
- Espera- ele olhou assustado- Você tem uma arma?
- Olha...eu agradeço muito sua gentileza,mas eu vou embora- disse levantando.
- Espera- ele pulou na minha frente.Minha reação foi rapidamente puxar minha arma.
- Calma ai garota- disse ele levantando as mãos.
- O choque dessa arma é capaz de te deixar imóvel por longas horas.Então é melhor sair da minha frente.
- Você realmente não sabe de quem é essa casa?
- Não,eu já disse que não.
Ele pegou o celular do bolso.
- Vou fazer uma ligação- disse ele saindo da cozinha- espere aqui.
Guardei minha arma na bolsa.Eu esperaria dez minutos e iria embora,esse cara não ia me ajudar em nada.Observei a casa mais um pouco da onde eu estava,se minha mãe mora- se ali,ela havia realizado o sonho dela de viver em uma casa confortável e com todo o luxo que ela dizia merecer.Em algumas discussões com o meu pai,eu lembrava dela dizer que odiava Richmond,que meu pai nunca pensava em crescer e se tornar alguém de verdade.Eu sabia que ele ficava mal com o que ela dizia,então ele trabalhava mais horas na oficina.Se realmente eu não precisa- se de ajuda,eu nunca mais a procuraria.
- Pronto- disse o rapaz voltando.
- Desculpe eu nem sei o seu nome.
- Oh,gata foi mal.Você realmente me deixou desconcertado.Sou River Donavan,mas para você eu sou o que você quiser- disse ele me dando uma piscada.
- Ok River,eu acho que vou embora.
- Não.Eu liguei para o dono da casa e ele não demora a chegar.Você não gostaria de ir até o jardim?- ele abriu a imensa porta de vidro.
Ele disse que não conhecia nenhuma Angela,será que o dono da casa conhecia?Enquanto eu seguia ele para o jardim,deslumbrada com aquela vista incrível,eu me perguntava se não tinha me metido em alguma furada.
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Atualizado até capítulo 107
Comments
Ana Faneco
parece interessante 😌vamos lê
2024-04-29
0
Layane Sobral
gostando...
2022-09-13
1