Assim que eu chego no andar da presidência às 8h caminho para a minha mesa e começo a ouvir gemidos
— Isso, ah eu vou gozar – diz uma voz feminina conhecida, infelizmente já que não é a primeira vez que isso acontece
— Quem disse que é pra você gozar sua put4 safada? — a voz do meu chefe diz num tom normal como se não estivesse fazendo esforço algum.
—Por favor, eu quero gozar— a gerente de publicidade diz e ouço um tapa, arregalo os olhos
— Eu disse que não sua put4— meu chefe fala e eu resolvo colocar um fone de ouvido escutando Sia, não sou obrigada a isso, a sala tem isolamento acústico porque não fecham a porta? Sim, a porta está um pouco aberta, mas dá minha mesa não dá para ver, ainda bem.
Eu não posso sair daqui, infelizmente se eu descer e meu chefe abrir a porta e ver que eu não estou, vai querer descontar do meu salário, ou me dar trabalho extra, a minha sorte da última vez é que Kira trabalha na creche e levou meu filho pra casa com ela nós sempre fazemos isso juntas. Ou seja, sou obrigada a ouvir essa falta de respeito sem reclamar.
Começo a organizar os papéis que deixaram na minha mesa, os separando de acordo com o assunto, com o fone no último volume não noto que tem alguém atrás de mim.
Alguém tira o fone do meu ouvido e eu pulo de susto. Me viro e encontro o meu chefe babaca me encarando com os seus olhos azuis furiosos, espero que tenha lavado as mãos, é o mínimo
— Em que momento é permitido o uso de fones no horário de trabalho, senhorita Ferrari? – o dono dos meus pesadelos diz
Só então eu vejo a Emma do seu lado me encarando como se fosse a dona e eu estivesse sendo pega roubando.
— Bom, meu querido, nossa reunião foi ótima, até mais tarde. — pisca para o senhor Becker, mordendo o lábio ela se vira e vai embora ajeitando sua saia que está levemente torta, suspiro pedindo forças pra encarar a fera.
Senhor Becker não responde, se quer vira em sua direção, continua me encarando como se pudesse me demitir, e o pior, ele pode.
— Perdoe senhor Becker, estava no fone agendando as próximas reuniões da semana, a ligação terminou e eu esqueci de tirar. — Digo suspirando e tentando não deixar a voz tremer para ele não perceber que é uma mentira— Não sabia que o senhor já estava em sua sala perdão.
Ele ainda me encara por segundos que parecem séculos, quando já estou para me tremer por inteira, ele fala.
— Dessa vez eu vou deixar passar Senhorita Ferrari, da próxima está demitida — diz e vai caminhando em direção a sua sala— me trás um café e a agenda, agora.
Ele não pede, grita, ele manda e eu infelizmente obedeço, tenho um filho para sustentar.
Estou ficando muito fraca mentalmente, fisicamente o trabalho em si não é muito cansativo.
Cansativo é o chefe, o cansaço parece que está tomando conta, mas ainda tento permanecer de pé pelo meu filho.
Na hora do almoço desço para o refeitório da empresa onde só almoça pessoas com cargos baixo, ainda bem, mas não deixa de ser torturante já que alguns parece que tem o rei na barriga.
Pego minha comida e me sento o mais afastada possível, escuto a voz da secretária do setor de publicidade, e a recepcionista me encaram com ar esnobe, não sei porque se eu ganho mais que elas, não que eu saia me vangloriando por aí como Suzanne a assistente pessoal do senhor cretino
– Ela não tem beleza e nem talento para ser secretária do senhor Becker – Cristal a secretária diz me olhando, mas passo olhando para frente e me sento em uma mesa livre.
– Era para uma de nós estar lá do lado daquele gostoso– Jane a recepcionista diz.
Eu ignoro, eu trocaria de lugar com elas facilmente, não trabalhar para ele faria muito bem para a minha sanidade.
Charlotte quase nunca almoça comigo, mas mesmo assim já sou grata por ter me ajudado e por sempre me dar uma carona para vir
Depois de almoçar, vou no banheiro aproveito para fazer xixi e escovo os dentes volto para a minha mesa faço meu trabalho atendo ligações, faço ligações e anoto recados, separo documentos e contratos importantes.
O telefone toca mais uma vez respiro fundo quando o identificador mostra um número conhecido
– Boa tarde, escritório do Senhor Becker.
– Impressionante como ele ainda não te demitiu garota – Diz Martha Becker
Fecho os olhos para aguentar o veneno da senhora Becker mãe do senhor Becker
– Desculpe Senhora Becker, oque deseja?
– Oras, falar com meu filho, o que haveria de ser? Ligar para você e perguntar quantos morrem por dia no buraco onde você mora?
Não posso acreditar nisso, imagina como seria trabalhar diretamente para essa mulher? Respiro fundo e conto até 10 mentalmente.
– Desculpe senhora, mas o senhor Becker não se encontra no momento.
– Tudo bem, agora volte a trabalhar, não pagamos seu salário para você ficar atoa– ela diz e desliga, ainda bem porque eu já estava sem paciência.
Mas para piorar quando menos se espera Suzanne sai do elevador, rezo para que ela va direto para sua sala "sim a assistente tem uma pequena salinha para ela" e se acha muito por isso, respiro fundo quando ela vem na minha direção.
– os documentos que pedi para separar para a reunião já estão prontos ?– Ela diz parando a minha frente, suspiro antes de responder.
– sim, os documentos que o senhor Becker solicitou estão prontos.
Antes dela dizer algo senhor Becker sai do elevador
–Senhorita Foster vai para a minha casa e arrume a minha mala para a viagem de hoje, Senhorita Ferrari leve os papéis para a próxima reunião com o Ward em dois minutos– diz sem olhar para nós e continua caminhando para a sua sala
– Sua sorte um dia vai acabar e você vai ser demitida como todas as outras– ela diz se aproximando mais da minha mesa
– faço apenas o meu trabalho Suzanne– falo
– então faça agora – ela diz e derruba os documentos da próxima reunião no chão espalhando todos, sorrir maldosa e vai para a sua sala, as lágrimas querem aparecer mas eu espanto elas rapidamente, não posso ser fraca agora.
Ainda estou juntando os papéis quando senhor Becker liga
– Cadê a porcaria dos documentos? – ele diz e pelo tom que usa está muito bravo.
– já estou levando senhor Becker.
Mais dois minutos organizo todos e levo para ele que me encara bravo.
– já demiti funcionários por muito menos senhorita Ferrari– ele diz tenho certeza que gosta de me maltratar não é possível, foram só dois minutos
– perdão senhor Becker, não vai mais acontecer.
– você só sabe dizer isso? – ele me olha com desprezo – Vá fazer o seu trabalho antes que eu perca a paciência e lhe demita.
Saio e suspiro cansada, me dê forças senhor.
A pior coisa para um ser humano é trabalhar sobre pressão, sobre constante ameaça de demissão, e colegas que ao invés de ajudar querem prejudicar.
Porque o ser humano muitos deles não são solidários?
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Fatima Leal Oliveira
O ser humano não pode ter um cargo melhor que quer pisar no próximo
2025-02-03
0
Edna Aparecida Rodrigues Pereira
Nossa que gente iguinorante mal amadas igual o chefe.
2025-01-26
0
Marcielly aparecida lopes
essas cobras só pode ter inveja dela num e possível, a coitada sofre demais no trabalho
2024-12-26
1