Ja fazem alguns meses e realmente algumas coisas melhoraram. Há muito tempo Dante nao tem os seus surtos ou crises de ciúmes. Me deixa pra baixo, às vezes pois me diz que estou feia ou gorda, enfim...
Estou no fim da gestação. Entrei no oitavo mês.
Queria muito que meus pais estivessem aqui nesta fase da minha vida.
Estou enorme e muito feliz! Vou ser mãe! Algo que sempre foi meu grande sonho e será de uma menina.
Já temos o nome. Dante decidiu chamar de Pérola, que aceitei após muita insistência dele. Já temos tudo pronto para chegada de Pérola.
Amanhã é minha formatura estou muito feliz. com esses momentos chegando. Estou organizando a roupa e acessórios do dia tão esperado quando a campainha toca...
Din Dom
- Bom dia, Sra Olivia? É para você.
Era o carteiro.
- Obrigada.
Quando abro a carta fico sem entender. A notificação da faculdade, diz que estou com inúmeras parcelas atrasadas e se eu não pagar, não vou me formar.
Como não paguei? Dante ficou responsável pelo pagamento. Ele tem acesso às contas. Ele dizia que o pagamento estava sendo feito mensalmente.
- Alô! Bom dia. Posso falar com diretor Ben?
- Claro, já vou transferir.
- Oi Olivia, tudo bem? No que posso ajudar?
- Diretor, acabei de receber uma notificação que estou com mensalidades atrasadas...
- Bem, sim Olivia. Venho avisando Dante sobre isso algum tempo já. Ele disse que ia resolver, ele está ciente. Disse para não te falar porque você está grávida e tudo mais, então respeitei. Achei que estava ciente.
- Diretor, estou sabendo agora! Não fazia ideia disso, me passe o valor que vou resolver.
Com o valor em mãos, que realmente é um absurdo, eu tomo uma decisão: Pérola não vai viver com esse homem.
Eu tenho o apartamento que deixei alugando quando decidi morar nesta casa. Vou vender e pagar a dívida. Preciso me formar e esta é a prioridade no momento.
Volto a ligar para o Diretor Ben e lhe explico a situação que aceita a promessa da venda do apartamento. Farei a venda e quitarei todas as parcelas atrasadas. Dante chega em casa mas não falo nada. Fico na minha, não estava afim de discutir já que resolvi tudo.
Já fazem dias que tento falar com Dani mas é estranho... Ela não me atende, ignora as ligações. Ela nunca agiu assim, sempre fomos muito próximas.
Finalmente chegou o dia da formatura mas tudo fica estranho. Me sinto feia e gorda como diz Dante. Enquanto me arrumo ainda tento ligar para Dani.
Estou finalmente pronta.
foto da internet
- Vamos, já te esperei de mais... se demorar mais um pouco eu vou te deixar sozinha.
Nada de novo no modo de falar de Dante.
- Estou pronta, podemos ir ...
Chegamos na formatura.
Todos já estão presentes. Vejo Cristina que me cumprimenta de uma forma estranha, fico pensando o que poderia ter acontecido.
- Nossa amiga você ta parecendo que engoliu uma melancia haahahah...
Ela ri alto! Sem necessidade desse comentário. Realmente me incomodou.
- Se não tiver algo agradável para falar, fique calada, me retiro...
Vejo então Dani e vou até sua direção mas ela me evita, chego perto dela e a questiono...
- Por quê está me evitando? Vai me dizer agora?
- Não sou obrigada a te falar nada, só vou te falar uma coisa: Cristina me mostrou os prints das conversas de vocês. Você é uma interesseira, vagabunda, merece apanhar mesmo e ter uma vida miserável desejo que você se foda na sua vida..#$% #$%
- Amiga o que? Que prints? Há meses que mal falo com Cris, somente sobre trabalhos. Pare por favor não use essas palavras você ta me magoando...
-Dani eu quero que você se foda, nunca mais olhe na minha cara.
-Dani, por favor acredite em mim eu...
Ela sai e me deixa sozinha em lágrimas. Vou ao banheiro desesperada sem entender. Que prints? Por quê a Cris fez isso?
A formatura se encerra, mas o que era pra ser um dia de muita alegria, o encerramento de um ciclo, acaba se tornando um nó na garganta, com o peso de tantas coisas acontecendo. Estava chegando no meu limite físico e mental.
Caminho em busca de Dante quando recebo uma mensagem:
"Olivia, estou indo no escritório. Fechamos aquele negócio milionário graças ao seu contato da festa. Vou enviar a documentação do cliente... Te encontro em casa."
Não quero esperar até de noite. Imediatamente pego o carro e vou até ele desesperada. Preciso contar a ele sobre este mal entendido com Dani. Não estava entendendo nada.
Chegando no escritório eu estranho o silêncio. Reuniões de fechamento de contrato não costumam ser em silêncio, além de diversas luzes estarem apagadas. Vejo o sapato de Dante na porta de nossa sala e me aproximo em silêncio enquanto alguns sons ritmados começam a ficar mais altos. Observo pelo canto da porta entreaberta e vejo vestido e o terno do Dante no chão. Me aproximo mais da porta, os sons ritmados agora são claramente gemidos. Eu sabia o que estava acontecendo mas não queria acreditar. Coloco um dos olhos para dentro da sala pelo canto da porta aberta e vejo Dante nu, deitado no chão e Cristina sobre ele. Ele esta com sua mão direita passeando pelos seios e sua mão esquerda sobre a coxa, enquanto Cristina, com o corpo levemente arqueado para trás, toda descabelada, sobe e desce em cima dele. Vejo assustada o corpo de um entrando completamente no outro e por instantes paro de respirar de susto. Começo a tremer de ódio.
Dante e Cristina, minha melhor amiga e meu namorado me traindo, na nossa sala, na minha empresa! Quando o sangue que ferve em minhas veias decide explodir, quebro aqueles sons de perversão escancarando a porta com um tapa e invadindo a sala. Ambos saltam de susto e se colocam de pé procurando algo para se cobrir. Como se eu já não tivesse visto mais do que o suficiente. Dominada pel fúria, tento atacar Cristina, pois ela está mais próxima. Dante rapidamente me segura.
- Saiam da minha empresa agora seus filhos da P#$@*
- Sua empresa? Você não tem nada aqui. Nada é seu...
- Você abriu mão de tudo isso quando assinou aquele papeis que Dante te entregou, não lembra? Sua otária, idiota...
- O que? Como? Vocês armaram isso... Como você pode Dante? Não pensou na nossa filha? Você tirou tudo de mim tudo...
- Pensar na Pérola? Eu nem sei se ela é realmente minha filha... Vou querer o DNA assim que ela nascer... Você nunca fez nada que preste por essa empresa não tem direito algum.
- O que? O projeto dessa empresa é meu. O investimento dessa empresa foi meu, os parceiros, o contrato milionário que fechamos! Foi tudo eu, e eu nao tenho direito?
- Não tem! Agora saia daqui. Você nao tem ninguém. Nem Daniela você tem mais como amiga. Dante me ajudou a mandar mensagens para o meu celular com você falando um monte de coisas. Ela caiu como um pata , está cheia de ódio de você, HAHAHA.
-Você causou isso quando disse pra ela que eu tinha batido em você. Ela ia me denunciar e eu precisava fazer algo para afastar vocês
Começo a sentir dores de nervoso saio de lá sem olhar para traz inconsolável e entro no carro e dirijo sem rumo. Estou trêmula, a respiração esta pesada. Simplesmente não sei oque fazer... Uma luz forte me cega. Não vejo mais nada.
Ouço ao longe vozes e sinto cheiro de remédios. Acordo cheia de dores quando abro os olhos vejo Dani. Olho em volta sem entender bem e vejo que estou em um hospital.
- Perola? O que aconteceu? Onde eu estou?
Passo a mão na barriga, não sinto ela, minha barriga está menor. Tenho uma sensação de vazio que quase me faz apagar de novo. Entro em desespero.
- Amiga calma, por favor... você sofreu um acidente, e...
O medico entra na sala me olhando:
- Oi Olivia, meu nome é William, você sofreu um acidente há 3 dias, fizemos um parto cesariana em você de emergência, porém sua bebê não resistiu e ontem ela veio a falecer. O impacto que você sofreu no acidente acabou precionando de mais sua barriga, com isso criou-se hematomas nela. Fizemos de tudo mas infelizmente ela era muito pequena e nao resistiu.
- Não, Nãooo mentira por favor fale que é mentira....
Sinto dores enormes com a força do choro. Tentava me contorcer de dor e não conseguia. Eram dores físicas na barriga, braços e pernas mas que não se comparavam à angustia que me devorava.
Dani tenta me consolar.
- Amiga eu sei que é difícil mas se acalma. Eu estou aqui com você. Me perdoa por tudo que te disse, eu estou aqui para te ajudar sempre , vamos superar isso.
Eu não queria superar. Eu queria sentir aquela dor, eu queria sentir minha filha. Eu queria sofrer em respeito a ela.
Horas depois comecei a tomar o controle novamente do meu corpo, voltando a mim aos poucos. Dani ainda está comigo.
- Dante sabe do acidente?
- Ainda não. Tentei ligar pra ele mas não me atendeu. Acredito que ainda não sabe.
- Deve estar com Cristina.
Eu tento levantar mas sinto muito dor.
- Cristina, preciso sair daqui o mais rápido possível. Não quero ver o Dante nem a Cristina. Preciso sair daqui.
- Olivia não! Você tem que se recupera. Não vai sair daqui!
- Preciso sair. Vou embora. Nao quero que o Dante me veja entende? Me empreste seu telefone...
Eu ligo para uma tia que mora em Gramado,
- Oi tia, tudo bem? É a Olivia. Preciso muito da sua ajuda.
Enquanto explico tudo para ela, as lágrimas rasgam meu rosto principalmente ao lembrar de minha pequena.
Ela me diz para ir pra casa dela. Ela trabalha na casa de um milionário e na propriedade tem uma casa para os empregados. Com o endereço em mão agradeço muito e desligo.
- Amiga tem certeza? Pode ficar na minha casa, eu te ajudo em tudo.
- Amiga, não posso.Preciso ir embora. Dante nunca me deixaria em paz. Cristina iria me infernizar e até fazer você ficar com raiva de mim novamente Eu preciso ir e ficar o mais longe possível e reconstruir minha vida. Mas vou te pedir um favor.
- Claro, o que você precisa?
- Me leve até minha casa, preciso pegar algumas coisas que estão lá. Vai ser bem rápido, Preciso sair daqui sem o médico ver e preciso de uma medicação forte para eu não sentir dor durante o caminho.
- Não amiga, eu te levo de carro, pode ser? Deixa eu te levar.
- Não! Se você souber onde estou o Dante pode descobrir. Melhor não. Eles têm que achar que estamos brigadas ainda, não quero eles em cima de você ok?
- Você tem certeza? Não tenho problemas com isso, eu preciso te ajudar.
— Amiga, já está ajudando muito. Eu te amo e assim que eu me estabilizar juro que dou notícias.
Dani usa sua influência mais uma vez. Conhece a família do médico toda, pega amizade com ele e assim consegue as medicações e a alta. Fico de longe olhando Dante sair de casa. Entro rápido para pegar algumas coisas e desligo as câmeras para que ele não saiba que eu passei por lá. Com tudo em mãos caminho até saída, pelo corredor, passando em frente ao quarto da Pérola. Isso me deixa muito mal e começo a chorar olhando as coisinhas dela , tudo estava preparado para receber minha filha. Perco as forças e sento no chão por alguns instantes. Angústia e raiva se misturam.
Foto da Internet.
Essa dor é incomparável. Isso é tudo culpa minha. Quando eu passei a ser essa mulher frouxa? Tudo chegou até aqui por minha culpa.
- Nunca mais, filha, eu prometo! Nunca mais eu vou ser essa mulher! A partir de hoje ninguém me humilha! Homem nenhum vai fazer o que o seu pai fez comigo!
Dani me leva até o aeroporto. Com um pouco de dinheiro que peguei em casa consigo pagar uma passagem em cima da hora, o que me deixa quase sem nada.
Como estou recém-operada, tenho que andar devagar para não me machucar. Estou dopada de remédios para não sentir dor e até agora não sei como estou aguentando. Meus peitos começaram a encher de leite e vazar. Compro um protetor de seios para segurar e uma bombinha para retirar. Enquanto aguardo a hora do embarque faço a retirada de leite no fraldário do aeroporto. Isso dói muito. Mas a dor maior é ver as outras mães com seus filhos e saber que esses momentos eu não terei.
- Assim que estiver tudo seguro eu dou um jeito de te avisar ok? Fique tranquila vai dar tudo certo. Eu vou ficar bem. Eu te amo.
-Dani eu também te amo. Dê um jeito de me avisar se não vou colocar a polícia atrás de você! Se cuida.
Embarco no avião.
Chegando em Gramado recebo uma mensagem da minha tia.
"Filha, aconteceu algo terrível na família dos meus patrões, infelizmente não posso te buscar, vou te enviar a localização entre no portão de trás. Te explico quando chegar. bjs"
Pego Uber e vou para o endereço que a tia Clara enviou. Quando vou chegando perto do Condomínio super chique que minha tia trabalha me deparo com um monte de repórteres. Fiquei até assustada e preocupada. Passamos por eles e vou no portão dos fundos como minha tia disse. Avisto minha tia Clara de longe. Ela corre e me abraça forte e eu me derramo em lágrimas.
- Eu perdi ela tia... Eu perdi.
- Calma meu amor, calma. Calma. Vamos para dentro, vou fazer um chá para você se acalmar.
- Era reconfortante ter alguém da de confiança pra poder conversar. Minha tia me lembrava muito minha mãe. Sua voz, seus trejeitos, a forma como arrumava o cabelo.
- Oh meu amor, eu sei da sua dor, é terrível, mas a culpa não é sua. Deus permitiu assim, que assim seja. Você está aqui e agora, eu vou cuidar de você. Precisa se recuperar está toda machucada recém-operada. Descansa.
Passam 2 dias em que durmo muito e penso que tirei forças de onde não tinha para chegar até aqui. Quando percebi estar num lugar seguro eu descansei. Minha tia estava aflita parece que um dos patrões dela faleceu, não entendi direito por conta das dores e ela tentava evitar deixar transparecer para não me causar mais preocupações.
- Bom dia princesa, tudo bem?
- Tudo bem tia, obrigada! Está tudo bem tia, parece aflita?
- Estou preocupada. Meus patrões são jovens e eram muito felizes. Há um tempo atrás a senhora Amanda quis muito ter filhos, porém o médico alertou que se ela tivesse filhos correria risco de vida. O senhor Sebastian não aceitou ter filho para não perder a esposa, porém ela engravidou mesmo assim. A gravidez foi de risco e agora no parto ela faleceu. O senhor Sebastian está sem consolo e não quer saber do bebê. O pai dele e a irmã estão a cuidar da bebê que nasceu linda, porém está a sofrer muito por conta da mãe. Sem o leite do peito ela ta ficando anêmica. Estamos todos preocupados com a situação.
- Nossa tia, que situação triste, que barra hein. E a bebê? Conseguiram banco de leite pra ela?
- Até conseguiram mas ela rejeitou e eles não sabem mais o que fazer.
- Eu aqui com tanto leite e o bebê a sofrer de fome e ficando doente, meu coração tá partido. Quanto sofrimento.
- Agora descansa mais um pouco, pode dormir. Toma o seu remédio.
Eu tomo remédio e volto a dormir, de longe escuto um choro de bebê.
- Perola! - acordo assustada.
Saio da casa. É tarde da noite e vejo a tia Clara com bebê no colo tentando dar mamadeira para o bebê. Eu me aproximo-me deles.
- Filha, volte pra cama...
- Essa é a bebê, tia?
- Sim, essa é a Ester... e essa é a Senhora Cecília, irmã do pai da Ester.
Ela me olha e vem implorando ajuda...
- Você é Olivia né? A sua tia me contou a sua história. Eu sinto muito pela sua perda e sei que não deveria pedir isso e eu entendo se você não quiser... Mas será que poderia dar um pouco de mama para minha sobrinha? Já tentamos de tudo e ela está com fome. Eu já não sei mais o que fazer. Ela sente falta da mãe, do pai...
Ela fala em lágrimas eu fico sem reação. Penso por alguns segundos para fazer o que ela pede. Tenho que deixar a minha dor de lado...
Pego a bebê no colo, sento numa cadeira no jardim e dou peito para a bebê. Não tinha feito isso ainda então não sei qual a posição mais confortável. Ainda assim ela suga forte o meu peito. Sinto uma dor terrível mas observo o rostinho dela de satisfação. Ela estava morrendo de fome e a dor até ameniza nesse momento. Sinto uma conexão com ela muito forte.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 84
Comments
Aline Priscila 🦋
que história!
2023-10-27
1
Angela Valentim Amv
Eita lasqueira , ela caiu na casa das pessoas que ela ajudou legal.
2023-10-19
0
Minha Opnião
Continua trouxa deveria limpar oo dinheiro e a casa
2023-04-27
0