13. A volta do magnata para casa

Sem avisar a ninguém que voltaria, o magnata pegou todos de surpresa, assim que chegou em casa.

Os comissários de polícia não se encontravam mais de plantão na residência. Daí, portanto, o homem não soube no mesmo instante, o caos familiar que havia ocorrido enquanto estava fora.

Governanta: Que bom que voltou, meu senhor!

Ahmed: Eu que o diga! … Que viagem desagradável e enfadonha essa de acabei de realizar. Mas onde se encontra minha bela esposa que não está aqui para me recepcionar? … Já sei! Não me responda! Deve estar no shopping do condomínio fazendo compras.

Governanta: Não, senhor! Infelizmente ela não está.

Ahmed: Ah, não? Então deve estar na casa dos pais! Ligue pra ela e avise que já cheguei!

Governanta: A madame também não se encontra na casa dos pais, senhor!

Ahmed: Ah não, e onde diabos minha mulher se encontra?

Governanta: Ao que tudo indica, a senhora Bella foi sequestrada.

Ahmed: Sequestrada?! Como assim sequestrada? E por que não me contou logo, mulher?

Governanta: Porque não esperava sua chegada, senhor. O delegado recomendou que avisasse quando estivesse chegando. Pois seria ele quem lhe daria a notícia.

Ahmed: Quer dizer que a polícia já está por dentro do caso e não me avisou nada.

Governanta: Tentaram avisá-lo dezenas de vezes. Mas o senhor estava incomunicável.

Ahmed: Eu? Incomunicável? Que idiotice é essa que diz, mulher? Mas… pensando bem! Peraí! … Aziz, seu abominável! Eu te mato, seu desgraçado!

O magnata subiu correndo as escadas da sala e foi até o quarto. Pegou uma valise e voltou também correndo.

Governanta: Para onde vai tão apressado, patrão? Mal chegou e já está saindo de casa.

Ahmed: Isso mesmo! Estou indo recuperar, por bem ou por mal minha essa.

O homem entrou no carro e seguiu para o aeroporto. No entanto, enquanto dirigia, nem se lembrou de avisar ao piloto do seu jatinho particular, que reabastecesse a aeronave e que estivesse pronto para que regresassem ao país que tinham acabado de voltar.

Ahmed não contava, porém, que em tal momento o jatinho passava por manutenção e que seu piloto não teria condição de realizar outra viagem tão longa em tão curto espaço de tempo.

Ahmed alugou então uma aeronave de terceiros, sendo que chegou até a embarcar, entretanto o piloto do jato foi impedido de levantar voo. Isso porque, de repente, três agentes de investigação apareceram no interior do táxi-aéreo e um deles dirigiu-se ao magnata.

Delegado: Senhor Ahmed Nabih! Queira nos acompanhar à delegacia, por gentileza! Nesse momento, o senhor está sendo apontado como o principal suspeito do desaparecimento da senhora Bella Stein.

Ahmed: Eu? Suspeito pelo desaparecimento da minha esposa? Mas como assim? Se sou o principal interessado que ela apareça.

Delegado: Não é o que a situação sugere! O senhor mal chegou à cidade e já está de partida. É uma atitude muito suspeita, não acha?

Ahmed: Está bem, senhor delegado, o acompanharei até a delegacia. Mas lhe digo logo. Não tenho nada a ver com o sumiço de minha querida esposa. Sendo que, nesse momento, estava justamente indo em busca dela.

Delegado: Não gaste agora suas palavras. Terá tempo de sobra para nos contar todo o caso.

No caminho até a delegacia, o magnata sentiu curiosidade por saber como os comissários ficaram sabendo da sua chegada, pois o próprio não havia comunicado nem aos familiares nem aos amigos que havia voltado.

Ahmed: Como ficaram sabendo que eu já estava de volta?

Delegado: Simples! A torre de controle do aeroporto estava de sobreaviso. Daí, portanto, nos avisaram.

Assim que pisou na delegacia, o magnata, "aéreo", lembrou-se de chamar um dos seus advogados. Isso porque temia desperdiçar seu valioso tempo, prestando depoimento a um presunçoso agente e assim adiar o seu acerto de contas com o trapaceador Sheik.

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