O Acidente
Erica
Desembarco no Aeroporto John F. Kennedy, no Queens. Passo pelo portão de desembarque e pego minha mala. Ainda bem que falo inglês fluentemente — afinal, saí dos Estados Unidos quase adolescente.
Estou animada e determinada. Já fiz várias pesquisas sobre o homem que destruiu a vida dos meus pais. Agora, preciso de um táxi. Reservei um quarto de hotel ainda no Brasil, espero que tenha dado tudo certo.
Quase chegando ao meu destino, um estrondo repentino me faz gritar. O carro freia bruscamente. Sinto minha cabeça bater contra o banco da frente, mesmo estando com o cinto de segurança. Alguém bateu no táxi.
— Ai... — murmuro, passando a mão na cabeça, sentindo dor imediata.
O motorista desce rapidamente. Faço o mesmo, massageando a têmpora. Ao olhar o carro que nos atingiu, vejo um veículo de luxo — chique e caro. Um homem desce, pedindo mil desculpas, visivelmente aflito.
— Você é um idiota?! — grito, já alterada. — É claro que não estou bem!
— Me desculpe, senhorita. — Ele tenta manter a calma.
O taxista observa o estrago no carro. — E agora, quem vai pagar por isso? Esse carro é meu meio de trabalho!
— Mil perdões, eu... acelerei mais do que devia — responde o motorista do carro de luxo.
— Claro! Vocês, ricos e poderosos, acham que podem tudo, né? — rebato com raiva.
— Eu não sou rico. Sou apenas o motorista.
— Ah, claro. Então a culpa é do seu patrão?
Não espero resposta. Caminho até o outro lado do carro e começo a bater no vidro do passageiro.
— Vai sair ou não? Vai deixar seu funcionário com esse problema? Covarde! Bunda mole!
Vou abrindo a porta quando, de repente, ela se abre. Um homem alto, de aparência fria — e absurdamente bonito — sai do carro. Seu olhar é de desprezo.
— O que foi que disse, moça? — Ele me encara com firmeza. — Sua mãe não lhe ensinou boas maneiras? Não pega bem para uma mulher falar com tanta grosseria. Esse temperamento explosivo não combina com sua aparência. E, francamente, insultar estranhos pode ser perigoso, não acha?
— E você quem pensa que é pra me dizer como devo agir? Rei da Inglaterra? — rebato. — O errado aqui é você! Seu motorista correu demais porque o senhor não queria se atrasar, não é?
— Já chega, garota! Você está me tirando do sério. Insolente e petulante.
— Como se eu me importasse! — cuspo as palavras. — Quero que você se exploda, seu babaca inútil. Não tenho medo de você!
Sem que eu esperasse, ele me segura pelo braço e me coloca dentro do carro. Tranca as portas. Tento abrir, mas está travado.
— Me solta! Eu vou te denunciar! Isso é sequestro, seu cretino! — grito, esmurrei o vidro.
— Vamos resolver isso logo — diz ele ao taxista. — Me passe o número da sua conta.
O taxista, confuso, faz o que ele pede. O homem transfere uma quantia generosa.
— Senhor... isso é muito mais do que o necessário.
— É o suficiente para o senhor se aposentar. Viaje, aproveite a vida. — Ele olha para o motorista. — Pegue as malas da jovem, vamos levá-la ao hospital e depois para casa. Sinto muito pelo transtorno.
As malas são colocadas no porta-malas. O homem entra novamente no carro. Assim que a porta se fecha, me jogo contra ele, desferindo tapas e empurrões.
— Me deixa sair! Eu vou gritar! — grito, descontrolada.
Ele ignora e diz ao motorista: — Dirija.
Alguns minutos depois, já numa área mais afastada da cidade, o carro para. O homem sai, dá a volta, abre a porta e me encara.
— Agora vamos conversar com calma.
— Eu não tenho nada pra conversar com você! — continuo gritando, dando mais tapas.
Ele então me segura pelos braços com força. Me debato ainda mais. Meus gritos aumentam.
E, num impulso inesperado, ele me beija.
O choque é instantâneo. Tento me soltar nos primeiros segundos, mas... algo dentro de mim vacila. O beijo é quente, invasivo, intenso. Perco o controle. Ele me puxa pela cintura e me beija com mais força. Meu corpo cede. Meus protestos somem.
No banco traseiro daquele carro de luxo, somos consumidos pela tensão explosiva daquele momento. Ele me possui ali mesmo, sem perguntas, sem palavras.
Sinto dor, pois ainda sou virgem. Mas não conto. Não revelo. Não naquele instante.
Na minha mente, apenas uma certeza:
Nunca mais vou vê-lo.
Nova York é enorme. Quais as chances de cruzarmos novamente?
Aparentemente... nenhuma.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Vó Ném
Com certeza terá bebê no forninho!!
2025-06-11
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sara Rocha
taporra
2025-06-18
0
Fatima de Souza
começando ler hoje eu depois desse beijo ele não vai conseguir tirar ela da cabeça ainda ela vai ficar grávida dele
2025-05-12
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