Afastando-se apressadamente do apartamento de Gerald, Diana já estava a caminho de casa. Não precisava pegar um transporte, pois sua casa não ficava muito longe do apartamento alugado de Gerald. A dor no peito parecia cada vez mais sufocante. A jovem de 24 anos bateu no peito repetidas vezes para aliviar a dor, mas sem sucesso.
"Por que tinha que ser assim?", disse Diana, chorando. As lágrimas que ela havia segurado antes agora caíam novamente. Sim, ela não era tão forte assim. Pelo menos, seu coração não era tão forte quanto seu físico. Diana ainda era uma garota como a maioria. Ainda se sentia arrasada quando o amor a traía e terminava de forma tão triste.
Sentindo que não conseguiria continuar trabalhando em uma situação tão devastadora, Diana teve a iniciativa de pedir permissão ao chefe de cozinha para não ir trabalhar naquele dia. O chefe de cozinha chegou a perguntar o motivo, e Diana foi forçada a mentir, dizendo que não estava se sentindo bem. Felizmente, o chefe de cozinha era uma pessoa muito compreensiva. O homem que logo se aposentaria deu permissão e pediu para Diana voltar a trabalhar quando estivesse realmente em forma.
Depois de colocar o celular de volta na bolsa de ombro, Diana voltou a caminhar em direção à casa herdada de seus pais. A garota queria se jogar rapidamente em sua cama, que não era muito macia, mas era capaz de lhe dar tranquilidade. Ela só queria dormir o dia todo. Até que a dor no coração melhorasse gradualmente. Mesmo que não curasse completamente, desde que não estivesse tão devastada, já seria mais do que suficiente para ela. Afinal, não há grande ferida que não deixe cicatrizes, certo?
No meio do caminho, Diana encontrou uma velha vendedora de livros antigos que parecia quase desesperada porque ninguém se importava com ela. A velha abordou repetidas vezes as pessoas que passavam, mas ninguém tinha a intenção de comprar ou mesmo dar uma olhada. Além disso, nos dias de hoje, que jovens ainda se interessariam por livros antigos como aqueles? Especialmente quando já existem dispositivos inteligentes que podem fornecer informações ilimitadas em comparação com livros antigos cujo conteúdo é desconhecido. Incluindo Diana.
No entanto, o lado sentimental de Diana se sentiu beliscado. Era impossível ignorar uma velha tão cansada e lutando para ganhar o sustento. Depois de pensar por um momento, Diana tirou uma água mineral de sua bolsa e se aproximou da velha.
"A senhora quer beber?", ofereceu Diana, entregando a água mineral que acabara de abrir para a velha.
A velha sorriu. Ela ignorou a bebida que Diana ofereceu. Em vez disso, pegou um livro com capa verde e entregou para Diana.
"O-o que é isso?", perguntou Diana, sem jeito, porque não estava preparada para ser presenteada com aquele livro não muito grosso.
"Aquele livro finalmente encontrou seu dono. Compre-o, minha filha! Você e o livro estão destinados a se encontrar."
"Desculpe, vovó! Mas eu não gosto muito de livros", recusou Diana gentilmente. Ela ia devolver o livro, mas a velha recusou.
"O preço é apenas um dólar, minha filha! Por favor, compre! Este livro combina muito com você. O nome da protagonista é o mesmo que o seu, Diana."
"A senhora sabe meu nome?", perguntou Diana, confusa.
"Claro. Está no chaveiro da sua bolsa", respondeu a velha, rindo.
Diana coçou a nuca, que não estava coçando. A velha estava certa. O nome Diana Steel estava claramente exibido no chaveiro retangular de sua bolsa de ombro.
"Mas, vovó...",
"Acredite! Você e o livro são feitos um para o outro. Leia até o fim e você encontrará algo que procura há muito tempo."
Diana pareceu hesitar. Um dólar não era uma quantia muito grande. Além disso, sua intenção não era ajudar a velha? No final, Diana comprou o livro.
"Lembre-se, leia até o fim para saber como lidar com seus problemas", avisou a velha antes que ela e Diana se separassem.
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À noite, Diana não conseguia dormir. Já era uma hora da manhã e suas lágrimas ainda não haviam parado. Na tarde anterior, Vanya veio buscar suas coisas. Claro, Diana não deixou nada para trás. Todos os pertences daquela traidora já haviam sido embalados em uma mala e jogados para fora assim que a dona chegou para pegar.
Não houve resistência significativa. Vanya apenas permaneceu em silêncio sem se importar com o comportamento rude de Diana. No entanto, o que era surpreendente para Diana era que não havia um pingo de remorso nos olhos de Vanya, mesmo tendo destruído os belos sonhos de sua melhor amiga de forma tão consciente. Ela se afastou com passos firmes. O canto de seus lábios até se curvou sarcasticamente quando Gerald veio buscá-la no quintal da casa de Diana.
Constantemente pensando na traição de Gerald e Vanya, Diana se levantou e pegou um copo de água na mesinha de cabeceira. Ela bebeu tudo até o fim e deitou-se novamente, olhando para o teto. De repente, a imagem do livro com capa verde passou pela mente de Diana. A garota se levantou novamente. Moveu-se para pegar o livro que estava em sua bolsa de ombro da tarde e sentou-se encostada na cabeceira da cama enquanto lia o conteúdo do romance.
Em linhas gerais, o romance contava a história de uma princesa que, desde que nasceu, foi rejeitada por seu pai, que era um rei poderoso. Não apenas porque era considerada a causa da morte da rainha ou de sua mãe biológica ao dar à luz, mas também porque não possuía nenhum poder mágico, como a linhagem do rei. A garota foi continuamente rejeitada por 24 anos, até que um rei de outro país invadiu e tomou seu reino. De acordo com o acordo, o rei notoriamente cruel ainda permitiria que o pai da princesa governasse sob a supervisão de seu poder. E a princesa rejeitada era obrigada a se casar com o rei invasor. O casamento durou apenas um ano. O relacionamento deles não teve nenhum desenvolvimento. Até mesmo uma terceira pessoa, que era a prima da própria princesa, começou a incomodar e ameaçar sua existência.
O ponto culminante foi que, certa noite, a princesa foi acusada de ter dormido com outro homem. O mentor por trás da acusação foi a própria tia e prima da princesa. A princesa, que sempre teve medo de seu marido, foi incapaz de se defender. Ela só pôde se resignar, mesmo quando foi condenada à decapitação pelo próprio marido. Dor, sofrimento e destruição. Essas emoções pareciam permear Diana ao ler o final da história. Ela se sentiu inaceitável. Mesmo que fosse apenas uma história, Diana não aceitava que a princesa, que tinha um nome parecido com o dela, só pudesse se resignar por toda a vida.
"Você deveria ter lutado, Di! Não ficar se resignando assim", sussurrou Diana, fechando o livro. "Se eu fosse você, eu não ficaria em silêncio. Eu daria uma lição nessas duas cobras e faria aquele imperador cruel se ajoelhar aos meus pés."
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Sentindo que a luz do sol começava a incomodar seus olhos ainda fechados, Diana finalmente teve que acordar. Ela ignorou a dor de cabeça. Sabia que tudo isso era consequência da falta de sono e de chorar a noite toda. Diana até sentia que suas pálpebras estavam coladas. Era difícil até mesmo abri-las.
"O que é isso?", murmurou ela com os olhos piscando algumas vezes. Talvez por causa do efeito de olhos inchados, tudo em seu quarto parecia estranho. Até mesmo seu quarto parecia muito maior. Quanto mais ela olhava com seus olhos inchados, mais coisas estranhas ela percebia.
Havia algumas pessoas passando com roupas de empregada doméstica em forma de vestidos com blusas brancas e saias pretas na altura do joelho. Havia também um lenço preto na cabeça. E estranhamente, ao ver Diana abrir os olhos, elas se curvavam em sinal de respeito como nos filmes de realeza que Diana costumava assistir.
"Parece que terminar um relacionamento me fez ter alucinações", disse Diana, rindo baixinho.
"Vossa Alteza Princesa Diana já acordou?", perguntou uma das mulheres que se aproximava dela.
"Vossa Alteza Princesa Di-ana?", perguntou Diana com um olhar incompreensível. E...
"Onde estou? Quem são vocês?", gritou Diana com medo ao perceber que tudo ao seu redor havia mudado completamente. Este não era seu quarto. De forma alguma.
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Atualizado até capítulo 101
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