Doença

...Solange...

Mais um dia de trabalho na cozinha do Ilusions, a manhã passou feito foguete, quase não deu tempo de fazer todas as preparações pro almoço, o chef Alan tava bem nervoso hoje. A hora do almoço também é uma loucura.

Os pratos precisam sair com perfeição da cozinha, aqui atendemos os hóspedes e clientes externos, a maioria desses clientes são empresários ricos, ai quem me deram ter um restaurante só meu pra atender essa clientela bem cara.

Quando passa a hora do almoço é que os cozinheiros finalmente podem almoçar, vamos saindo de 3 em 3 pra não sobrecarregar a cozinha. Tem uma mesa no fundo do restaurante e almoçamos por lá.

Sempre tiro o meu turno com a Inês e o Caio, eles são os meus melhores amigos aqui no hotel. A Inês é chefe de partida, ela é responsável pela produção das carnes em geral que é praça onde eu atuo, então ela é minha superior e amiga.

O Caio ainda é auxiliar de cozinha, mas ele é um ótimo cozinheiro, acredito que ele vai crescer rápido aqui, tanto pela capacidade como pela boa lábia dele.

— Ai que dia viu meninas. — Caio se sentou reclamando. — Tô arrasado de cansado, e a Paula hoje me fez cortar um milhão de cebolas, aquela jararaca.

— Fica aí falando mal dela que aquela lá tem ouvido de tuberculoso. — Inês falava rindo.

Paula é a chef de partida da praça de caldos e molhos, é onde o Caio atua, ela é uma pessoa bem difícil de lidar.

— Não vejo a hora de virar cozinheiro, quero ir pra praça de sucos e saladas. — Caio suspirava e sabíamos bem o porquê.

— Isso por causa do Lucas né, bicha assanhada! — Brinquei.

O Caio é apaixonado pelo Lucas, eles fizeram faculdade juntos, e por coincidência vieram trabalhar na mesma cozinha, só que o Lucas é cozinheiro e o Caio ainda é auxiliar.

— Claro né, um dia ele ainda vai me ver como mais que um amigo. — Ele falava olhando distante, imaginando a vida com o Lucas. — E eu vou estar prontinho pra dar todo meu amor!

— Ai iludido, o Lucas é super hetero top, desapega amigo. — Inês estalava os dedos pra trazer o Caio de volta a realidade.

— Não consigo, eu amo ele. — Falou sendo dramático.

— Ai amigo, desencanta viu, assim você não sofre. — Falei.

— Vamos mudar de assunto, antes que ele chore. — Inês falou e não consegui segurar o riso. — Conta da viajem amiga.

— Foi perfeita demais, eu amo Abarema, e o chalé que o Dan alugou, era rústico e elegante sabe, com ofurô, uma delícia. — Falei sorrindo.

— Ai eu sou louco pra trans@r no ofurô, deve ser top demais. — Caio falou empolgado.

— É muito top! — Sorri.

— Ai gaiata, e com a delícia do Danilo hein! — Caio se assanhou.

— Fecha a cara Caio. — Brinquei. — Crescendo o olho pro Danilo.

— Ai amiga, desculpe, me empolguei.

— Ta bom, mas o chato foi ontem, quando voltamos o Dan veio com uma conversa de que eu não queria ficar com ele, que tava enrolando com a questão do casamento. — Revirei os olhos.

— Vixe e você falou o quê? — Inês me hou preocupada.

— Disse que não tava enrolando, mas eu só vou casar quando puder ser como eu quero. — Dei de ombros.

— Ta certíssima amiga. — Caio aplaudiu. — Se ele quer casar, ele que lute pra te ter.

— Mas e se ele cansar de lutar? — Inês falou e a olhei incrédula.

— Ta maluca Inês? O Dan me ama. Ele nunca vai desistir de mim. — Falei com toda certeza. — E eu vou ter o que eu quero.

— Arrasou Sol. — Caio falou ainda batendo palmas.

Quando estavamos conversando o meu celular tocou.

Boa tarde senhorita Solange, aqui é do hospital de Cassolândia. Sua mãe deu entrada aqui a poucas horas e precisa que um familiar venha aqui preencher a ficha e receber o boletim médico dela. — Eu mal podia acreditar no que ouvi.

— Minha mãe? Mas o que houve? Ela está bem? — Eu estava super preocupada.

— Conversamos aqui no hospital. Estou no aguardo. — Desligaram.

— O que houve, você ta pálida! — Inês me olhava aflita.

— Minha mãe tá no hospital. E eu não sei o que aconteceu. Tenho que ir pra lá. Vou ligar pro Dan. — Ligo pro Dan e ele vem me buscar, peço licença ao Chef Alan e explico o que ocorreu. Assim que o Dan chega vamos ao hospital.

No hospital

— Boa tarde senhor e senhorita. — O médico nos recebeu.

— Boa tarde, doutor, o que houve com a minha mãe? — Perguntei bastante nervosa.

— A senhora Sandra está com uma inflamação intestinal, não tratada, parece que já faz meses que ela sente dores, mas não veio ao médico. E hoje ela teve uma grave crise com dores intensas.

— Minha mãe com inflamação? Mas ela não me disse nada. Ela teve dores outro dia, mas disse que comeu algo que não a fez bem. — Eu estava super perdida.

— Bom, não é tão simples, realizamos alguns exames e parte do intestino está comprometido. Precisamos realizar mais alguns exames e fazer uma cirurgia para remover a parte inflamada. — Quanto mais o médico falava mais nervosa eu ficava.

— Ai meu Deus, ela corre algum risco doutor?

— Não se agirmos rápido. Ela tem plano de saúde?

— Não, a empresa onde trabalho só permite colocar marido ou filhos como dependentes no plano de saúde. Ela faz as consultas pelo SUS. — Eu estava mega nervosa.

— Vamos solicitar a cirurgia no SUS então. Mas já adianto que vai demorar bastante, a fila do SUS está imensa pra cirurgias intestinais. Pode levar meses.

— Meses? — Aqui eu já estava prestes a surtar.

— Infelizmente, vou ver o que posso fazer.

— E se fosse pagar, quanto seria? — Perguntei já com medo da resposta.

— Bom, o tratamento completo seria cerca de 50 mil reais.

— Minha nossa, isso é muito dinheiro. — Agora sim eu estava desesperada. O que eu poderia fazer?

— Vou adiantar a solicitação junto ao SUS.

O médico sai e eu fico em choque, e agora? A minha mãe não pode ficar aqui esperando meses pela cirurgia, ela precisa fazer com urgência. Eu entro em desespero e começo a chorar.

— Calma amor, a gente vai dar um jeito. — Dan tenta me acalmar.

— Que jeito Dan? — Eu estava quase gritando. — Eu não posso perder a minha mãe. Isso deixa muito claro que quando eu falo que não ter dinheiro é horrível, eu não tô sendo fútil. Se tivéssemos dinheiro agora a minha mãe já estaria indo pra mesa de cirurgia. Mas não temos nem 1 real sequer, e a minha mãe pode morrer por isso.

— Muita gente não tem dinheiro Sol, a gente vive muito melhor que a maioria da população, sua mãe vai ter um bom tratamento, a gente vai dar um jeito. — Ele continuava falando de uma maneira calma.

— Que jeito? Me fala! — Fui grosseira.

— Eu tenho um dinheiro guardado. O dinheiro do nosso casamento, tenho cerca de 30 mil. Podemos tentar ver o restante, com empréstimos. — Ele falou e na hora meu coração se encheu de esperança.

— Será que a gente consegue?

— Vamos tentar Sol. A Sandra precisa do nosso apoio.

Eu e o Dan decidimos tentar, vamos fazer uma corrida pra conseguir o dinheiro que falta pra salvar a minha mãe.

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Comments

Nalú Faria Machado

Nalú Faria Machado

bom agora vamos ver como vai ficar agora com a mãe precisando ser operada as pressas

2022-09-17

4

Maria Lúcia Souza

Maria Lúcia Souza

gostando da história, falta desenrolar, ver o que vai acontecer.

2022-08-06

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