Capítulo 4

ETHAN JOHNSON

A senhorita Maria Luísa era muito insolente, mas a mulher sabia ser linda viu?! Trajada naquela roupa justa e ao mesmo tempo cumprida, dava um ar de mistério e ao mesmo tempo muito sexy, instigava qualquer imaginação.

E naquele momento ali, eu já sabia que a minha avó seria um grande problema em relação a Maria Luísa, ela iria atormentar a minha mente com isso. Mas a sua insolência era tão grande que eu não poderia me conter em não responder de maneira grosseira aquela mulher.

— Vó, a senhora precisa parar com essas coisas — eu falava enquanto a conduzia até o seu apartamento

— Você que precisa parar com isso — ela me olhava furiosa — falta de educação não foram um dos princípios ensinados a você — ela falava sério — então, trate de melhorar essa sua cara de bunda e passe a tratar pelo menos com educação as pessoas e principalmente as mulheres — ela respirou fundo — a Malu parece ser uma boa menina

— Não estou a procura de par romântico — eu olhei para cima — estava precisando apenas de uma secretária

— não justifica a sua grosseria com a menina, educação não tem nada a ver com par romântico — ela abria a porta de casa — agora vá para a sua casa e pense nisso

— Não vai tomar café comigo hoje? — eu a olhei surpreso

— Não — ela falava sério — Estou chateada com você

— Mas vó — a olhei

— Até amanhã Ethan — e fechou a porta na minha cara

Não sabia que a minha avó se importava tanto com a Maria Luísa a esse ponto, fiquei surpreso com a sua reação, ela nunca negou um café comigo e hoje realmente ficou chateada, será que eu peguei pesado?.

Em meio aos pensamentos, dei as costas e fui seguindo para o elevador. Só ouvi um barulho de um jarro caindo e quando olho, não sei porque não me surpreendi, a Maria Luísa havia se esbarrado no jarro enorme que tinha próximo ao elevador.

— Não consegue enxergar um palmo a sua frente — me aproximei dela

— Eu estava distraída — ela revirou os olhos

— Espero que não seja assim com o seu trabalho também — dei a mão para ela levantar

— Nem ajudando o senhor consegue não ser grosso né? — ela disse em um tom irritado segurando a minha mão

— Só falei a verdade, preciso preservar o meu espaço de trabalho — dei de ombros e a puxei

Acho que puxei com muita força, porque ela foi arremessada para o outro lado, rapidamente a segurei pela cintura para que não pudesse cair. Fiquei tão próximo a ela que eu pude sentir o seu perfume, aquele cheiro maravilhoso que senti pela primeira vez no parque. Sua cintura era fina e seu cheiro inebriava a minha mente, ela em um pulo saiu dos meus braços se recompondo dos tombos rapidamente.

— Desculpa senhor — ela abaixou a cabeça, ajeitando a sua roupa e nesse momento o elevador abriu — ainda bem — ela falou num impulso

— tudo bem — eu sabia que dessa vez, realmente a culpa não foi dela

O silêncio tomou conta do elevador e eu nunca pensei que pudesse ser tão demorado até o térreo, assim que chegamos e o elevador abriu as portas, ela saiu correndo sem ao menos se despedir de mim. Fui para casa com aquele perfume tragado em minhas narinas e aqueles olhos verdes em minha cabeça, como pode ser tão insolente assim e eu perdido em sua imagem? Uma diaba que chegou para atormentar a minha mente. Ah por favor né Ethan, uma vez não foi o suficiente para você aprender?

Saí do elevador em passos lentos, fui até o meu carro e fui para a casa. No caminho fui pensando em como os meus dias seriam turbulentos, eu que gostava tanto de calmaria, tive a pessoa mais turbulenta, agitada e de uma lingua afiada, como minha secretária particular. Acho que cometi algum erro grave na encarnação passada e tô pagando isso, nessa encarnação. Porque não é possível que a Luana tenha contratado a pessoa que é absolutamente o meu oposto, para trabalhar diretamente comigo.