capítulo 5

Após constatarem que o Sr. Miguel irá ficar bem, Pedro e Diana decidem ir embora e deixá-lo descansar.

Na manhã seguinte, Henrique se dá conta de que não dormiu em sua casa ao acordar atordoado e com muita dor de cabeça.

— Onde eu estou e como eu vim parar aqui? (ele se pergunta e, aos poucos, vai percebendo que o lugar não é estranho).

David: Bom dia, dorminhoco! (fala após ter dormido no outro sofá da sala e percebendo que Henrique está acordando).

Henrique: Bom di..a David, como eu vim parar aqui? (fala colocando a mão na cabeça por causa da dor).

David: Eu te trouxe, fui pegar você em um bar ontem a noite, você não lembra?

Henrique:_ Em um b...ar? como assim, o que eu estava fazendo em um bar?

David: Então você realmente não se recorda do que aconteceu?

Henrique: O que acont...

De repente as palavras da Lorena surgem como flash em sua cabeça.

Henrique: É sério mesmo que aquela desalmada sem coração descartou o nosso amor como um pedaço de papel e partiu como se nada tivesse acontecido? por um momento achei que tudo não passasse de um pesadelo...

David: Sim, cara é verdade e eu lamento muito por isso, mas o que você tem que fazer agora é tentar esquecer de tudo o que aconteceu e seguir com sua vida!

Henrique: Mas como David? o que faço para arranca-la de vez do meu coração, agente estava de casamento marcado e eu jamais imaginei que a Lorena fosse me deixar assim (fala com uma enorme tristeza em seu olhar)

Eu juro que hipótese alguma vou amar outra pessoa como eu amei a Lorena.

David: Mas você precisa deixar no passado tudo que viveu ao lado dela meu amigo, não se feche para o mundo e logo encontrará outra pessoa que te ajude a curar todas as feridas.

Henrique: Escuta aqui, David eu jamais vou me comprometer com outra pessoa, tá ouvindo? a partir de hoje aquele Henrique romântico, atencioso e carinhoso que existia morreu, evaporou não existe mais, Eu juro que deste dia em diante tudo vai ser diferente, quero apenas curtição, diversão, pegar e largar... não irei me afeiçoar a mulher alguma e sentimento meu amigo não vai existir; se é de Canalhice que elas gostam é isso que elas vão ter, entendeu?

David: Calma meu amigo, você está nervoso, precisa de um tempo pra assimilar tudo e esfriar a cabeça!

Henrique: E como não estaria David? Depois do idiota que eu fui!

Eu sei que é difícil parceiro mas, em breve essa dor vai passar, dê tempo ao tempo e ele lhe curará todos as feridas, acredite! (David fala colocando a mão em seu ombro).

Henrique: Tomara David, porque neste momento em minha vida não vejo sentido algum. (fala Henrique se levantando e indo em Seguida ao fazer sua higiene).

Ele lava o seu rosto, escova os dentes, faz o uso de um analgésico e toma um banho pra ver se cura a ressaca.

De volta a sala eles conversam por mais um tempo:

David: Ainda não consigo assimilar tudo o que aconteceu, Você a tratava tão bem até patrocinou a carreira dela no mundo da moda!

Henrique: Nem eu, tudo que fiz foi por amor achando que ela sentia o mesmo por mim, me decepcionei mas enfim vida que segue!

David: É assim que se fala parceiro, logo você dará a volta por cima.

— Cara é melhor você ir, sua mãe ficou bem preocupada com você ontem a noite!

Henrique: Putz, meus pais devem estar pirados sem saber onde estou!

David: Eu avisei a sua mãe que você está aqui, ela ficou mais tranquila, mas você sabe como são as mães né? Com certeza ela continua preocupada!

Henrique: Você tem toda razão, é melhor eu ir, e valeu por tudo meu amigo!

David: Imagina, o que é isso? somos irmãos.

Henrique: Onde estão minhas chaves? aliás, onde está meu carro?

David: Está na garagem, eu peguei um Uber pra te buscar e voltamos no seu carro ontem. (fala enquanto joga as chaves para Henrique)

— Nossa, você não existe! Obrigada pela força parceiro! (fala Henrique segurando as chaves).

David: Fica me devendo essa! (fala sorrindo).

— Com certeza! (Henrique responde com um sorriso frio e sai).

No hospital Sandy finaliza seu plantão se despedindo de sua equipe de amigos e colegas de trabalho:

Sandy: Obrigada pela força pessoal, até breve!

Todos: Até, doutora!

Ela entra no quarto número 05, pega seu Esfigmomanômetro e percebe que o senhor Estevão um senhorzinho bem ranzinza acordou.

Sandy: Bom dia para o meu paciente preferido!

Sr.Estevão: Todos os seus pacientes são preferidos!

Sandy: Sim, mas nenhum é igual ao senhor!

Sr. Estevão resmunga.

Sandy: Já estou de saída, mas nos veremos em breve.

Sr. Estevão: Já deveria ter ido.

Sandy sai dando risadas. De todos os seus pacientes, ele é o único que não costuma ceder.

— Nossa, que sorriso é esse? nem parece que passou a noite inteira trabalhando, como faz para ter esse bom humor? outros em seu lugar estariam estressados por causa do cansaço! (Pergunta alguém se aproximando da porta).

Sandy: O segredo é trabalhar no que gosta e não por obrigação, mas por amor ao que faz! (ela responde carismática, continuando seus passos).

Ela caminha até seu veículo e dirige rumo a sua casa, durante o percurso novamente os caminhos da Sandy e do Henrique se cruzam...

Sandy: Ah, só pode ser brincadeira, esse filhinho de papai de novo? pensa ao reconhecer o carro do Henrique.

Henrique, no entanto, não percebeu nada ao seu redor pois sua cabeça estava pesada e longe, ele continua distante até que chega em sua residência, estaciona o carro no pátio e entra.

— Bom dia filho, como você está? (Pergunta Pedro ao vê-lo)

Henrique: Bom dia pai! Estou bem. (responde desanimado percorrendo o olho por todo o ambiente).

— Está tudo bem por aqui?

Pedro: Está sim!

Diana sabendo que ele é muito apegado ao avô vai até ele e fala pegando em sua mão:

— Vem filho, senta com aqui, vamos tomar café juntos.

Henrique: Eu fiz uma pergunta. Porque ninguém me responde? Onde está o vovô? (Pergunta novamente já com ar de preocupação).

Pedro: Calma filho, sente-se!

Henrique rapidamente se senta ao falar:

— Ok, Já estou sentado agora, vocês podem me responder?

Diana e Pedro olham nos olhos um do outro e Diana decide falar:

— Meu filho, seu avô, sofreu um infarto ontem a noite e está internado no hospital Albert Einstein mas não....

— O que? como assim? Porque ninguém me disse nada? (fala Henrique em estado de choque interrompendo a fala da sua mãe).

Pedro: Filho nós ligamos várias vezes pra você mas, o seu celular só chamava e depois de um tempo entrava direto na caixa de mensagem.

Henrique: É que eu...

Diana: Nós já sabemos, o David nos contou que você e a Lorena terminaram.

Henrique: Sim! responde com tristeza e ao mesmo tempo preocupado.

— Mas e o vovô como ele está? ele vai sobreviver pai? Me diz que eu não vou ficar sem ele porque eu não aguentaria. (pergunta aflito)

Diana: Seu avô está bem querido, graças a Deus ele está fora de perigo agora.

Henrique: Eu quero vê-lo, estou indo ao hospital agora mesmo! (fala levantando- se da cadeira).

— Ainda não é horário de visitas Henrique, eles não vão te deixar entrar! (responde Pedro)

Henrique: Não importa pai, eu estou indo agora mesmo naquele hospital e não saio de lá sem vê o meu avô (fala já saindo às pressas) seus pais tentam conte- lo mas em vão.

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