A essa altura a discussão dos dois já estava sendo ouvida por toda a sala e era observada pelos alunos que se entreolhavam e cochichavam entre si, sem entender o que estava acontecendo ou quem eram aqueles dois.
O professor notou os murmurinhos na sala e então se virou para ver o que se passava, ele primeiro olhou para seus alunos e então seguiu o olhar deles e percebeu que todos olhavam pra uma mesma direção, o professor largou o pincel no quadro e andou até o meio da sala de onde conseguiu avistar a bancada no fundo da sala onde estavam Emilly e Leo.
O professor olhou para a cena perplexo, inicialmente por causa da briga deles, mas logo abaixou um pouco o olhar e viu o frasco que estava prestes a explodir sobre a mesa. O professor arregalou os olhos por um instante impressionado com aquilo, em seguida correu até lá.
— Mas o que vocês estão fazendo!? — ele exclamou enquanto procurava desesperadamente pela mesa alguma coisa que pudesse usar para parar aquela reação do frasco, que até aquele momento já havia transbordado tanto que começava a escorrer pelo chão ao redor da bancada.
Emilly e Leo tiveram sua atenção tomada pelo professor e pararam de brigar, olhando os dois perplexos para o que estava acontecendo.
— Ai meu Deus… — Leo murmurou e olhou para Emilly.
Pela expressão no rosto dela estava claro que ela já tinha entendido o que sua brincadeirinha havia causado.
— Olha só o que você fez — Leo começou a dizer e Emilly retrucou imediatamente.
— Cala a boca. — ela disse e soltou o frasco sobre a mesa e tentou correr para sair dali, Leo percebeu que ela iria fugir, e como não queria se encrencar sozinho, foi atrás dela. Mas Emilly acabou escorregando no líquido espalhado pelo chão e levou Leo junto, os dois foram parar no chão.
— Alguém me ajuda aqui! — o professor disse tentando dar um jeito de parar a crescente espuma que saia do frasco, usando seu jaleco para tentar amenizar aquilo. Alguns alunos correram para ajudar e mesmo usando mais jalecos para cobrir o frasco, a espuma não parou de crescer e o frasco começou a esquentar demais.
Leo e Emilly tentavam se levantar, enquanto os outros alunos começavam um grande falatório.
Leo se levantou e foi ajudar Emilly a se levantar. O chão estava escorregadio e as roupas de Emilly estavam encharcadas da substância, já que ela havia caído bem sobre a poça do líquido.
— Vamos sair logo daqui! — Leo disse, ajudando Emilly a se levantar.
Enquanto isso, o professor percebeu que não conseguiria parar a reação química, então afastou seus alunos da bancada e começou a ordenar que todos saíssem.
— Vamos pessoal, saiam, saiam! Temos que esvaziar a sala o mais rápido possível!
Todos os alunos se dirigiam à saída o mais rápido que conseguiam, o que começou a causar certa confusão mas logo todos conseguiram sair, exceto Emilly e Leo que acabavam de perceber que a substância estava corroendo suas roupas.
— Ai meu Deus! — Emilly gritou assim que sentiu suas roupas esquentarem.
— Caramba, caramba, caramba! — Leo disse usando o jaleco para tentar limpar as calças, que foram as únicas que molharam com a substância.
Já Emilly estava com quase toda a roupa encharcada.
— Aah! Tira! Tira! Tira!— ela começou a gritar enquanto tentava desesperadamente desgrudar o vestido do próprio corpo, pois como estava molhado ficava colado à pele.
Depois de tirar todos os alunos da sala, o professor percebeu que os dois "problemáticos" não estavam lá fora e voltou imediatamente para dentro da sala.
Emilly gritava enquanto corria pela sala tentando se livrar do vestido, enquanto sentia o mesmo ficar cada vez mais quente.
Leo viu que não havia outra saída, então desistiu de enxugar a calça e começou a desabotoar a mesma.
Assim que voltou, o professor olhou para Leo e Emilly e parou um segundo para tentar entender o que estava acontecendo, ele olhou para a potencial bomba sobre a bancada e percebeu que estavam sem tempo, então correu até Emilly e segurou a mesma pelos ombros a fazendo ficar parada.
— Tira, tira, tira! — Emilly exclamou desesperada e o professor olhou para o vestido dela e logo deduziu o que estava acontecendo.
— Calma! Vai ficar tudo bem. — ele disse e virou a jovem para abrir o vestido dela e ajudá-la a se livrar daquilo.
— Tá queimando! — Leo disse terminando de tirar as calças.
— É uma reação química, pega um jaleco com alguém lá fora, rápido! — o professor respondeu e Leo obedeceu sem questionar correndo para fora da sala.
— Tá quente, quente, quente! — Emilly reclamou e o professor terminou de abrir o vestido e ajudou-a a tirar a roupa, em seguida ele jogou a peça de roupa longe.
— Eu preciso de um jaleco agora! — Leo disse assim que chegou na frente dos alunos, todos olhavam pra ele fixamente e então Leo percebeu que estavam surpresos pelo fato de ele estar sem calças, mas ele não tinha tempo para se explicar então ignorou os alunos e tirou o jaleco de um deles sem pedir permissão e em seguida correu de volta para a sala.
— Você tá bem? — o professor perguntou olhando para Emilly.
— Acho que sim. — Emilly disse depois de consentir com a cabeça.
Leo chegou com o jaleco e entregou para o professor.
— Ótimo, vamos sair daqui. — o professor disse vestindo Emilly com o jaleco.
— Essa coisa vai explodir? — Leo perguntou se referindo ao frasco sobre a bancada.
— É, acho que vai, vamos! — o professor respondeu conduzindo os dois rumo à saída.
Os três correram pra fora e assim que o professor fechou a porta o frasco explodiu, sujando a sala inteira. Os alunos do lado de fora olhavam impressionados para a vidraça que estava completamente manchada com o líquido e espuma da experiência. Conforme o líquido escorria pelo vidro, era possível ver mais claramente o estrago que havia ficado dentro da sala.
Emilly também olhava para a cena perplexa, e preocupada imaginando a bronca que levaria por causa daquilo.
— Acho que mesmo se eu tentar fugir agora, vai ser difícil me livrar dessa… — Emilly comentou e Leo que estava ao lado dela apenas concordou balançando a cabeça.
— É, a gente tá bem ferrado...— ele respondeu.
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