Fiquei deitada por uns cinco minutos. Quando me levantei logo senti um cheiro estranho no quarto, não era de Eytril... respirei fundo novamente e entendi que vinha de mim. Desesperada corri para o banheiro gritando para minha mãe, que já estava no pé da escada me chamando outra vez:
Yuki:
-Miaa!! Venha logo filha! O hambúrguer está esfriando!
berrei enquando fechava a porta do banheiro:
-ABSORVENTE!!
A escutei rindo com minha mentira. Quando me olhei no espelho lembrei que já havia retirado o curativo no banho, mas tomei um susto quando coloquei uma das minhas mãos na cova do meu pescoço e percebi que havia apenas as cicatrizes dos dentes Eytril; sem cortes ou sangramento mas então, de onde vinha este cheiro ruim? Para meu espanto, minha menstruação desceu...bem no dia que eu previ então, minha mentira acabou sendo verdade.
Será que foi esse cheiro que...Mas o que estou pensando? Eytril invade minha casa e eu estou aqui, pensando o por quê ele correu daquele jeito?!! Não gosto de ter minha paz perturbada, amanhã mesmo vou sair mais cedo e passar na delegacia antes da universidade.
Após um tempo depois de comer com minha mãe, coloquei meu capelo comprido de lado escondendo a cicatriz e ela não havia percebido, lembrei do livro da vovó que ganhei hoje de manhã e então subi de volta para meu quarto para ler. Me acomodei na cama depois de trancar a janela fechando a cortina e comecei a ler. Logo na primeira página minha vó escreveu:
"A magia é algo que não consigo entender muito bem. Desde que fui mordida na floresta aqui da cidade de MoonWolf, meus sentidos humanos parecem ter mudado. Sinto dores de cabeça forte em público pela audição que parece ter se aguçado bruscamente, sem falar nos cheiros por toda a parte e aquele... lobo. A marca da mordida arde toda vez que ele está por perto-
Continuei lendo, meus olhos se arregalaram quando li o final da página:
"Toda vez que ele me toca sinto a mesma marca intensificar os mais desejos profundos que tenho. Imóvel e impossível de jogá-lo longe."
Virei a página prendendo uma mecha de cabelo atrás da orelha e havia mais um único parágrafo:
"Seu nome era Rafael, eu sonho com um lobo cinza dormindo em baixo de uma cerejeira desde que me recordo. Hoje ele invadiu meu quarto mais uma vez... e me tomou para si. Senti febre, ela se elevava a autos graus e tudo a minha volta parecia mais claro e lerdo, como se minhas pupilas absorvessem tudo como o raio mestre de zeus..."
Levantei o olhar diretamente para a tapeçaria. Lembrei que minha mãe quardou todos os livros e objetos da vovó no pequeno sótão do lado de fora da casa. Eu não queria ir lá porque sabia que Eytril poderia aparecer atrás de mim me agarrando outra vez, decidi decer as escadas com a lanterna do celular e na minha própria teimosia, fui até a porta dos fundos na cozinha. Mas quando destranquei e abri a porta apenas um centímetro, as palavras da vovó se valeram e eu senti minha 'marca' arder.
Fechei a porta de prontidão e subi as escadas correndo, passei devagar e na pontinha dos pés em frente ao quarto da mamãe, entrei a saltos precisos em meu quarto e verifiquei a janela, ao olhar pelo vidro sem abrir toralmente a cortina... lá estava ele, o lobo preto com um único olho azul se destacando em meio a escuridão. Grande e peludo, ao me ver ele uivou tão forte, mas tão forte que algo dentro de mim se agitou com tanta força que me fez abrir a janela com tudo, apoiar as mãos no peitoril e uma vós fina, delicada e tão alta quanto a do lobo se libertou da minha garganta. Sim, eu uivei.
Susto. Medo. Confusão. Tudo em mim pedia, implorava e suplicava pelas mãos de Eytril e eu de alguma forma sabia que aquele lobo ali em baixo era ele; "Desejo.." pensei mas logo cortei os pensamentos por medo das lembranças dele. Eytril olhou diretamente para mim, parecia que ele podia ler minha mente. Fechei a janela rapidamente. Agachei na beira da cama e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, chorei por instantes em silêncio mas logo me lembrei que antes da mudança eu peguei o álbum de fotos da vovó e escondi na minha bolsa enquanto eu fechava a caixa com as coisas dela.
Mamãe nunca me deixava vê-lo e eu pensava que era porquê ela morreu uns dois anos antes do papai e isso a deixava triste. Quando nos mudamos para cá eu o escondi ainda embalado numa tábua solta em baixo da minha cama. Me arrastei para baixo da cama e o peguei sem fazer um ruído; a embalagem saiu em um puxão e logo na primeira foto que retirei estava escrito:
"Finalmente um sonho da realidade" Era a foto da parte de trás da minha casa, só que tinha uma serejeira enorme bem no meio do quintal. Nas próximas fotos, todas eram a vovó com o lobo cinza ou meu avô ao seu lado, eu automaticamente liguei os fatos e percebi tudo. Sempre procurei vestígios sobrenaturais, ainda mais porque em nossa familia existe uma crença que diz que as mulheres Matsumoto de todas as gestações se casaram com lobos, seram todas de magia e visão.
Guardei o álbum no lugar e resolvi me deitar. Tentei dormir mas logo quando peguei no sono, o despertador tocou e eu tive que me arrumar. Na cozinha minha mãe perguntou se eu queria carona, lembrei da delegacia e disse que não precisava ela tomou sua chicara de café matinal já muito bem arrumada e disse:
-Você está bem filha? parece que não dormiu nada...
Eu pensei em contar para ela, mas eu estava com sono e chateada por saber que ela me escondeu tudo sobre a vovó e ainda por cima mentiu para mim. Então eu disse:
-Fiquei estudando e perdi a hora mãe..
Minha marca no pescoço ardeu outra vez, fingi arrumar o cabelo e a cocei terminando o pão. Me levantei e disse:
-Tenho que ir mãe, até mais tarde.
Yuki:
-Tchal filha! Tem certeza que não quer que eu a leve?
Eu a observei com amor, apesar de tudo sei que ela deve ter seus motivos. Mas porque a final me trouxe para a casa que ela me queria esconder?
-Tenho mãe, eu gosto do ar da manhã!
Mandei um beijo para ela da porta e sai. Na rua, enquanto eu pedalava ouvi a voz de Eytril em minha mente enevoada pelo sono:
"Mia... ah Miaaa, quero devorá-la o mais rápido possível, minha Luna."
Pedalei o mais possível até a delegacia com ele ecoando em minha mente:
"-Corra...Corra...minha presa."
A vós dele sumiu. Meus cabelos estavam bagunçados e minha roupa tão amaçada que nem parecia mais um conjuntinho de shorts com uma peça Kimono. Eu estava sem ar, sentia desesperadamente que eu estava sendo observada o tempo todo. Parei minha bicicleta e escutei todas as vozes e sons ao meu redor, vieram de uma vez como se entrando de supetão e eu acabei tropeçando no meio fio e caindo com tudo no chão.
sentei e pensei, que eu deveria estar louca... era demais para ser real.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Mariana Velino
tá começando a ficar quente 🔥 essa história
2024-09-23
1
Ana
ele me parece um pouco psicopata
mas tudo bem
2024-05-02
2
Lucilene Palheta
poxa ele podia ser gentil , é bruto demais,ainda mais que ela não sabe de nada
2024-05-02
1