Capítulo 005

Narração: Leandra

— Volto a dizer, ele está estranho e por favor, qualquer coisa me avisa ok?

— Ok.

Voltamos para junto dos outros, o Guilherme ergueu a cabeça e me questionou com o olhar, apenas pisquei o olho para ele, que deu um sorriso tentando parecer natural e voltou a afinar o violão.

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Os dias passaram o aniversário do Fernando chegou. Eu escolhia uma roupa quando Fred entrou no quarto.

— Você não vai de vestido! – Disse ele olhando pra peça que estava em cima da cama.

— Ah é? Por quê? Me dá uma justificativa plausível para eu não ir de vestido.

— Porque eu não quero!

— Ah tá! Eu vou de vestido e pronto!!

— Ok! Vamos ver então o que vai acontecer!

Ele saiu do quarto batendo a porta com força.

Na festa, tudo corria bem, até que quando eu decidi ir ao banheiro acabei ouvindo o que não queria e não esperava, passando por um quarto ouvi vozes exaltadas, que eu logo reconheci eram Guilherme e Pietra.

— Você não dá mais bola pra mim!! — Gritou Pietra.

— Eu não dou? Eu passo mais tempo viajando do que contigo ou com a minha família e amigos! E quando estamos juntos você nem sequer deita comigo para nós fazermos sexo! Como tu queres que eu te dê bola se é tu que não me dá?!

Entrei no quarto em frente e logo Pietra saiu pisando firme com uma cara amarrada. Esperei ela se afastar e entrei no quarto de onde ela acabara de sair, encontrei Guilherme com o rosto enterrado nas mãos.

— Gui, tá tudo bem? Eu estava indo pro banheiro e acabei ouvindo o que não devia, desculpa.

— Não precisa pedir desculpas. – Disse ele com uma voz meio triste.

Me ajoelhei na frente dele e coloquei as mãos nos seus joelhos.

— Gui, tá tudo bem?

Ele fez sinal negativo com a cabeça e eu engoli em seco, tirei seu rosto das suas mãos e fiz ele me olhar.

— Desabafa comigo.

Ele coçou a barba, respirou fundo, uma, duas vezes até que falou.

— A Pietra tá cada vez mais distante, mais fria, ela vive dizendo que eu não dou atenção, que eu não reparo nela, mas toda vez que eu tento chegar nela, conversar, ou sei lá ela foge, ela acha um jeito daquilo não acontecer

— Mas tu vive viajando, ela tem que relevar, e sério, ela poderia ser uma namorada, sei lá, de verdade.

— Eu já falei pra ela que vivo viajando que não dá pra ser presente sempre, mas ela não entende ou finge não entender.

Comecei a fazer um cafuné e ele levantou o rosto e me encarou.

— Desculpa tá desabafando contigo, tu já tem muitos problemas pra resolver.

Ele estava se abrindo comigo, aquilo era sinal de que ele realmente confiava em mim.

— Eu vou estar sempre aqui, sempre que tu precisar, pode desabafar comigo a hora que quiser e precisar.

Ele sorriu e pegou a minha mão.

— Eu também vou estar sempre aqui quando tu precisares.

— Agora por favor guri, coloca um sorriso lindo nesse rosto e bola pra frente que as coisas entre tu e a Pietra vão melhorar, e agora tem uma festa linda lá fora nos esperando.

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