Me chamo Clara.. sou uma garota de apenas quatorze anos.
Vivo em uma casa com regras impossíveis!
Estudo em uma casa cheia de regras também..
Sou até que um pouco antisocial e prefiro ficar apenas lento meus livros de ficção científica e fantasia
Não gosto de passar muito tempo em um ambiente com muitas pessoas.. a minha sala é muito barulhenta e também não tenho muitos amigos.
Para eu poder fugir de tudo isso me tranco as vezes no banheiro da escola
Que tem uma fechadura pela parte de dentro.
Burrice? Nunca aconteceu nada de mais naquela escola e ela era a melhor das redondezas, os pais não ligavan prós filhos, apenas pelo estudo que eles estavam tento.
Mas foi em um dia onde tudo começou..
Um dia qualquer, eu estava na sala como sempre, pedi para a professora deixar eu ir no banheiro e ela deixou
O banheiro ficava no final do corredor com apenas alguns passos eu cheguei lá
Entro dentro de uma cabine, sempre a segunda, nunca a primeira ou a última,
Fecho pela parte de dentro, a luz estava apagada só passava uma luz pela pequena janela que ficava em cima da privada
Me escorei na parede e fui caindo lentamente até chegar no chão com as mãos na cabeça
Tudo aquilo era um pouco sufocante.
Eu sussurrava que odiava tudo aquilo
O diretor, os alunos, até mesmo os professores que não faziam nada comigo.
Eu pensava em um monte de coisas diferentes, ouvia passos pelo lado de fora, risadas, garotas falando.
A última coisa que lembro de ter sussurrado foi:
"Eu odeio essas pessoas, não vejo a hora de sair dessa escola"
Depois que disse isso, foi como se as paredes tivessem escutado, as risadas lá fora pararam, os passos alguns lendos e outros meio apressados acabaram de repente, foi como se tivessem ouvido eu falar aquilo, como se eu tivesse cometido um pecado gravíssimo
Me levantei ao ouvir tudo silenciar, até mesmo os pássaros meio longe pararam de cantar
Tudo o que se formou foi um maldito silêncio que eu não imaginava ouvir com tanta frequência depois disso
Aquele banheiro onde eu estava parecia ter ficado mais escuro, meu coração acelerou minha mente ficou turva, comecei a olhar para os lados desesperada
Nas paredes onde avia alguns nomes de garotas e rabiscos começou a formar palavras mais grandes, as letras dançavam e giravam.. era macabro..
Eu tentava ler aquelas palavras que se formavam senti o espeço do banheiro ficar mais curto, de repente um piso se moveu em baixo dos meus pés me fazendo cair para trás, bati minha cabeça na pia que nem sabia que estava lá, desmaiei..
Não faço nem ideia de quanto tempo passei desmaiada, mas quando acordei foi com uma dor na minha cabeça, olhei ao redor, por alguns minutos tudo em branco na minha cabeça
Lembrei de tudo o que aconteceu, me levantei num pulo
Tava com medo de abrir a porta
Sabia que tudo aquilo era real,
Afinal.. eu não usava droga.
Eu... acho..
Olhei para as paredes e li algumas frases, diziam pra mim sair de lá, aquele não era meu lugar, um erro, que eu deveria sair de lá o mais rápido possível, para mim encontrar o caderno, a senhora Vanessa... E a caneta..
Tudo tava confuso.. as paredes formaram meu nome, falava daquela escola que não era mais a mesma que eu estudava e de uma Vanessa
A única Vanessa que conheço era uma senhora que fazia o lanche, ela era a única que se importava comigo, não só comigo mais com outros alunos, ela me ajudou com o bullying que eu sofria a uns anos atrás..
Falava daquele banheiro, dos alunos que não conseguiram escapar, do quê eu deveria fazer, mesmo minha cabeça doendo um pouco guardei cada palavra que se formavam naquela parede, uma atrás da outra
De repente ouvi batidas na porta, recui por instinto, não só eu como as palavras, a única que vi depois das batidas foi:
"O jogo começou"
Bem grande em cima da porta do banheiro
Cuidadosamente me aproximei da porta, com a voz trêmula perguntei:
"Q-quem é?"
Escutei uma voz que eu conhecia perfeitamente.. Vanessa.. aquela voz doce e suave que sempre ouvi durante cinco anos
"Vi você entrando no banheiro, sei o porquê.. vim ver como está"
Andei abrindo a porta..
Mas lembrei
[Não confie em ninguém, pós aqui.. você não é ninguém]
Mas.. a mesma parede mandava eu procurar Vanessa..
Com seus pedidos e sua voz calma, abri a porta, mas o que vi me deu um choque
Fiquei paralisada era ela.. e ao mesmo tempo não era, não tinha rosto era só pele, não tinha boca,nem nariz, muito menos olhos, mas mesmo assim parecia olhar tudo ver..
Eu parei.. meus olhos tremiam.. era visível.. mas mal sabia eu que o pior tava por vir.
Ela viu.. cada tremor que me percorria, mas só perguntou se eu estava bem e se queria tomar um remédio.
Nequei.. abaixei meu olha e cerrei meus punhos.
Ela não tocou e nem se aproximou mais.
"volte pra sua sala, se "junte" aos outros.."
"Se vir o zelador.. é porque ELE está te seguindo.. então pare e ajude o zelador, mas de maneira nenhuma olhe nos olhos dele!"
"Se vir o porteiro.. fuja!"
"não confie em nenhum professor.. eles são só manequins."
"Não. Não encontre o diretor.. se encontra-lo.. é seu fim."
"Vanessa" tremia ao sidar o diretor e eu percebi..
Então sumiu.. botei meus pés pra fora e a porta do banheiro se fechou.. vi uma lanterna a peguei eu já sabia.. que o jogo tinha começado.
Sai pra fora do banheiro o corredor estava completamente escuro.. liguei minha lanterna.. minha sala ficava praticamente no começo do corredor, comecei a correr.. a cada passo parecia que o corredor ficava maior.. meus braços tremia e eu segurava a lanterna mais forte, as paredes pareciam me observar mas logo cheguei na minha sala, entrei.. olhei pra baixo e tremia ainda mais, o professor não era humano.. os alunos que ainda tinham as mesmas voz, risos, o gritinho do Pedro no fundo.. parecia até ensaiado, eles pareciam fantasmas..
Me sentei na única cadeira vazia e tentava prestar atenção.. na minha mesa estava uns livros meu caderno e um caderno que nunca vi.. ele tinha capa preta, todas as folhas dele estavam em branco, tentei escrever com um lápis nao riscou.. cacei a caneta que estava citada na parede, mas não achei..
A partir daquele dia comecei a jogar um jogo de terro, o zelador.. o porteiro, Vanessa.. um ser que andava pelos os corredores.. a caneta que eu só fui achar depois de um tempo.. ela escrevia sozinha no caderno coisas para eu fazer, Vanessa me dava dicas.. e depois sumia.. o ser que eu mais temia sem nem ao menoso ter visto era o diretor.. na sala eu praticamente me infiltrei..
Tudo. Tudo era esquisito e macabro.. o porteiro que as vezes eu via passar pelo corredor iluminando com uma lanterna também.. o zelador que só aparecia as vezes.. e nunca olhava pra mim.. mas eu sabia o que significava.
O caderno..
Aquela caneta.
Eu "dormia" no banheiro que sempre abria quando eu me aproximava.. as paredes, aquela escola pareci ter vida própria.
E a coisa que eu mais queria era sair de lá.. algum dia.
Lá era um filme de terro completo, minha sala as vezes mudava de lugar e eu tinha que procurar.. eu não lanchava.. não sentia fome.. e a''comida'' era horrível.
Só quero sair daqui.. enquanto dá tempo.