Era uma vez...
um lugar aparentemente perfeito.
Casas limpas, sorrisos falsos, e corações vazios.
Mas havia um rapaz...
um que nunca se encaixou, por mais que tentasse.
Não importava o quanto fingisse — ele nunca foi “perfeito” o bastante.
As pessoas o julgavam por tudo e por nada.
E aos poucos, ele se tornou o próprio silêncio.
Sem amor.
Sem sonhos.
Sem motivo algum pra ficar.
Numa tarde fria, ele caminhou até o lago —
aquele que brilhava bonito quando o sol se punha.
E ali… simplesmente pulou.
Foi trágico.
Mas, de certa forma, necessário.
Porque ninguém merece viver cercado de indiferença.
Os anos passaram.
O nome dele se perdeu entre cochichos e pó.
Até que, um dia...
numa noite bela e sombria, uma família de viajantes acampou à beira do lago.
Quando a lua subiu, a névoa também se ergueu.
E no meio dela... ele voltou.
O rapaz, agora feito sombra, caminhou entre as árvores.
De casa em casa.
De alma em alma.
Em busca dos primogênitos —
os descendentes daqueles que um dia o deixaram morrer sozinho.
Ninguém sabe o que aconteceu naquela noite.
Ninguém encontrou os corpos.
E ninguém nunca saberá.
Porque o lago guarda seus segredos...
e ele ainda espera por quem ousar olhar demais na escuridão.