O mundo terminou em silêncio. Não houve bombas, não houve fogo, mas o frio tomou tudo. Cidades viraram ruínas congeladas, rios se transformaram em gelo e o vento cortava como lâminas afiadas. Sobreviver se tornou uma arte, e eu, sozinho ou quase, tive que aprender rápido.
Minha base era um antigo armazém abandonado, reforçado com metal e madeira que consegui recolher das casas próximas. Havia improvisado aquecimento, estocagem de comida e pequenas armadilhas nos arredores. Cada decisão podia significar vida ou morte. O frio não era apenas desconfortável; era inimigo, assassino silencioso.
Os primeiros ataques vieram de criaturas deformadas pelo gelo — animais selvagens mutados, lobos enormes com olhos azulados que refletiam a neve. Eles cercavam a base à noite, farejando qualquer sinal de calor. Eu aprendi a caçá-los antes que chegassem, mas às vezes a fome me obrigava a enfrentar o perigo direto.
— Eles não param — murmurei uma noite, com a respiração congelando no ar. — E eu também não posso.
Com o tempo, outros humanos apareceram. Nem todos eram amigos. Alguns tentavam invadir minha base em busca de suprimentos, dispostos a matar sem hesitar. Foi quando descobri que defender é cruel igual a matar porque a gente tem que matar para conseguir sobreviver porque nesse mundo só tem um dilema ou você morre ou você mata.