Quando Lucas abriu os olhos, não estava mais em sua cama. O cheiro de terra molhada e o calor do sol matinal o fizeram perceber que algo havia mudado. Ele não era mais o homem comum que conhecia; seu corpo era pequeno, frágil, mas possuía uma energia estranha, diferente de tudo que lembrava da vida passada. Ele havia reencarnado — e com isso, perdido tudo: sua casa, seus bens, e até mesmo a memória completa de sua antiga existência.
A primeira lição foi dura. Ele precisava sobreviver. Não havia pais, nem amigos, nem dinheiro. Apenas um campo vasto, árvores enormes e criaturas estranhas que pareciam observá-lo com curiosidade predatória. Cada passo era um desafio, cada respiração exigia esforço. O mundo, ele logo percebeu, não era gentil com aqueles que nasciam do nada.
Lucas descobriu que seu corpo tinha habilidades latentes — força maior do que a de uma criança comum, resistência à fome e sede, reflexos aguçados. Mas não eram poderes ilimitados. Se quisesse sobreviver, precisava trabalhar, caçar, recolher frutas e água, e aprender a sobreviver.